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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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PIB: enquanto a China cresceu um Brasil, perdemos uma Argentina

Entre 2014 e 2016, nosso PIB caiu 7%. Já o o do México subiu 7%, o da Espanha 7,5%, e o da China 20%.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
7 mar 2017, 17h17

Entre 2014 e 2016 nosso PIB caiu 7%. Nesses mesmos três anos, o do México subiu 7%; o da Espanha, estropiada pela crise europeia do começo da década, 7,5%; o da China, cuja desaceleração no crescimento foi apontada como o maior freio na nossa economia, 20%.

Notem que o PIB da China, já engordado pelos 20% do ultimo triênio, é de US$ 11 trilhões. O do Brasil, agora ainda mais emagrecido, está em US$ 1,9 trilhão. Ou seja: desde o fim de 2014, com a economia global mancando, pessimismo generalizado e o escambau, a China cresceu um Brasil inteiro. E o Brasil perdeu uma Argentina. Nos anos de bonança econômica, nosso PIB em dólar chegou (com uma mãozinha da valorização cambial da nossa moeda) a US$ 2,4 trilhões. A diferença entre isso e os US$ 1,9 trilhão de agora dá praticamente uma Argentina, que tem um PIB de US$ 580 bilhões.

Se você acreditou, então, quando disseram que a nossa crise dos últimos três anos só refletia a do resto do mundo, esses são os fatos que quebram o argumento.

E esses fatos deixam claro uma suspeita que pairava nos tempos em que o PIB ainda crescia: o de que o país não tinha base para sustentar uma economia robusta. O Brasil seguiu relapso em relação ao seu maior problema, a falta de infraestrutura – aquela que faz com que um fazendeiro do Mato Grosso tenha de gastar 25% de tudo o que ganha com sua soja transportando os grãos – nos EUA, essa fatia fica em 9%. Quando havia dinheiro para ser investido, ele seguiu escorrendo pelos ralos de sempre. Burocracia estatal, por exemplo. O Brasil gasta 1,5% do PIB em infraestrutura. O Poder Judiciário, sozinho, consome praticamente a mesma coisa: 1,3% do PIB (quatro mais do que o que a Alemanha; oito vezes mais que o Chile). Para comparar, a média mundial de desembolso com infraestrutura é de 3,8% do PIB, quase o triplo do nosso.

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Pior: nas maiores economias do mundo, o valor das obras de infraestrutura já construídas é de 71% do PIB. No Brasil, são 16%. Ou seja: precisamos mais do que quadruplicar nossas estradas, ferrovias, portos. E quando havia dinheiro cometemos a pachorra de gastar parte dele com obras de infraestrutura no exterior. Não foi só o porto em Cuba. Entre 2007 e 2014, o BNDES liberou US$ 1 bilhão por ano em dinheiro do contribuinte para a Odebrecht fazer hidrelétrica na República Dominicana, gasoduto na Argentina, aeroporto em Moçambique. Esses e outros desmandos financeiros foram justificados à época como “investimento”.

Então tá. Agora, três anos depois, estamos colhendo os resultados.

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