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8 coisas que não vão se repetir na história

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h12 - Publicado em 28 ago 2014, 16h26

Por Luiza Antunes

 

“A história nunca se repete, mas rima”. Essa frase é do autor americano Mark Twain, que acreditava que nenhuma ocorrência histórica era solitária, mas uma eterna repetição de algo que já aconteceu antes. Outros grandes pensadores já discorreram sobre o tema da recorrência histórica, como Maquiavel, Durkheim e Nietzche. Alguns eventos, porém, mesmo que se repitam em outro contexto, nunca acontecerão da mesma forma, por razões diversas. Conheça 8 coisas que provavelmente nunca vão se repetir na história do Brasil e do mundo.

 

8. Os últimos prisioneiros a deixar o Carandiru

No dia 15 de setembro de 2002, os últimos 76 detentos deixaram para sempre a Casa de Detenção São Paulo, conhecida como complexo do Carandiru. O lugar era considerado um exemplo da deterioração do sistema carcerário paulista, com superlotação, fugas constantes, rebeliões sangrentas – a maior delas em 1992, conhecida como o Massacre do Carandiru, uma ação policial que deixou mais de 400 detentos mortos. O estudo para desativação do presídio começou nos anos 80, mas foi só em 2001 que a Casa de Detenção parou de receber novos presos.

No dia 8 de dezembro de 2002, o prédio deixou de existir após 46 anos de funcionamento, com a implosão do complexo usando 250 quilos de explosivos. Em 7 segundos, o Carandiru sumiu para sempre e no local foi construído o Parque da Juventude.

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7. A última sobrevivente do Titanic

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Em 31 de março de 2009, morreu Elizabeth Gladys Dean, ao 97 anos. Ela era a última sobrevivente do naufrágio do RMS Titanic. O transatlântico afundou em sua viagem inaugural, na noite de 14 de abril de 1912. Elizabeth, que tinha como apelido Milvina, viajava na terceira classe com seus pais e o irmão de dois anos. Ela era um bebê de 10 semanas. Sua família pretendia abrir uma loja de tabaco nos Estados Unidos. Logo após o navio bater no iceberg, o pai conseguiu tirar a família da cabine e colocá-los num bote salva-vidas. Ele foi o único que não sobreviveu ao desastre.

Outras 1517 pessoas morreram no naufrágio, a maioria eram passageiros da terceira classe, que teve apenas 24,5% de sobreviventes (na primeira, foram 60,5%).

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6. A última pessoa a se contaminar com varíola

No dia 8 de maio de 1980, a Organização Mundial de Saúde anunciou que a varíola foi erradicada. O vírus que causa a doença, chamado Orthopoxvirus, já havia matado cerca de 500 milhões de pessoas somente no século 20.

Uma enorme campanha de vacinação garantiu a erradicação da doença. O último caso registrado numa comunidade foi em 1977, na Somália, quando um jovem de 23 anos contraiu a doença, mas se recuperou. Em 24 de agosto de 1978, uma médica, chamada Jane Parker, foi exposta ao vírus por acidente num laboratório. Tratava-se de uma das cepas mais violentas do vírus, então ela morreu no dia 11 de setembro do mesmo ano.

O vírus ainda é mantido em dois centros governamentais, um em Atlanta, nos Estados Unidos, e outro em Koltsovo, na Rússia. A OMS solicita que esses lugares destruam as amostras, o que erradicaria de vez a existência do Orthopoxvirus da face da Terra.

 

5. O último continente conhecido

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O mapa da Terra como todos conhecemos foi desenhado graças aos descobrimentos europeus. Não que essas terras não fossem conhecidas antes. Muito pelo contrário, todos os continentes, com exceção da Antártida, já eram habitados desde muito antes da época das Grandes Navegações. E vários tiveram seus povos dizimados com as colonizações. Mas, sem dúvida, a nossa visão de mundo nunca mais será a mesma depois que todos os continentes foram mapeados.

O último continente habitado a ser descoberto foi a Oceania, que os europeus chamaram de Novíssimo Mundo. As primeiras expedições àquela região foram dos portugueses, lá pelos anos 1500, quando estavam circunavegando o mundo. Algumas ilhas foram descobertas nesse processo. Mas foi um holandês, em 1642, que encontrou (mais especificamente avistou) a Austrália e a Nova Zelândia pela primeira vez. O nome dele era Abel Tasman, e por isso a Tasmânia tem esse nome. Quem mapeou boa parte dessa região foi a equipe do capitão inglês James Cook, a partir de 1768. Ele quem descobriu a costa ocidental da Austrália e o arquipélago de ilhas que ele chamou de Polinésia Francesa.

Alguns podem argumentar que foi a Antártida o último continente conhecido. Mas as primeiras viagens documentadas às águas antárticas foram no século XVI: Américo Vespúcio inclusive fez um registro visual das terras – ou melhor, do gelo. James Cook e sua equipe (sim, de novo eles) foram os primeiros a cruzar o Círculo Polar Ártico. As primeiras expedições terrestres à Antártida, porém, só aconteceram na metade do século 19. De fato, o último continente a ser explorado por terra.

 

4. O último astronauta do Projeto Apollo a pisar na Lua

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Entre 1961 e 1972, a Nasa coordenou um conjunto de missões espaciais com o objetivo de levar o homem à Lua. O nome dessas missões era Projeto Apollo e, em 20 de julho de 1969, a missão Apollo 11 conseguiu pousar em solo lunar pela primeira vez. Apesar de várias teorias da conspiração afirmarem que o homem não chegou à Lua coisa nenhuma, existiram outras missões tripuladas da Apollo ao famoso satélite natural da Terra. A última delas foi em dezembro de 1972, na missão Apollo 17. O comandante da missão Eugene Andrew Cernan foi o 11º homem a pisar na Lua (seu co-piloto, Harrison Schmitt, foi o 12º), e também foi a última pessoa a deixar pegadas por lá, já que ele foi o último a entrar na nave depois de 22 horas explorando a superfície e coletando material geológico.

O projeto Apollo foi cancelado logo depois do retorno dessa missão, por falta de verbas e desinteresse da opinião pública. Já existiram outros projetos para o retorno do homem à Lua, como o Programa Constellation, mas até o momento eles foram descontinuados por falta de verbas. Ou seja, ainda demora bastante para o homem voltar lá. E se voltar, nunca mais será numa icônica nave Apollo.

 

3. O último Faraó do Egito

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Durante cerca de 3 mil anos, o Egito Antigo viveu a tradição faraônica: grandes governantes que criaram um império e foram responsáveis pela construção de monumentos como as pirâmides de Gizé. Não se sabe ao certo quem foi o primeiro Faraó, já que nesse período a escrita começava a ser inventada, mas a tradição egípcia apresenta Menes (ou Narmer, em grego), como o primeiro Faraó a unificar o Egito em 3100 a.C.

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Porém, não há dúvidas sobre quem foi o último Faraó: Ptolomeu XV, da dinastia Ptolemaica, também conhecido como Cesarion, supostamente filho de Júlio César com Cleópatra. Ele foi nomeado co-regente do trono egípcio em 2 de setembro de 44 a.C, quando tinha apenas 3 anos. Claro, ele nunca exerceu poder nenhum, já que sua mãe concentrava o governo em suas mãos.

Na ocasião da batalha de Acácio, em 31 a.C, quando Otaviano Augusto invadiu o Egito, Cleópatra mandou o filho, que já era adolescente, e um grande tesouro para um porto, onde ele deveria fugir para a Índia. Depois, ela e Marco Antônio se suicidaram. Cesarion, o último faraó egípcio, acabou preso e executado em Alexandria, em circunstâncias pouco conhecidas.

 

2. A última morte da Primeira Guerra Mundial

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Henry Gunther foi o último soldado a morrer na Primeira Guerra Mundial, no dia 11 de novembro de 1918, às 10h59, exatamente um minuto antes do armistício que encerrava as hostilidades começar a valer. O único responsável pela morte de Gunther foi o próprio, num ato de estupidez. Ele era um soldado americano que lutava na guerra desde setembro. O armistício foi assinado pelos alemães às 5 horas da manhã do dia 11/11 e passaria a valer às 11h. Nesse dia, a unidade dele se aproximou de uma barreira na estrada onde estavam posicionadas duas armas automáticas alemãs. Todo mundo, nessa hora, já sabia do cessar-fogo. Mas Gunther, contrariando as ordens do seu amigo e agora sargento Ernest Powel, carregou sua baioneta e partiu para cima dos soldados alemães. Eles tentaram afastar Gunther, mas o soldado americano continuou avançando e atirando. Assim, ele acabou levando tiros da arma automática e morreu instantaneamente. Segundo entrevistas dos colegas dele, Gunther estava obcecado com o fato de ter sido removido do posto de sargento e queria mostrar seu valor aos superiores.

 

1. O último dia da União Soviética

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No dia 21 de dezembro de 1991, onze representantes das repúblicas que formavam a União Soviética assinaram um documento declarando-a extinta. Nesse mesmo ano, a URSS vivia um ampla crise. Até o momento da assinatura do tratado, onze das quinze repúblicas soviéticas já haviam declarado sua independência. No Natal, o presidente Mikhail Gorbachev renunciou ao poder, numa cerimônia transmitida para o mundo inteiro, e declarou o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Oficialmente, a dissolução ocorreu no dia 31 de dezembro de 1991, depois de 69 anos de existência.

Relembrando as palavras de Mark Twain, pode ser que um dia a história venha a rimar, e alguma união semelhante de países aconteça, mas certamente não será igual a essa que existiu no passado.

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