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17 doenças raras e estranhas estudadas pela ciência (parte 1)

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Atualizado em 8 mar 2024, 10h32 - Publicado em 1 set 2015, 18h13

Você sabia que algumas pessoas acreditam que estão mortas? Ou que outras têm uma mão com vida própria? Além de bizarras, ambas as descrições são sintomas de doenças extremamente raras que atingem uma pequena porção da sociedade.

A galeria a seguir apresenta estas e outras síndromes que amedrontam muitas pessoas. Nela, você verá as principais causas e os tratamentos sugeridos pelos cientistas. Vale lembrar: se você é hipocondríaco esta galeria pode lhe deixar um pouco assustado. O aviso foi dado. 

1. Síndrome de Alice no País das Maravilhas

Há 150 anos, o livro Alice no País das Maravilhas, escrito por Lewis Carroll, foi publicado e encantou milhões de pessoas no mundo. Em 1955, 90 anos depois da primeira impressão do best-seller, o psiquiatra John Todd descobriu que alguns de seus pacientes tinham as mesmas experiências vividas pela personagem da obra.

Eles sentiam que os objetos ao seu redor eram desproporcionalmente grandes ou pequenos. Além disso, eles tinham alucinações comparáveis a de um usuário de LSD, como a falta de noção de tempo. As sensações podiam ocorrer várias vezes ao dia e durar de minutos a semanas. 

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Leitor assíduo de Carroll, Todd chamou a síndrome de Alice no País das Maravilhas, mas muitos a também chamam de Síndrome de Todd. A doença está associada a tumores cerebrais e ao uso de drogas psicoativas, como cogumelos alucinógenos e LSD. No entanto, sua principal causa é a enxaqueca. A síndrome afeta, geralmente, crianças e adultos que têm dores de cabeça constantes. 

O tratamento para a síndrome é muito parecido com o da enxaqueca. O paciente precisa ingerir muitos líquidos, comer comidas leves, descansar em algum local escuro e tomar remédios para a dor de cabeça. 

2. Transtorno de Pica

A denominação vem do latim e significa “pega”, um pássaro conhecido por comer tudo que vê pela frente. Como o animal, quem sofre desse mal ingere substâncias não-comestíveis, desde vômito, fezes e sangue até pedra, madeira e cabelo, por mais de um mês.

Claro que comer coisas tão estranhas pode causar problemas sérios para as pessoas com o transtorno. Por exemplo, intoxicação por chumbo pode resultar da ingestão de pintura ou gesso e o consumo de bolas de pelo podem causar obstrução intestinal.

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Os cientistas ainda não sabem o que causa o Transtorno de Pica. Porém, muitos acreditam que ela está ligada a traços culturais. Pessoas em alguns países da África e da China consomem terra devido à falta de alimentos ricos em ferro, por exemplo.

Outros pesquisadores pensam que o transtorno está ligado a doenças psíquicas, como a esquizofrenia. Geralmente, mulheres grávidas e crianças com problemas de crescimento desenvolvem o Transtorno de Pica.

A doença pode ser tratada de várias maneiras, dependendo do que a pessoa ingeriu. Geralmente, o paciente só precisa mudar a dieta, pois está faltando algum tipo de específico de vitamina no corpo.

3. Delírio de Capgras

Já imaginou ver seu pai e acreditar piamente que ele é, na realidade, um impostor? É esta ilusão que é fabricada na mente de quem tem o delírio de Capgras. Também chamada de síndrome de Capgras, o mal envolve erros de identificação a respeito de pessoas, lugares ou objetos. Confundida com a esquizofrenia, ela pode ocorrer de forma aguda, passageira ou grave.

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As causas do delírio ainda não foram encontradas. Porém, um artigo dos psicólogos Hadyn Ellis e Andy Young levanta a hipótese de que a capacidade de reconhecimento das pessoas com a síndrome funciona normalmente. No entanto, elas podem ter danificado a sua habilidade emocional de reconhecer seres humanos.

4. Síndrome de Stendhal

Se você sente taquicardia, tonturas e até alucinações quando está observando uma obra de arte com características marcantes, talvez você tenha a Síndrome de Stendhal.

A doença foi pela primeira vez descrita pelo escritor Marie-Henri Beyle (que usava o pseudônimo Stendhal), em 1817. Em seu livro Nápoles e Florença: uma jornada de Milão ao Reggio, ele conta sua experiência com o fenômeno quando foi visitar a Basílica de Santa Croce. O escritor sentiu palpitações e nervosismo quando viu os afrescos do pintor Giotto.

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Após 170 anos da publicação do livro, a psiquiatra italiana Graziella Magherini encontrou evidências de que o surto emocional do escritor era uma doença. Ela examinou 107 pessoas que visitaram a cidade de Florença, na Itália, e que tiveram as mesmas reações que Stendhal ao observar obras de arte.

Ela disse que as vítimas da síndrome são, geralmente, homens e mulheres solteiros entre 26 e 40 anos, que estão viajando sozinhos. Além disso, mais da metade dos hospitalizados em seu estudo tiverem contato prévio com um psicólogo ou psiquiatra. Segundo Magherini, em entrevista ao The New York Times, os pacientes se recuperam após alguns dias de descanso.

O tratamento indicado é a terapia individual para tratar os delírios. Além disso, medicamentos antipsicóticos são utilizados para enfraquecer a doença.

5. Síndrome de Diógenes

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Diógenes de Sínope foi um filósofo grego que representava o cinismo, uma corrente que prega o desapego aos bens materiais. Ele levava muito a sério a filosofia e, por isso, vivia em um barril e tinha apenas uma túnica, um cajado e uma tigela.

Você deve imaginar que as pessoas que sofrem da Síndrome de Diógenes devem ser como o filósofo: desapegados. No entanto, esse epônimo tem sido criticado por duas razões, segundo um artigo do Jornal Brasileiro de Psiquiatria: quem tem a doença acumula objetos e tende ao isolamento por ser desconfiado e não por desejar ser autossuficiente.

Assim, a síndrome é uma desordem caracterizada por extremo autoabandono, retraimento social, apatia e acumulação compulsiva de lixo. Estudos ainda não são conclusivos com relação as causas da doença.

No entanto, muitos cientistas acreditam que a síndrome é uma reação ao estresse. Além disso, eles perceberam que indivíduos que sofreram danos no cérebro, especialmente no lobo frontal, podem adquirir Diógenes com mais facilidade. Isso acontece pois essa área cerebral está envolvida com o raciocínio, a tomada de decisão e ao controle de conflitos.

Geralmente, a síndrome ocorre entre os idosos. Segundo o Jornal Brasileiro de Psiquiatria, a síndrome de Diógenes “é uma condição grave que requer uma abordagem multiprofissional”.

6. Síndrome de Paris

Ir a Paris pode ser um sonho para a maioria das pessoas. Porém, para algumas pessoas, a cidade da luz traz experiências ruins à memória. O paciente com a Síndrome de Paris tem delírios, alucinações, sentimentos de perseguição, ansiedade e taquicardia quando visita à capital da França e outros lugares da Europa ocidental.

Ainda não se sabe as causas da doença, mas muitos cientistas acreditam que ela é, na realidade, uma experiência de choque cultural. Esta hipótese está calcada no fato de que a maioria das pessoas que têm a síndrome são asiáticos, principalmente japoneses, que estão conhecendo a cultura ocidental pela primeira vez.

Assim, pelos sintomas serem passageiros, o mal não necessita de tratamento. O que o paciente precisa fazer é ir embora da cidade o quanto antes.

7. Síndrome da Mão Alheia

Já imaginou não ter controle nenhum sobre a sua mão? Ela lhe bate, soca e belisca sem que você queira que isto aconteça. Esse é o dia a dia de quem sofre da Síndrome da Mão Alheia. A doença é definida como um distúrbio neurológico no qual a mão do paciente parece possuir vida própria.

Extremamente raro, o mal afeta pessoas que precisaram fazer cirurgias de separação dos hemisférios cerebrais – tratamento para pacientes com epilepsia. Além disso, indivíduos que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC) também podem adquirir a doença.

Segundo o médico Michael Mosley, em entrevista à BBC, o cérebro das pessoas que têm a síndrome está em constante luta. Um cérebro normal possui dois hemisférios conectados pelo corpo caloso.

Geralmente, o lado esquerdo do cérebro tem a palavra final nas ações que realizamos. Assim, diferentemente de um cérebro normal, os hemisférios das pessoas que sofrem da síndrome são separados e têm consciência própria.

Ainda não foi encontrada uma cura para a Síndrome da Mão Alheia.

8. Síndrome do sotaque estrangeiro

Relatada pela primeira vez em 1907 pelo neurologista francês Pierre Marie, a síndrome do sotaque estrangeiro é um distúrbio da fala. Ela faz com que o paciente nativo comece a falar com um sotaque estrangeiro. Por exemplo, um brasileiro que tem a doença começa a falar português com o sotaque de um americano.

grupo de suporte a pessoas que tem a síndrome da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, afirma que a doença é, geralmente, causada por danos ao cérebro, como acidentes vasculares cerebrais e lesões cerebrais traumáticas. Além disso, a esclerose múltipla e a desordem de conversão podem ser outras causas da síndrome.

Por ser uma doença muito rara, não existe uma cura óbvia. Testes psicológicos e ressonâncias magnéticas precisam ser feitos para encontrar qual parte do cérebro foi danificada para depois trata-la.

De acordo com um artigo publicado na revista Cortex, entre 1941 e 2009, foram registrados somente 60 casos desta síndrome em todo o mundo.

9. Síndrome do cadáver ambulante
 

Populares nos filmes de terror, os zumbis só existem mesmo na tela do cinema e na nossa imaginação. Algumas pessoas acreditam tanto na existência desses seres que creem que são um deles.

A Síndrome de Cotard, também conhecida como síndrome do cadáver ambulante, é uma condição psicológica raríssima descoberta em 1880 por Jules Cotard. Ela faz com que a pessoa acredite piamente que está morta. Além disso, o paciente também acha que seus órgãos estão necrosados e que seus amigos e familiares não existem mais.

A causa desta doença está relacionada à depressão, pois pessoas com a síndrome apresentam problemas na amígdala, uma região cerebral que processa emoções. Outra parte do cérebro afetada pelo mal é o giro fusiforme. Ele é responsável pelo reconhecimento de rostos.

O tratamento para a síndrome do cadáver ambulante deve ser feito a partir de antidepressivos e sessões de terapia eletroconvulsiva (choques elétricos).

 

Leia aqui a segunda parte das “17 doenças raras e estranhas estudadas pela ciência”.

 
 
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