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Coluna semanal de perguntas práticas, sentimentais e existenciais enviadas por leitores da SUPER. Por Karin Hueck
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Socorro, minha empresa me obriga a cometer crimes, mas eu preciso do trabalho. O que eu faço?

Nesta semana, nossos leitores se viram no meio de uma terrível saia-justa moral, tentaram ser pessoas melhores e buscaram conselhos para “amigos” inexperientes.

Por Karin Hueck Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 dez 2016, 10h27 - Publicado em 18 out 2016, 16h29

Passei 10 (desesperadores) meses desempregada e em agosto consegui um emprego na área de RH. Não é o trabalho dos meus sonhos, mas paga as contas. Na primeira semana já fui chamada de “burra”, “profissional de merda” e “incompetente”. Mas, como tenho filho para criar e contas para pagar, baixei a cabeça e continuei. Mas o que me agride mesmo é que a empresa criou uma legislação trabalhista própria, e faz parte das minhas funções calcular errado o pagamento dos funcionário! Já me mandaram convencer uma funcionária que voltou da licença maternidade que ela não tem direito a licença amamentação (ela tem, sim!). Hoje, por exemplo, me mandaram falsificar um contrato de trabalho para incluir no plano de saúde empresarial uma pessoa que não trabalha na empresa! Alertei a contabilidade que isso é crime e mesmo assim mandaram eu fazer. A minha aflição é que eu odeio essa empresa, e ME ODEIO por ter que fazer isso. Isso me agride fisicamente a ponto de eu vomitar antes de vir trabalhar. Minha dúvida é: o que eu faço? Se eu sair fico sem dinheiro e se eu ficar fico com nojo de mim.
– Entre a cruz e a espada

Cara cruz, você está em uma das situações mais delicadas que alguém pode se meter. Em condições normais, eu diria que a prioridade é pagar as suas contas, mas acho que você não está em condições normais – você está correndo risco, inclusive. Saia assim que possível do seu emprego. E, antes de sair, guarde provas de que as irregularidades foram pedidos da empresa e são práticas comuns por lá. Vale e-mail, conversa de chat ou foto de documento. Tente sair amigavelmente do trabalho: diga que você achou outra coisa ou que quer ficar perto do seu filho – lembre-se que eles podem tentar te culpar pelos crimes (não sou especialista jurídica, mas talvez você até já tenha se comprometido). Vai ser ruim ficar sem emprego, mas vai ser muito pior se você acabar pagando pelos crimes deles. Pode ter certeza que uma empresa que trata assim os funcionários e a lei não hesitaria em fazer o mesmo com você. Não pense no seu atual emprego como um trabalho estável que paga as suas contas, pense nele como um problema do qual você precisa se livrar – porque é isso mesmo que ele é: uma encrenca horrível.

Meu amigo tem 20 anos. Virgem, ele está saindo com uma garota, também virgem e muito interessada nele sexualmente. Mas ele não quer fazer sexo com ninguém que não seja a “mulher certa”. Eu falo que esta é uma oportunidade para que ele adquira alguma experiência e conheça suas preferências sexuais, já que compatibilidade na cama também deveria ser considerada na sua busca por uma esposa perfeita. Ele se esquiva. Diz apenas que irá ‘se guardar para a mulher ideal’. Ele não é religioso e não tem nada contra relações antes do casamento. Apenas decidiu, por algum motivo que não explica, que sua primeira vez deve ser com a sua futura esposa.
Finalmente, a pergunta: Será que estou sendo um mau amigo com o meu conselho?
– Um cara tentando ajudar um amigo (sério mesmo)

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Caro cara, sua preocupação com o seu amigo me comoveu. E acho que o seu conselho está certíssimo. A pessoa ideal vai ser aquela que é compatível também no sexo – e infelizmente (ou felizmente) não dá para saber se eles combinam apenas na teoria. Sexo é uma daquelas características que podem estragar um relacionamento, se o santo não bater. Se ele escolher esperar, corre o risco de se comprometer com alguém que nunca poderá fazê-lo feliz.

Tenho 32 anos, sou casado e formado em química. Realmente não sei viver nesse mundo. Não consigo firmar amizades duradouras por achar que não preciso dos outros. O problema é a minha personalidade marcante e oponente – nasci para liderar e não ser mandado. Trabalho há 11 anos no mesmo emprego e já me deparei com muita rejeição por falar o que penso… Quero melhorar meus pensamentos e aprender a viver para não ser rejeitado por meus filhos que ainda são crianças.
-Sem amigos

Querido sem amigos. Sua carta é bastante contraditória. Por um lado, você me parece uma pessoa bem difícil: dizer que você “nasceu para liderar” e que você “não precisa dos outros” realmente não faz de você um mr. simpatia. Falar sempre o que pensa não é uma qualidade – é insuportável conviver com gente que se sente no direito de passar por cima dos sentimentos alheios em nome da “sinceridade”. (Meu colega aqui de SUPER, por exemplo, tentou ficar 50 dias sem mentir e acabou sem amigos). Acho que o primeiro exercício que você deveria praticar é se botar no lugar dos outros. Ao mesmo tempo, há alguns indícios de que talvez você não seja tão ruim quanto pensa: você é casado (o que implica que há pelo menos um ser humano no mundo que escolheu passar todos os dias ao seu lado) e mantém um emprego estável há 11 anos – duas coisas que pessoas com graves problemas sociais simplesmente não conseguem fazer. Além disso, você parece reconhecer os seus defeitos e estar genuinamente preocupado com o futuro, o que é muito animador. Penso que algumas sessões de terapia te ajudariam muito.

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Eu estou numa dúvida cruel entre agradar minha família e tocar a minha vida. Tenho 33 anos e sinto atração pelo mesmo sexo. Já tem 4 anos que mamãe se foi e meu pai se casou novamente. Minhas 3 irmãs também são casadas. Moro sozinho com uma certa estabilidade e total independência porém não consigo me relacionar amorosamente com ninguém (na verdade, nunca tive um namorado) por receio de meus familiares serem contra – eles são quase homofóbicos – e também porque não é fácil encontrar alguém que seja compatível e… gay! A vida é tão curta pra viver pra agradar quem não nos apoia né?
– Escondidinho

Caro escondidinho. Sim, a vida é curta demais. Não há nenhum problema em ser gay, e essa não é uma característica que você pode abafar para agradar terceiros. Só você pode saber como a sua família vai reagir se você decidir conversar com eles. Mas meu conselho é que você conte seu segredo, por três motivos. 1) Porque até as pessoas mais inesperadas acabam aceitando a notícia. Dê tempo a eles, e mantenha os canais de comunicação abertos. Pode ser que sua família o surpreenda. 2) Porque as pessoas só vão aceitar (e lutar por) os direitos de homossexuais quando gays forem pessoas próximas e amadas. 3) Porque parece que você quer. Se, depois de você sair do armário, sua família continuar homofóbica, cerque-se de pessoas que o aceitem do jeito que você é. Tem família que a gente escolhe, que são os nossos amigos, e o mundo está cheio de gente que não vê problema nenhum em ser gay – geralmente, essas são as pessoas que valem a pena. Aproxime-se delas. Concordo que não seja fácil encontrar alguém (seja gay ou hétero) compatível, mas comece circulando por bares ou grupos online que sejam gayfriendly. Lembre-se que sua família não estará lá. Você dificilmente vai acertar de primeira, mas vá com calma. Uma hora você vai acabar acertando.

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