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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Altruísmo: o melhor presente da Evolução

Roedores fazem sacrifícios para ajudar uns aos outros, e isso diz muito sobre a nossa natureza.

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Atualizado em 27 dez 2016, 13h47 - Publicado em 27 dez 2016, 09h07

Um experimento de 2015 mostrou que ratos são altruístas. Se um rato estiver numa situação de perigo – se afogando, no caso da experiência, o outro rato tende a ajudá-lo. O rato da esquerda aqui na imagem aqui em cima abre uma portinha para salvar o da direita, que parece estar se afogando (ainda que não esteja de fato). O roedor prefere fazer isso do que receber uma recompensa, na forma de chocolate. Não é pouco. E isso joga mais uma pedra sobre a teoria da Tábula Rasa. A ideia da Tábula Rasa, (Blank Slate, no original) é a de que não existe determinismo genético. De que absolutamente todos os nossos valores e características são fruto da forma como fomos criados, e da cultura em que estamos inseridos.

Óbvio que existem valores culturais. Ser corinthiano é um valor cultural. Mas sentir prazer em fazer parte de um grupo grande – auto-intitulem-se eles corinthianos, maçons, batistas ou do metal – não. Aí já é um traço genético. Você nasce pré-disposto a esse prazer, já que ele é tão importante para a sobrevivência quanto sentir prazer ao se alimentar. A seleção natural não te faz corinthiano, mas te faz buscar e abraçar um grupo – qualquer grupo, seja um que espalha valores éticos, seja um que espalhe violência, seja um que tente misturar valores éticos e violência (caso da maioria).

Mas os partidários da Tábula Rasa não concordam. Eles não acreditam em valores universais. Defendem que culturas diferentes podem ter valores completamente alienígenas a todas as outras culturas – acreditam que exista alguma sociedade perdida por aí que seja desprovida de altruísmo, uma outra que desconheça o egoísmo, outra em que os membros são incapazes de sentir amor romântico, outra em que os indivíduos só fazem sexo por obrigação, outra em que não existe uma palavra para “chuva”, ou para “saudade”.

Mais arcaico do que o fanatismo pela Tábula Rasa, só a prática a de colocar todo comportamento altruísta na conta do temor a Deus. Quem não sente prazer algum com a prática de altruísmo, e só faz coisas boas para desconhecidos por medo de ser castigado por uma força sobrenatural, faz parte de um grupo bem específico: o dos psicopatas. Mas, graças à seleção natural, há poucos deles entre nós. Os ratos estão de prova.

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