E a corrida para 2018, segundo o Datafolha, está assim:

1o – Lula: 31%
2o – Marina: 16%
3o – Bolsonaro: 13%
4o – Doria: 9%
5o – Luciano Huck: 3%

São cinco surpresas, portanto:
– Lula subindo forte no momento mais sombrio de sua vida política.
– Bolsonaro entrando num terreno inédito, o da disputa pelo segundo turno.
– A ascensão definitiva de Doria ao grã-tucanato, que desde 1994 jamais deixou de disputar um segundo turno (9% é o que Doria conseguiria hoje, segundo a pesquisa, sem Aécio nem Alckmin disputando; como a dupla já aparece atrás dele em outros levantamentos, considero esse o número mais sólido).
– A resiliência olímpica do nome de Marina (que num ainda improvável cenário sem Lula assumiria a liderança, com 25%).
– Luciano Huck. Há um ano, Doria ocupava o mesmo slot de fama do Otávio Mesquita, em questão de meses ganhou SP no primeiro turno, com a maior votação da história. Luciano parte de um patamar bem mais alto, e é o único nome à direita com apelo entre os 40% de eleitores cativos de Lula e Marina – não na Vila Madelena, mas no interior e nas periferias. Se entrar por um PMDB da vida, pode acabar num segundo turno, seja contra Lula, seja contra Dória (que em condições normais de temperatura e pressão rouba para si os votos de Bolsonaro).

Este é um dos cenários da pesquisa do Datafolha publicada no domingo, 30/04. Ele exclui Aécio e Alckmin, que já aparecem atrás de Doria nos levantamentos em que os três aparecem com alternativas. Descartei Ciro Gomes (6%), pelo mau histórico de suas campanhas anteriores, nas quais nunca conseguiu se firmar como um candidato viável. Outro ponto: os pesquisadores só propunham o nome de Luciano Huck numa pergunta mais ampla, que incluía os nomes dos três tucanos – mesmo assim, incluí aqui para efeito comparativo.

Seja como for, o fato é um só: desenha-se aí a eleição presidencial mais pitoresca desde a de 1989.