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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Como o erro do Oscar ajuda a explicar a Matemática do Caos

A confusão dos envelopes mostra como o Efeito Borboleta é determinante para os erros e acertos da vida - sem que tenhamos a menor consciência disso

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 mar 2017, 18h05

“O bater das asas de uma borboleta pode criar uma tempestade do outro lado do mundo”. Você já ouviu alguma versão dessa frase. Mas talvez não tenha entendido a essência dela. O Efeito Borboleta não fala só de eventos pequenos que dão origem a eventos grandes, tipo “se eu tivesse pegado outro vagão de metrô, não teria conhecido a minha mulher, e os meus filhos nunca teriam nascido”. O que o Efeito Borboleta mostra é um pouco mais amplo: que as relações causais entre eventos são imprevisíveis por definição. Por isso, inclusive, o Efeito Borboleta serve como a mais completa tradução da chamada matemática do caos, aquela que demonstra por meio de fórmulas que não há fórmulas capazes de prever certos acontecimentos.

 Acontecimentos como o do Oscar agora. Warren Beatty e Faye Dunaway receberam um envelope com um cartão em que vinha escrito “Emma Stone – La La Land” (o do prêmio de Melhor Atriz). Então anunciaram “La La Land” como Melhor Filme. 

 Certo. Mas e se outra atriz tivesse ganhado? No cartão, estaria escrito “Elle” (Isabelle Huppert), ou “Jackie” (Natalie Portman), ou “Loving” (Ruth Negga), ou “Florence” (Meryl Streep).

 Nenhum deles estava indicado para Melhor Filme.

 Aí das duas uma. Ou o Warren Beatty e a Faye Dunaway perceberiam que o nome de um não-indicado ali era algo alienígena demais e chamariam a “produção” antes de falar qualquer coisa, ou anunciariam um “Elle” ou um “Jackie” da vida como Melhor Filme. Só que mesmo neste último caso o erro acabaria corrigido bem rápido, já que a plateia toda entenderia o anúncio de um não-indicado como uma piada, ainda que sem graça. Ninguém subiria no palco para receber nada.

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 Mas não. No mundo real, o envelope trazia o nome do maior favorito entre os indicados, e só dois auditores da Price Waterhouse, a empresa que contabiliza os votos da Academia, sabiam de antemão que “La La Land” não tinha vencido. 

Aí deu no que deu.

 A coisa toda, então, não aconteceu só por causa de uma troca de envelopes, mas também por conta do resultado do prêmio de Melhor Atriz. Ou seja: um evento que não tinha a menor relação causal com o erro foi determinante para que o erro acontecesse – ou pelo menos para que tivesse a dimensão que teve.

 No fim, funcionou como uma aula prática de matemática do caos. Uma amostra de como o Efeito Borboleta é determinante para os erros e acertos da vida, sem que tenhamos a menor consciência disso.

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