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6 experimentos científicos entre os mais macabros já realizados

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 6 dez 2018, 20h31 - Publicado em 28 jun 2010, 14h58

Transplante de cabeças, o cachorro decapitado capaz de viver sem o corpo, e a terapia de choque que fazia um cadáver abrir os olhos e se movimentar. Coisa de filme de terror? Com certeza – mas só se for daqueles baseados em fatos reais.

1- O experimento que revelou o assassino dentro de qualquer um

Em 1964, o pesquisador Stanley Milgram fez, na Universidade de Yale, um teste para provar que qualquer pessoa pode se tornar um assassino obediente. Só é preciso que exista uma autoridade suficientemente persuasiva.

Milgram criava todo um cenário, dizendo aos participantes que faria uma experiência para determinar o efeito da punição no aprendizado. Ele chamava voluntários de dois em dois, e fazia um sorteio para determinar quem seria o aprendiz, que deveria responder a perguntas, e o professor, que deveria castigá-lo com choques a cada erro. Só que o sorteio não era um sorteio. E um dos voluntários não era um voluntário.

O cientista convidara um ator, que sempre era “sorteado” como aprendiz. Ele ficava em uma sala separada, aguardando as perguntas do professor – que, nesse caso, era voluntário de verdade e não sabia de nada. O objetivo era que este mal-afortunado participante apertasse um botão para administrar os choques, cada vez mais intensos, toda vez que o aluno errava a resposta.

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Os choques não eram de verdade – mas o ator estava instruído a chorar e gritar de dor da outra sala, a partir do momento em que os “choques” atingissem 150 volts.

Os voluntários, nervosos, perguntavam o que deviam fazer, mas os pesquisadores respondiam que o choque não provocaria danos permanentes e que eles precisavam continuar, aumentando cada vez mais a intensidade do castigo. O resultado foi a obediência de 26 dos 40 participantes, que continuaram a aplicar os choques até a potência fatal de 450 volts.

Alguns suavam e tremiam, outros riam histericamente – mas ninguém parou. Nenhum dos voluntários – mesmo entre os 14 que se opuseram antes do fim do experimento – desistiu antes dos 300 volts.

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2- O cachorro de duas cabeças

Na ânsia de provar a supremacia médica e científica da União Soviética durante a Guerra Fria, cientistas conduziam experiências dignas de filme de terror. Em 1954, Vladimir Demikhov mostrou a jornalistas sua criação horrenda: um cachorro de duas cabeças  – e ambas “funcionando” (na demonstração para a imprensa as duas cabeças bebiam leite)!

Para isso, ele enxertou cabeça, ombros e duas pernas de um filhote no pescoço de um pastor alemão. E não parou por aí: nos 15 anos seguintes, o russo fez outras 20 dessas criaturas, alegando que as experiências serviam para ajudar a descobrir técnicas para transplante de órgãos em humanos.

3- A cabeça de cachorro que vivia sem um corpo


Outra obra dos soviéticos, mas quase 20 anos mais antiga. Em 1928, o médico Sergei Brukhonenko criou uma máquina que, exercendo as funções de coração e pulmão, mantinha viva a cabeça de um cachorro. Viva mesmo: a cabeça respondia a estímulos e até se alimentava (ou quase isso, já que a comida não tinha pra onde ir depois de engolida). Teve até gente achando que era boa ideia ter a cabeça cortada e viver livre da preocupação com doenças, alimentação e vestimenta.

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4 – A prisão enlouquecedora de Stanford

Em 1971, o professor de psicologia Philip Zimbardo e um grupo de pesquisadores criaram uma prisão artificial no porão da Universidade de Stanford. Eles chamaram voluntários – todos saudáveis e sem antecedentes com a justiça – e dividiram o grupo em dois papeis. Metade deles era de prisioneiros, a outra metade de guardas.

As condições na prisão fake se deterioraram tão rapidamente que os prisioneiros começaram a fazer rebeliões logo no primeiro dia e os guardas se tornaram extremamente sádicos e autoritários, impondo castigos como privação de sono e comida. O negócio todo foi tão tenso (e intenso) que teve de ser interrompido em 6 dias (a intenção era durar duas semanas). O primeiro voluntário pirou em apenas 36 horas, berrando que se sentia como se estivesse queimando por dentro. Outro começou a ter erupções na pele por causa do estresse excessivo. O próprio Zimbardo começou a ter delírios e viu que estava na hora de acabar com o jogo quando se viu chamando a polícia de verdade.

O Stanford Prison Experiment (SPE), como o teste ficou conhecido, se tornou o estudo de psicologia mais influente de todos os tempos. Ao longo das décadas seguintes, foi citado em centenas de trabalhos científicos, analisado em dezenas de livros, recontado em mais de dez filmes e documentários. Zimbardo, virou celebridade e referência no estudo dos instintos humanos. Recentemente, no entanto, várias fraudes e manipulações do pesquisador para fazer o experimento “pegar fogo” foram denunciadas.

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5-Transplante de cabeça de macaco

Pensemos: se a Guerra Fria trouxe a disputa científica para as duas potências da época, EUA e URSS, dificilmente os cientistas americanos ficariam de braços cruzados enquanto os soviéticos apareciam por aí com cachorros de duas cabeças. Em 1970, o médico cirugião Robert White realizou o primeiro transplante de cabeça de macaco do mundo. O macaco só sobreviveu por um dia e meio, mas o médico defendia esse tipo de transplante para humanos que sofram de paralisia.

6- O choque que faz cadáver dançar

O professor italiano Luigi Galvani descobriu, em 1780, que impulsos elétricos poderiam mover membros de um sapo morto. Se com o sapo era assim, o que aconteceria com seres humanos? O sobrinho do italiano, Giovanni Aldini, apareceu com a resposta – e viajou pela Europa fazendo showzinhos com ela.

Em 1803, ele fez sua apresentação mais famosa usando o cadáver de George Forster, um homem da cidade de Londres, que foi julgado e executado pelo assassino de sua esposa e de uma filha. Primeiro, Aldini aplicou correntes elétricas no rosto do morto, que se contorceu numa expressão de dor e abriu um olho. Depois, com fios presos na orelha e no reto, o cadáver começou uma dança macabra, socando e chutando o ar e arqueando as costas.

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O livro oficial de Newgate da Cidade de Londres (que era, basicamente, um conjunto de registros de todas as penas de morte) menciona a demonstração de Aldini de forma tragicômica. Diz o relato que boa parte dos presentes achou que Forster estava sendo trazido de volta à vida. Mas que isso não importava, segue o relato: segundo a interpretação das autoridades, se fosse este o caso, ele seria enforcado uma segunda vez, já que a sentença não abria exceções a milagres.

 

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