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A árvore genealógica dos dinossauros está prestes a mudar

Estudo provocativo muda classificação dos terópodas (que deram origem às aves) – e afirma que esses répteis surgiram no hemisfério norte, e não no sul.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 jan 2023, 14h59 - Publicado em 24 mar 2017, 14h56

O grupo de Whatsapp da Família Dinossauro – quem lembra do seriado? – está um caos: ninguém é mais avô de ninguém. Paleontólogos da Universidade de Cambridge acabam de propor alterações radicais na classificação dos répteis pré-históricos que dominaram o planeta até final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos. A versão vigente, basicamente igual desde 1887, separa os dinossauros pela configuração dos ossos do quadril: a ordem dos saurísquios, mais semelhantes aos répteis atuais, inclui espécies como o tiranossauro rex e os sauropodomorfos, gigantes herbívoros pescoçudos. Já os ornitísquios, com a pélvis semelhante a das aves de hoje em dia, correspondem a espécies como o estegossauro. Abaixo você pode ver a forma característica dos ossos da pélvis em cada ordem.

(Fred the Oyster/Wikimedia Commons)

Só que há um problema: entre os saurísquios (com pélvis de réptil) há uma subordem chamada terópoda, que inclui carnívoros bem grandes daquela época e, por incrível que pareça, as aves atuais. Em outras palavras, os pássaros que conhecemos hoje não são descendentes dos dinossauros que tinham anatomia de ave, mas dos que tinham anatomia de réptil. Faz algum sentido?

Faz se considerarmos que a evolução biológica pode dar soluções iguais para problemas diferentes em momentos diferentes. A mesma configuração de quadril que era boa para os ornitísquios vegetarianos acabou sendo vantajosa para alguns saurísquios (os terópodas) conforme eles evoluíam de carnívoros perigosos às araras e papagaios atuais.  

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A explicação é boa, mas não convenceu Matthew Baron, responsável pela equipe: “quando nós começamos nossa análise, ficamos confusos, porque alguns ornitísquios pareciam anatomicamente similares aos terópodas. Nosso novo estudo sugere que eles sejam parte do mesmo clado [grupo de espécies que compartilham um ancestral comum].”  Por causa disso, o novo artigo, publicado na Nature, revisa as relações anatômicas entre os membros desses desses dois grupos. Acompanhe com calma para entender o que muda.

Para Baron, os ornitísquios na verdade precisam ser unidos com os terópodas em uma única ordem, que passaria a se chamar ornithoscelida (o que torna a classificação das aves atuais mais coerente aos olhos de um leigo). Os sauropodomorfos pescoçudos, que acabariam sozinhos, passariam a ser os únicos membros dos saurísquios – ordem que seria mantida com o mesmo nome.

Além da alteração na árvore genealógica, mais polêmica, os pesquisadores propõem que os dinossauros na verdade tenham se originado no hemisfério norte – e não no sul, como é quase consenso hoje –, e que os primeiros animais tenham se originado 2 milhões de anos antes do valor que costuma ser adotado.

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“Será interessante ver como os paleontólogos recebem essa reavaliação original e provocativa das origens e relações dos dinossauros”, afirmou Baron. “Esperamos que as pessoas no nosso campo testem e voltem a testar nossa hipótese e procurem novos espécimes e novos dados que podem provar ou refutar o que estamos propondo.”

Se você ainda está confuso com a nova divisão, vale dar uma olhada no vídeo de divulgação do Museu de História Natural de Londres.

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