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Videogames violentos alteram a atividade cerebral e deixam as pessoas mais insensíveis

Por Ana Carolina Prado
Atualizado em 21 dez 2016, 09h48 - Publicado em 19 out 2011, 17h08

A discussão existe há muitos anos e parece não ter fim: afinal, jogos violentos deixam as pessoas mais agressivas? Um estudo da Universidade de Bonn (Alemanha), que acabou de ser publicado no jornal Biological Psychology, veio para esquentar a polêmica. Os pesquisadores, liderados pelo psicólogo Christian Montag, descobriram que o padrão de atividade cerebral de quem costuma passar muito tempo jogando games de tiro em primeira pessoa é diferente de quem não joga: basicamente, eles seriam menos sensíveis ao sofrimento alheio.

Para a pesquisa, foram recrutados 21 voluntários com idade entre 20 e 30 anos que costumavam jogar, em média, 15 horas por semana. Além deles, havia um grupo de controle com 19 pessoas sem nenhuma experiência com games violentos. Todos eles tiveram sua atividade cerebral monitorada enquanto olhavam para um catálogo padronizado de fotos que incluíam imagens semelhantes àquelas usadas nos games, mas também fotos de acidentes reais e vítimas de desastres. “Essa mistura de imagens nos permitiu transportar os sujeitos para o mundo fictício do game em primeira pessoa a que eles estão familiarizados, mas também provocar emoções através de imagens reais”, explicou Christian Montag, o autor principal do estudo.

O resultado mostrou que, comparados às pessoas que ficam longe de games do tipo, os jogadores mostraram diferenças claras na forma como as emoções são controladas. Apesar de a região cerebral ligada ao processamento de emoções negativas ter sido igualmente estimulada quando os dois grupos foram expostos a imagens reais de desastres, a região do cérebro usada para controlar sentimentos de medo ou agressão foi claramente menos ativada entre as pessoas que costumavam jogar frequentemente.  “Jogadores de games de tiro em primeira pessoa não respondem tão fortemente às imagens negativas porque estão acostumados com isso graças às suas atividades no computador diariamente”, disse Montag. “Pode-se dizer, com isso, que eles são mais insensíveis do que o grupo controle”.

A reação também foi diferente quando os voluntários foram expostos a imagens do game. Aqueles que jogavam frequentemente apresentaram maior atividade em regiões do cérebro associadas com a recuperação da memória e memória de trabalho, indicando que os jogadores, ao verem as imagens, se colocavam no game e já começavam a pensar em uma estratégia potencial para o jogo.

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Os jogadores são mais insensíveis porque gostam dos jogos ou gostam dos jogos porque são mais insensíveis?

Essa foi uma questão levantada enquanto os pesquisadores interpretavam os resultados do trabalho. Afinal, os usuários de games violentos talvez sempre tivessem sido tolerantes à violência e por isso teriam escolhido esse tipo de diversão. Mas não era o caso. Montag explicou que eles levaram em conta vários traços de personalidade dos voluntários, como medo, agressividade, insensibilidade e estabilidade emocional, e não houve diferenças entre jogadores e não-jogadores. “Essa é uma indicação de que a causa da diferença no processamento de informações no cérebro são os jogos violentos”, disse ele.

Os resultados também levaram à conclusão de que a dessensibilização emocional não ocorre apenas no mundo virtual, já que também se manifestou quando os jogadores viam imagens de situações reais. “Nossos resultados fornecem indícios de que o uso intenso de jogos de tiro em primeira pessoa pode causar problemas“, afirmou Montag. “Mas vamos precisar de estudos adicionais para esclarecer melhor as conexões entre jogos violentos, atividade cerebral e comportamento real.”

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