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16 detetives da vida real que poderiam estar nos cinemas

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h13 - Publicado em 26 Maio 2015, 17h44

Por Raquel Sodré e Otavio Cohen

Law and Order, Psych, Monk, Sherlock, Cold Case, CSI (de todas as cidades dos Estados Unidos, inclusive Nova Iguaçu), Criminal Minds, NCIS, Bones são, para citar apenas as que eu lembrei sem pensar muito, séries de super sucesso. O que elas têm em comum? Sim, todas são histórias de detetives. Esse assunto nos fascina desde que Edgar Allan Poe escreveu a história de C. Auguste Dupin, no século 19. Mas o trabalho dos detetives é fascinante também na vida real. Aliás, às vezes é até mais inacreditável do que as histórias que saem dos livros, filmes, séries, quadrinhos e games. Aqui, nesta SUPERLISTA, vamos apresentar algumas histórias reais que poderiam virar série de televisão a qualquer hora.

 

1. Eugène François Vidocq

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Na virada do século 18 para o 19, essa coisa de ter uma pessoa da polícia especializada em investigar casos difíceis e mirabolantes não estava muito na moda. Ainda. Na França, tinha um sujeito chamado Eugène François Vidocq, que era amigo de gente como Victor Hugo, Honoré de Balzac e Alexandre Dumas (o pai). Aventureiro por natureza, Vidocq sempre se metia em problemas com a polícia. Certa vez, depois de abandonar o posto no exército em plena guerra da França contra a Áustria, ele foi abordado por policiais. Como era desertor e não tinha documentos, ele inventou um nome e uma nova biografia. E ficou um ano fingindo que era outra pessoa – inclusive quase se casou com uma viúva rica. Nos anos seguintes, aplicou vários golpes, foi preso, saiu da cadeia, assumiu várias outras identidades. Em suas passagens pelas mãos do estado, servia como informante e ajudava a prender outros criminosos piores. Até que a polícia percebeu que as habilidades do cara poderiam ser úteis em investigações complicadas. Em 1811, ele já era oficialmente um investigador – provavelmente o primeiro da história. Aos poucos, sua equipe foi crescendo até virar um escritório dedicado a crimes complexos – provavelmente o primeiro da história. É verdade que a polícia nunca chegou a confiar 100% em Vidocq. Afinal, a ficha dele era bem suja. Mas por duas décadas, ele fez parte da corporação, até se aposentar e virar investigador particular.

 

2, 3 e 4. Allan, William e Robert Pinkerton

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Pouco tempo depois de Eugène Vidocq fazer história, outros detetives brotaram mundo afora. Nos Estados Unidos, um pai e seus dois filhos – Allan, William e Robert Pinkerton – formaram uma das mais famosas agências de investigação da época, que cumpriu um papel importante na perseguição de espiões e mercenários durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. Talvez você já tenha ouvido falar de Jesse James, certo? Foram eles que capturaram. O Serviço Secreto dos EUA? Eles ajudaram a criar. E olha que eles entraram na profissão por aciente. O pai, Allan Pinkerton, ficou indignado com uma onde de assaltos em sua vizinhança e decidiu encontrar sozinho o culpado. Conseguiu – e não parou mais. Ao longo de sua carreira, os três faziam de tudo, inclusive viagens longas, para a América do Sul ou para a Europa, em busca de foras-da-lei. A melhor parte: dizem que os três eram super a favor dos direitos das mulheres, contra os fanáticos religiosos e os escravocratas.

 

5. Kate Warne

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“E as mulheres, cadê?”, perguntaria Olivia Benson. Se você olhar bem para a foto, além de reconhecer Allan Pinkerton ali sentado na cadeira, à direita, também verá uma mulher detetive – ainda que disfarçada de homem. Ela está de pé, com a mão na pilastra. Kate Warne foi a primeira detetive do sexo feminino de que se tem notícia. Ela foi contratada em 1856 pelos Pinkerton para resolver um caso e foi tão bem que fez carreira. Inclusive, foi chefe da divisão feminina da agência dos Pinkerton. Ela trabalhou em centenas de casos e dizem que era ótima quando precisava se disfarçar. Infelizmente, adoeceu misteriosamente aos 35 anos e nunca mais se recuperou. Quando ela morreu, Allan Pinkerton até entrou em depressão.

 

6. Izzy Einstein e Moe Smith

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Na década de 1920, os Estados Unidos viviam a Lei Seca – ideia genial do governo democrata de Woodrow Wilson para acabar com os problemas sociais: proibir a venda de bebidas alcóolicas. É claro que esse plano não deu certo. Na verdade, o tiro saiu pela culatra: foi justamente nessa época que a máfia explodiu de ganhar dinheiro e de ampliar seus poderes país afora. Nesse contexto, o que não faltava para os detetives da época era trabalho, e os dois maiores sucessos na apreensão de ilícitos eram Isidor “Izzy Einstein e Moe Smith, de Nova Iorque. Sozinhos, eles conseguiram prender 4,9 mil criminosos, apreender quase 5 milhões de garrafas contrabandeadas de bebidas e condenar 95% de seus acusados. Mas o mais impressionante sobre eles era sua capacidade de disfarce. Como Sherlock Holmes, Einstein e Smith conseguiam se esconder debaixo do nariz dos criminosos, mesmo em uma época em que seus retratos estavam pregados em todos os escritórios da máfia.

 

7. Calvin Goddard

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No Dia dos Namorados de 1929, sete homens foram enfileirados diante de uma parede e baleados. Ninguém sabia muito bem como o crime tinha acontecido. Aí a polícia chamou um especialista em balística para dar uma olhada nas evidências. O nome do escolhido era Calvin Goddard. A investigação dele confirmou as suspeitas fortes de que o massacre tivesse sido encomendado por Al Capone, chefão da máfia em tempos de Lei Seca. Logo, Goddard ficou famoso entre os policiais, que sempre pediam sua ajuda quando um caso mais cabeludo aparecia. Aí alguém teve uma ideia ótima: por que Goddard não ensinava os outros o que sabia? Surgiu, então, uma espécie de escola e laboratório de detecção de crimes em Chicago. Tipo um CSI das antigas. Em 1932, Goddard também foi dar assistência na criação de um laboratório de ciência forense, desta vez no FBI.

 

8. Dave Toschi

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Nancy Wong / Wikimedia Commons

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Foi ele quem inspirou os personagens do inspetor Harry Callahan, de “Dirty Harry”, e do tenente Frank Bullitt, de “Bullitt”. Toschi foi inspetor do departamento de polícia de San Francisco de 1952 a 1983. Conhecido por ser meticuloso, bem vestido e por carregar sua arma em um coldre de saque rápido, ele foi um dos primeiros detetives envolvidos no caso Zodíaco – até hoje sem solução. De dezembro de 1968 a outubro de 1969, o assassino Zodíaco aterrorizou São Francisco com uma série de crimes que vinham acompanhados de cartas e ameaças de atos terroristas que teriam como alvo escolas infantis. Toschi e outros dois membros do DP caçaram o assassino por anos a fio, sem nunca obter uma condenação de seu principal suspeito: o professor Arthur Leigh Allen. O detetive também esteve nas investigações dos assassinatos Zebra, crimes de origem racista de uma gangue de negros contra brancos em meados dos anos 1970.

 

9. Johnny Broderick

Membro do departamento de polícia de Nova Iorque de 1923 a 1947, Broderick patrulhava o distrito dos teatros na cidade. Sua fama era de mal, e essa reputação foi construída em cima da vontade de “Broadway Johnny” de derrubar gângsters e suspeitos, sem distinção. Em uma cena lendária, Johnny pegou o famoso gangster Jack “Legs” Diamond e o jogou dentro de uma lata de lixo. Ele também ficou famoso por ter enfrentado prisioneiros armados no Complexo de Detenção de Manhattan – mais conhecido como “The Tombs” (ou “os túmulos”, em português). Quando os presos se esconderam atrás de uma pilha de sacos de carvão, Broderick armou o ataque, atirando nos rebeldes. Dizem que a ação de Broadway Johnny foi o que levou os presos a cometerem suicídio nesse episódio.

 

10. William J. Burns

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Se existiu um Sherlock Holmes da vida real, esse alguém foi o filho de imigrantes irlandeses William J. Burns, que virou diretor do Bureau of Investigation (BOI). Ele começou como detetive particular. Mas, enquanto tocava a William J. Burns International Detective Agency, se envolveu nas investigações dos casos mais famosos do início do século 20. Em 1910, ele foi contratado para resolver o bombardeio do prédio do Los Angeles Times. No ano seguinte, eles prenderam os terroristas John J. e James B., depois de seguir um rastro de dinamites do meio-oeste até Los Angeles. Menos de uma década depois, Burns estava envolvido em um outro caso de terrorismo. Em 1920, uma bomba foi detonada em Wall Street, matando 38 pessoas e ferindo cerca de 400. Burns logo estava na cena do crime e foi um dos primeiros a sustentar a teoria de que o ataque havia sido feito por simpatizantes do comunismo. O caso, contudo, permanece sem solução até hoje. Logo depois de se tornar diretor do BOI, contudo, a carreira de Burns foi ladeira abaixo. Ele se envolveu em uma série de escândalos. Depois que seus podres foram revelados, ele passou o resto da vida escrevendo histórias de… detetives! E o BOI acabou virando o FBI que conhecemos hoje.

 

11. William J. Flynn

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Não confunda! Apesar de terem o mesmo nome e sobrenome do meio, de serem fisicamente parecidos e de terem sido contemporâneos, William J. Flynn não é a mesma pessoa que William J. Burns! Flynn também trabalhou no BOI, mas antes ele passou alguns anos como advogado na cidade de Nova Iorque. Ele ajudou a reorganizar o Bureau de acordo com as diretrizes da Scotland Yard e do Serviço Secreto. Foi Flynn quem travou as primeiras batalhas dos EUA contra a máfia – que, na época, era comandada por Giuseppe Morello. Em 1910, suas investigações levaram Morello à cadeia por falsificação.

 

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12. Ellis Parker

Ele era o chefe dos detetives de Burlington County, em New Jersey, uma cidadezinha vizinha de NY. Mesmo assim, ele investigou cerca de 300 crimes – muitos classificados como mistérios sem solução pela imprensa local. O caso conhecido como “The Pickled Corpse” (algo como “o cadáver em conserva”) é, até hoje, tido como uma das maiores sacadas de dedução, investigação forense e trabalho investigativo do mundo. Mas nem tudo foram flores na vida de Parker. Ele ficou mal na fita depois do caso do sequestro Lindbergh. O próprio Parker sequestrou e torturou um suspeito! Ele acabou passando vários anos na cadeia por causa disso. Mas o pior é que o homem de quem ele suspeitou era seu próprio parceiro, o promotor de justiça Paul Wendel.

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13. Marcel Guillaume

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Há quem diga que o autor Georges Simenon se inspirou em no detetive Marcel Guillaume para criar o inspetor Jules Maigret. Guillaume se mudou do interior para Paris, e foi incentivado a entrar para a polícia por seu padrasto, que era policial. Por décadas, Guillaume lapidou seus conhecimentos e ficou conhecido por ser um investigador paciente – e por conhecer Paris como a palma da sua mão. Um de seus casos mais famosos foi em 1933, quando Violette Noziere, 18, envenenou seus pais com uma grande quantidade de sedativos misturados na bebida. O pai morreu, mas a mãe conseguiu sobreviver. Depois de uma longa investigação, Violette confessou o crime: ela queria vingança por anos sendo estuprada pelo pai.

 

14. Ignatius Pollaky

“Paddington Pollaky”, um imigrante húngaro, foi um dos primeiros detetives particulares do mundo. Ele construiu sua reputação nos anos 1860 a 1870, período no qual era consultor da Scotland Yard toda vez que os casos envolviam criminosos do continente. Ele falava seis línguas e tinha um grande interesse pelas mentes criminosas, o que davam a ele uma vantagem sobre os contraventores. Seu caso mais famoso foi o assassinato na Road House, em 1860. Esse caso inspirou o livro “The Suspicions of Mr. Whicher”, de Kate Summerscale. O livro leva a crer que Pollaky foi o primeiro a desconfiar que o menino Francis “Saville” Kent foi morto por alguém da própria família.

 

15. William E. Fairbairn

Durante as duas grandes guerras, Shangai, na China, era uma das cidades mais perigosas do mundo. Dividida em partes que separavam os chineses dos europeus, a cidade era rota de um forte contrabando e polo de prostituição que traficava também drogas e armas. Mas aí chegou William E. Fairnairn. Pouco depois de colocar os pés em Shangai, ele se alistou na Polícia Municipal da cidade. Logo, logo, ele aprendeu que ser policial em Shangai era equivalente a lutar em uma guerra. Então, ele organizou uma das primeiras equipes de SWAT do mundo e desenvolveu o sistema Defendu, que ensinava os policiais a bloquear e reagir a ataques com facas e outros ataques potencialmente fatais. Dizem por aí que ele foi a inspiração para o personagem Q. da saga James Bond.

 

16. Raymond C. Schindler

Schindler começou sua vida profissional como corretor de seguros, depois foi vendedor de fitas de datilografia (trabalho empolgante) e mineiro de ouro na Califórnia. Mas aí ele respondeu a um anúncio destinado a jovens que gostavam de fazer pesquisas históricas e, aos 25 anos, começou a trabalhar no Departamento de Polícia de San Francisco. Ele foi protegido de William J. Burns e, em 1910, ele era chefe do Bureau Schindler de Investigação. Houve somente um caso que ele não conseguiu resolver. Em 1943, Sir Harry Oakes, um importante nome do Maine, foi assassinado. Seu corpo foi encontrado com marcas de espancamento em sua mansão. Os culpados tentaram incinerar o corpo, mas só conseguiram chamuscá-lo. Schindler foi contratado por US$ 300 ao dia para resolver o caso, fora as despesas. Mas nem o “incentivo” foi suficiente para que Schindler conseguisse desvendar o mistério. O caso continua sem solução até hoje.

 

Via Listverse,

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