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5 países que se tornaram independentes nos últimos 20 anos

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h13 - Publicado em 24 set 2014, 13h34

Por Bruno Assis

 

A Escócia disse “Não” e continua a fazer parte do Reino Unido. Apesar da negativa, outras localidades europeias continuam firmes no processo de ouvir sua população e tentar declarar a independência. A Catalunha, por exemplo, luta contra a Espanha para fazer o plebiscito. Caso semelhante ao que enfrentam Flandres, na Bélgica, e Vêneto, na Itália. Pesa contra o fato de que, nos últimos 20 anos, poucos foram os países que se tornaram independentes e integraram o quadro da ONU. Trazemos aqui quatro dessas histórias e uma situação que já se arrasta há alguns anos.

 

Sudão do Sul – 2011

Sudão do sul

O Sudão foi, por muito tempo, um país com guerras constantes. Antes mesmo da sua independência, que aconteceu em 1956, já havia conflitos entre as áreas norte e sul, motivados por divergências religiosas entre as duas regiões. A primeira guerra civil só terminou em 1972, quando o norte ofereceu autonomia ao sul. A trégua durou 11 anos, quando a liberdade dos sulistas foi retirada pelo governo. Desde então, estima-se que mais de 1,5 milhões de pessoas morreram no conflito, que terminou com um acordo de paz, em 2005.

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Um dos pontos desse acordo era a realização de um plebiscito para saber se o Sudão do Sul se tornaria independente. Ele foi realizado entre os dias 9 e 15 de janeiro de 2011 e 98,83% da população se declarou a favor da independência. Em 9 de julho, o Sudão do Sul se tornou, oficialmente, o país mais jovem do mundo.

A situação por lá, porém, não é das mais tranquilas. Uma das maiores crises atuais enfrentadas pelo novo país africano é política. Em dezembro de 2013, tropas favoráveis ao então vice-presidente, Riek Machar, entraram em conflito com as do presidente Salva Kiir. A Organização das Nações Unidas afirma que cerca de 1,5 milhões de pessoas foram deslocadas de suas casas por causa da briga. O cenário atual é um pouco mais otimista, pois os grupos rivais assinaram um cessar-fogo de sete meses, no fim de agosto de 2014.

O que não é tão otimista é a situação da população. Ainda de acordo com a ONU, o país vive uma série crise de distribuição de alimentos e não consegue cumprir as necessidades básicas de abastecimento de água, de saneamento ou de saúde. A Organização afirma que meio milhão de crianças com menos de 5 anos precisarão de tratamento para desnutrição, isto só em 2014. E o pior, a Unicef estima que cerca de 50 mil podem morrer em 2014 por causa desse problema.

 

Kosovo – 2008

Flag of Kosovo

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Dentre o intrincado processo territorial envolvendo a antiga Iugoslávia, o Kosovo é um dos poucos casos ainda sem solução. Ele se declarou independente em 2008, porém isso foi feito sem nenhum acordo formal com a Sérvia. Essa decisão unilateral foi aceita por 56% dos países que pertencem à ONU e por 82% daqueles que pertencem à União Europeia. Kosovo já participa do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial, da União Internacional dos Transportes Rodoviários e do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa. O problema é que a Sérvia, parte diretamente envolvida no processo, e alguns outros países, como Rússia, China e Brasil, continuam sem reconhecer a independência da região.

Parte desse conflito acontece por causa da relação entre os albaneses e os sérvios que vivem por lá, agravada pelas consequências da Guerra do Kosovo, que aconteceu no fim dos anos 90 (entre 1998 e 1999). A derrota da Sérvia fez com que a ONU criasse uma missão de administração interina para a região, que teria uma certa autonomia em relação ao país a que continuava ligada. O poder foi entregue, em 2001, para as lideranças albanesas e o processo de independência começou a ser discutido novamente. A Sérvia, porém, insiste que Kosovo continue a pertencer a ela, enquanto as lideranças locais dizem que a única solução é se tornarem independentes.

Acordos diplomáticos foram trabalhados nesse período, mas sem nenhuma conclusão. Sérvia e Rússia se recusam a aceitar a independência. Com isso, em 17 de fevereiro de 2008, o Kosovo declarou sua independência e agora aguarda o total reconhecimento internacional, em um processo que se arrasta ao longo dos últimos seis anos.

 

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Montenegro – 2006

Montenegro

O Principado de Montenegro foi formado em 1852 e, desde então, a região já lutava para se ver independente do Império Otomano. A oficialização dessa independência só aconteceu após várias batalhas e a assinatura do Tratado de Berlim, em 1878, quando os otomanos enfim reconheceram a autonomia do local. A independência de Montenegro durou até 1918, quando terminou a Primeira Guerra Mundial e eles, que haviam sido invadidos pelo Império Austro-Húngaro por apoiarem os Aliados, foram incorporados à Iugoslávia.

Com o desmanche do país, em 1992, um referendo foi feito com a população de Montenegro, perguntando se eles gostariam de ser um estado com autonomia, mas que continuasse atrelado à Iugoslávia, ou se queriam a independência. Cerca de 96% da população disse que preferia manter a situação como estava e, com isso, o país foi mantido, apenas com os territórios da Sérvia e de Montenegro. A separação definitiva começou em 2003, quando a Iugoslávia foi extinta e se formou a frágil Sérvia e Montenegro.

Um novo referendo foi feito com a população em 2006 e, dessa vez, sob a supervisão da União Europeia. A organização pedia um mínimo de 55% de aprovação para reconhecer o país como independente e o resultado da votação foi apertado, fazendo valer a autonomia do estado por apenas 0,5% dos votos. No dia 3 de junho de 2006, Montenegro declarou sua independência e, menos de um mês depois, já era o 192º país a integrar o quadro da ONU.

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Timor-Leste – 2002

Timor leste

A história da independência do Timor-Leste passa, primeiro, pela Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal no dia 25 de abril 1974. Foi ela a responsável por levar de volta a democracia para o país ibérico e garantir que o processo de descolonização do Timor-Leste acontecesse, já que as ditaduras de Salazar e Marcelo Caetano se recusavam a aceitar isso.

Em 28 de novembro de 1975, o Timor se tornava uma nação independente. A situação, porém, não durou muito tempo. Em 7 de dezembro, sob o pretexto de proteger sua população que vivia no país, a Indonésia invadiu o território timorense, anexando-o como a 27ª província daquela nação. Deu-se início a um período de muita luta da população local para se ver livre do domínio indonésio. A Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação de Timor-Leste (CAVR) estima que pelo menos 102.800 pessoas tenham morrido entre 1975 e 1999. O uso do português foi abolido e o ensino do tetum, língua local, foi desencorajado.

A situação começou a mudar em 1996, quando José Ramos-Horta e o bispo D. Ximenes Belo receberam o Nobel da Paz pela defesa dos direitos humanos e da independência do Timor-Leste. O mundo voltou os olhos para o país e, em 1999, uma força de paz da ONU, chefiada pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello, ajudou a desarmar os milicianos e levar a paz. Um referendo realizado no mesmo ano mostrou que 78,5% da população era favorável à independência e consequente separação da Indonésia, coisa que só aconteceu após a estabilização política, três anos depois.

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Palau – 1994

Palau

Este arquipélago localizado no oeste do Oceano Pacífico, próximo de Filipinas, conseguiu sua independência em 1979, mas o processo se arrastou tanto que acabou finalizado apenas na década de 1990. Os eventos que culminaram na independência de Palau, porém, começaram bem antes disso, ainda na Primeira Guerra Mundial.

Durante o fim do século XIX, o arquipélago se viu sob a disputa de Espanha, Alemanha e Inglaterra. Quem decidiu esse impasse foi o papa Leão XIII, em 1885, que reconheceu o domínio dos ibéricos. Quatorze anos depois, a Espanha vendeu as ilhas para a Alemanha que, com a Primeira Guerra Mundial, viu seu território além-mar ser invadido pelo Japão, que permaneceu por lá até 1944. O país foi o cenário para uma intensa disputa entre Estados Unidos e Japão, que terminou com a vitória dos norte-americanos.

Em 1947, a ONU decidiu que Palau faria parte do Protetorado das Ilhas do Pacífico, comandado pelos Estados Unidos. Já em 1979, por causa das diferenças culturais e de linguagem, a população das ilhas se recusou a se juntar à Federação dos Estados da Micronésia e iniciou um longo processo de organização para a independência. Dois presidentes morreram de forma trágica no caminho (um assassinado e outro se suicidou), o que atrasou ainda mais o processo, que só foi encerrado em 1994, quando Palau se viu completamente independente dos Estados Unidos e passou a integrar o quadro da ONU.

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