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‘Leitura no Vagão’ incentiva leitura nos metrôs de São Paulo

Por Vanessa Daraya
Atualizado em 21 dez 2016, 10h16 - Publicado em 24 fev 2015, 12h00

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Quem mora em grandes cidades está sempre com pressa. Corre para chegar pontualmente em qualquer compromisso – trabalho, escola, um curso especial, cinema, encontrar os amigos… Ouvir alguém dizer que não tem tempo para fazer o que gosta virou rotina. Você, por exemplo, consegue dedicar parte do seu dia à leitura prazerosa de um bom livro? Muita gente tem a resposta na ponta da língua: “não”.

Ao observar as pessoas que encontrava todos os dias no trajeto de metrô para o trabalho que Fernando Tremonti, 26 anos, desenvolvedor de software, teve a ideia de criar projeto para incentivar a leitura e tornar a vida de alguns usuários de metrô, na cidade de São Paulo, mais agradável. Assim, em agosto de 2014, surgiu o Leitura no Vagão.

“Observei que a maioria das pessoas está sempre conectada aos seus smartphones, mas nunca com um livro em mãos. Leio dois títulos por semana só nas viagens que faço do trabalho para casa e vice-versa. A leitura nos torna mais interessantes, amplia nosso repertório, nos faz viajar sem sair do lugar. Ela me transformou em um ser humano muito melhor – ainda em construção, mas bem melhor do que antes”, me contou Fernando.

unnamedPara espalhar a ideia pelos vagões que frequenta, ele criou folders que encartou nos livros que começou a deixar nos bancos de alguns vagões em cada ‘viagem’. “Impossível ver um livro no banco e não pegá-lo, já que é preciso tirá-lo dali para sentar. Isso já provoca qualquer pessoa a folheá-lo… e, quem sabe, sentir sua ‘energia’”, explica. “Mas, mesmo com a apresentação do projeto no folder, as pessoas demoram a aderir e, quando me veem deixar o livro no assento, me avisam que o esqueci. Respondo: ‘Agora é seu, um presente’”.

Fernando deixa cerca de vinte livros por semana em diversas estações. “Na verdade, por fazer sempre o mesmo percurso, divido a tarefa com todos de casa já cedinho, quando separo os títulos do dia”.

Ele acredita que o hábito de ler ainda está muito aquém do que poderia ser, entre os brasileiros. Com o projeto, espera que a leitura transforme a vida das pessoas assim como mudou a dele. “Comecei a ler fervorosamente há seis anos. E sei o bem que esta prática me fez em vários sentidos”. E completou: “Espero que a leitura mude a vida das pessoas como mudou a minha, de um ser humano arrogante para alguém que sabe que tem muito o que aprender”, disse empolgado.

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O projeto de Fernando não para por aí! Ele também sorteia livros e brindes nas páginas do seu projeto no Facebook*, Twitter* e Instagram*, e tenta divulgar o trabalho de escritores independentes, como de seu pai, que lançou a obra Sobrevivi a um AVCi Tipo Tronco – Agora quero voltar a ser eu novamente. “Sei que é complicado lançar um título. Alguns autores fazem doações e eu ajudo a divulgar para que o trabalho dessas pessoas se espalhe”.

Quer ajudar a disseminar a leitura nos trens e metrôs de São Paulo? Você pode aderir ao projeto de Fernando de duas formas: doando livros – “Isso é importante porque assim consigo distribuir mais obras por dia” – ou solicitando folders e espalhando sua ideia. E mais: se encontrar algum livro do projeto por aí ou alguém que curtiu a ideia, tire uma foto (neste segundo caso, peça autorização, claro!) e publique nas redes sociais com a hashtag #LeituraNoVagão.

A ideia de deixar livros em qualquer lugar para incentivar a leitura não é nova. Em 2013, noticiamos sobre dois projetos bem bacanas, aqui no Blog da Redação: Parada do Livro, em São Paulo  e Little Free Library, que começou nos Estados Unidos e se espalhou por outros continentes. A jornalista Giu Capello, do blog Gaiatos e Gaianos, também aqui no site do Planeta Sustentável, contou no post Leitura no ponto de ônibus sobre a linda experiência da cidade onde mora, Piracaia, interior de São Paulo.

Fernando e todos que iniciaram projetos de leitura como esses foram movidos pelo prazer de ler e pelo desejo de compartilhar esse prazer, incentivando outras pessoas a otimizar seu tempo livre (ou perdido nos trens e vagões) e enriquecê-lo na companhia dos livros. Belo ideal.

“Prefiro dizer para quem não tem o costume de ler: ‘Não acredite no que dizem sobre leitura, mas a experimente’. E quem sabe a oportunidade de fazer o teste esteja no banco de um vagão que você quer sentar”, completou.

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Fernando já conseguiu autorização do metrô para fazer uma ação especial e colocar um livro em cada banco de um vagão no terminal Barra Funda.

leitoraEle também registrou uma leitora de um dos livros que colocou no banco do vagão. Dá até para ver o folder que Fernando colocou na capa da obra.

*Facebook
*Twitter 
*Instagram 

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Fotos: Divulgação/Fernando Tremonti

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