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Estudos científicos e reflexões filosóficas para ajudar você a entender um pouco melhor os outros e a si mesmo. Por Ana Prado
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Por que xingamos nossos computadores, celulares e outros gadgets eletrônicos

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 09h48 - Publicado em 16 jun 2011, 16h30

O computador para de responder ou fecha inesperadamente seu trabalho não salvo. O iPod desenvolve um gosto musical próprio e ignora suas playlists. O celular para de funcionar quando você mais precisa. Quase todo mundo conhece a sensação de que os gadgets às vezes conspiram contra nós. E a reação? Geralmente é xingar, bater, jogar na parede…

Um artigo na Psycology Today mostrou que isso não é nenhuma loucura aleatória: a tendência de projetarmos emoções humanas em gadgets tecnológicos não só é muito comum (uma pesquisa mostrou que 79% das pessoas já fizeram isso), como também tem um propósito específico relacionado à necessidade de entender, prever e controlar o mundo ao nosso redor. Afinal, ninguém curte muito a ideia de perder o controle sobre as coisas. Quando isso acontece com nossos gadgets, começamos a procurar estímulos ou situações que nos ajudem a restaurar nossa sensação de estar no comando.

Em uma série de experimentos da Universidade de Chicago, o doutorando em Psicologia Social Adam Waytz e seus colegas descobriram que as pessoas tendem a antropomorfizar mais seus gadgets eletrônicos à medida que sua necessidade ou desejo de controlar as coisas aumenta.  Por exemplo, em um dos estudos, eles descobriram que os voluntários estavam mais propensos a atribuir personalidade a gadgets imprevisíveis, que ameaçavam essa sensação de poder. Isso explica por que costumamos xingar nosso computador quando ele não faz o que queremos que faça, mas não costumamos elogiá-lo quando funciona direitinho. Nós esperamos que ele obedeça aos nossos comandos e, quando não faz isso, nos sentimos impotentes. Aí, a resposta é xingar muito no Twitter.

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Em outro estudo, metade dos voluntários deveriam assistir ao vídeo de um robô e tentar prever a suas ações. Cada resposta correta renderia um bônus. A outra metade só deveria assistir, sem nenhuma pressão. No fim, o primeiro grupo mostrou uma tendência maior de descrever o robô como tendo suas próprias intenções, desejos e pensamentos. Dá para entender o porquê: eles queriam ter o controle da situação para que pudessem receber o prêmio.

Resumindo: quando xingamos, normalmente atribuímos consciência e personalidade ao gadget e jogamos a culpa nele. Algo como “Ainda tenho o controle da minha vida. O único problema é que essa joça tem vontade própria, então realmente não posso fazer nada”. No entanto,  o buraco é mais embaixo. A pesquisa mostrou que isso geralmente acontece quando nos sentimos impotentes em relação à nossa vida – ou, pelo menos, à situação que estamos vivenciando. Então, da próxima vez que começar a xingar seu laptop achando que ele está de sacanagem, seria bom parar para pensar. O problema pode estar em você, não nele.

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