Assine SUPER por R$2,00/semana
Imagem Blog

Como as Pessoas Funcionam Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
Continua após publicidade

Como funciona o cérebro dos acumuladores

Por Ana Prado
Atualizado em 17 out 2017, 13h51 - Publicado em 22 ago 2012, 12h35

Há um reality show bastante comentado nos últimos tempos que fala sobre acumuladores – ou pessoas que entopem sua casa com objetos de que não precisam, como jornais velhos e lixo, ou até animais. Muitos de nós somos meio bagunceiros (é só dar uma olhada na mesa de qualquer um aqui na redação da SUPER, por exemplo), mas o pessoal desse programa leva a coisa para outro patamar, comprometendo até a sua própria saúde e higiene, às vezes.

O pesquisador David Tolin, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, quis descobrir o que acontece no cérebro desses acumuladores usando imagens obtidas com ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês). Nesse trabalho, ele e sua equipe definiram o problema, chamado de acumulação compulsiva ou disposofobia, como “a aquisição excessiva e a incapacidade de descartar objetos, resultando em uma desordem debilitante”.

O método

O estudo, publicado no Archives of General Psychiatry, analisou o cérebro de 43 adultos já diagnosticados com esse problema, outros 31 com transtorno obsessivo-compulsivo (o famoso TOC) e 33 saudáveis.

Cada um deles teve de levar uma pilha de papéis diversos de sua casa, como jornais e correspondências velhas. Os próprios pesquisadores também fizeram isso. Um grupo de 50 itens pertencentes a cada voluntário e outro de 50 levados pelos pesquisadores foram escaneados e projetados para os voluntários dentro da máquina de ressonância magnética.

Continua após a publicidade

Eles foram expostos a esses dois grupos e tiveram de decidir, pressionando um botão, se queriam guardar para si os tens exibidos ou se eles poderiam ser jogados fora. Depois (e em uma sessão mais curta de treinamento antes do experimento), os itens descartados foram rasgados na sua frente, para assegurar de que eles sabiam que suas decisões teriam uma consequência real e imediata.

Os resultados

As pessoas saudáveis escolheram descartar uma média de 40 dos 50 itens que haviam levado. As que tinham transtorno obsessivo-compulsivo jogaram fora cerca de 37 itens. Mas os acumuladores só descartaram cerca de 29 desses 50. Estes também levaram mais tempo para tomar a decisão (2,8 segundos contra 2,3 dos saudáveis) sobre o que fazer com suas coisas e  mostraram bem mais ansiedade, indecisão e tristeza do que os outros dois grupos ao fazer isso.

E tem mais: os exames de ressonância magnética mostraram que os acumuladores tinham diferenças importantes no cérebro, tanto no córtex cingulado anterior, associado com erros em certas condições, quanto na ínsula anterior, ligada à avaliação de riscos, importância de estímulos e decisões emocionais.

Continua após a publicidade

Embora os acumuladores mostrassem atividade mais baixa na atividade cerebral dessas regiões enquanto decidiam o que fazer com os itens de outras pessoas, a coisa se invertia quando se tratava de seus próprios pertences. Nesse caso, a atividade subia para níveis muito mais elevados em comparação com os outros grupos, o que, de acordo com os pesquisadores, “pode ​​dificultar o processo de tomada de decisões, levando a uma maior sensação de incerteza do resultado”.

Assim, a conclusão foi a que os acumuladores não necessariamente precisam manter o que têm porque amam aqueles objetos. Na verdade, eles apenas evitam decidir o que fazer por causa do medo extremo de tomar a decisão errada jogando essas coisas fora (por acharem que poderão precisar delas mais tarde, talvez).

(Via Scientific American)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.