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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Venderam o Brasil em troca de papel higiênico

De papel higiênico sujo.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 Maio 2017, 18h01 - Publicado em 26 Maio 2017, 17h25

O que mais me impressionou nos escândalos todos foi ver o quanto o Brasil está barato. Joesley fala com Temer sobre infiltrar comparsas seus nas instituições que fiscalizam a economia (CADE e CVM) como quem fala com um vendedor de verduras sobre beringelas e rabanetes. Ele também pediu a cabeça da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, que “estaria dificultando a vida dos empresários”. E diga-se: conseguiu.

Para Aécio, o dono da JBS requisitou um pau mandado seu na presidência da Vale, em troca de um pagamento de R$ 40 milhões. Não levou, mas saiu da conversa com a promessa de ficar com uma diretoria da empresa sob seu controle. Caramba. Se um hedge fund gringo daqueles bem barra pesada soubesse que por R$ 40 milhões dá para nomear diretor na maior produtora mundial de minério de ferro, dobrava o lance e ainda lucrava dez vezes em cima com a torrente de informação privilegiada. Ou seja: Aécio, além de tudo, é um péssimo vendedor. 

Esse presidente que Joesley queria na Vale, aliás, era Aldemir Bedine – o mesmo que Dilma tinha colocado na Petrobras depois da demissão de Graça Foster.

A Petrobras estava evaporando. Mesmo assim, o escolhido para assumir a empresa foi um sujeito que, como vimos, responde para Joesley. Bravo.

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Agora também dá para entender com mais clareza a “política dos campeões nacionais”, que Mantega e Luciano Coutinho instituíram ainda no governo Lula: o governo dava dinheiro do contribuinte para as empresas dos megadoadores de campanha, via empréstimos subsidiados, isenções e licitações fraiudulentas. Então pegava de volta uma parte na forma de doações (no caso da JBS, quase tudo na forma de doações oficiais, “dentro da lei”). Quanto mais essas empresas cresciam com o esquema, mais os responsáveis pelo governo recebiam lá na frente, num círculo vicioso de lavagem de dinheiro.

E suma: vendia-se o país em troca de somas que, para os Joesleys e Wesleys da vida, são migalhas. Milhõezinhos de reais que, para quem fatura na casa das centenas de bilhões por ano, equivale a papel higiênico. Falimos o Estado distribuindo dinheiro para uma canalhada. E agora o jeito é apertar o cinto, cortar gastos públicos, cortar aposentadorias de um salário mínimo. Tudo em troca de papel higiênico – sujo, ainda por cima.

Imagino que cafetões tratem melhor suas funcionárias do que esse pessoal estava tratando o País. Se a próxima geração que assumir o poder também não primar pela honestidade, que pelo menos nos vendam mais caro. Já ajuda na auto-estima.

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