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Por redação Super
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Pirâmide alimentar? Indústria alimentícia engana nutricionistas há 50 anos

Primeiro estudo sobre doenças do coração foi patrocinado pela indústria açucareira para culpar a gordura e absolver o açúcar

Por Fabio Marton
Atualizado em 31 jul 2018, 16h24 - Publicado em 15 set 2016, 20h01

Qualquer um que já tentou abandonar o estilo de vida pizza-refri-televisão pela granola conhece o dilema: as notícias sobre o que vai certamente fazer você viver até os 120 e o que vai entupir suas artérias simplesmente não fazem sentido. Toda a hora tem algo entrando ou saindo do sagrado index de alimentos malignos. (Dê uma olhada nos links – em menos de um ano, duas notícias da SUPER disseram que o ovo é mocinho e vilão)

A bagunça podia ser só consequência de um novo front científico sendo estudado por vários ângulos. Mas esta é uma história com vilões. Um artigo do cardiologista Staton Glantz, da Universidade da Califórnia, São Francisco, revelou o mais influente caso de corrupção na pesquisa nutricional: o primeiríssimo estudo sobre a relação entre alimentação e doenças do coração, publicado em 1967, foi secretamente patrocinado pela Sugar Research Foundation (Fundação para Pesquisa do Açúcar), ou seja, bancado pela indústria açucareira. Os três cientistas receberam 50 mil dólares para concluir que a gordura, e não o açúcar, era a culpada pelos problemas cardíacos. Recomendando uma dieta com menos gorduras e, consequentemente, mais carboidratos (grupo químico dos açúcares e amido).

“Eles conseguiram descarrilar a discussão sobre o açúcar por décadas”, afirma Staton, ao The New York Times. “Pode parecer história antiga, mas os efeitos desse estudo reverberam até hoje.”

O artigo de 1967 foi imensamente influente. Basta olhar na prateleira de supermercado: iogurte desnatado açucarado é uma coisa simplesmente (perdão a quem comprou ontem) estúpida. Ainda hoje, autoridades governamentais receitam uma dieta baseada em pouca gordura e muito carboidrato. Isso aparece na velha pirâmide alimentar que você aprendeu na escola: a base é uma cacetada de pão, arroz e macarrão, seguido por frutas (que têm frutose, um tipo de açúcar), com coisas gordurosas aparecendo numa pontinha lá em cima.

A crise de obesidade atual pode ser uma consequência dessas recomendações deturpadas. As pessoas ainda acham que estão fazendo um favor a si mesmas enfiando três colheres de achocolatado em leite desnatado. Ah, e a granola: cheia de açúcar, ela não é melhor que enfiar na cara um bolão de chocolate.

O consenso hoje em dia não é que você devia viver como um esquimó e comer banha de baleia com banha de alce. O açúcar é definitivamente um vilão, mas a gordura ainda está no banco dos réus. Tem boa e tem ruim, e a controvérsia continua. Mas já sabe que gordura de menos e açúcar demais fazem você comer mais. E ser gordo não é uma boa notícia para o coração.

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