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Bananas podem ser extintas em 5 anos

É possível que você tenha que se despedir dela no cacho, no bolo e na feijoada: uma nova pesquisa descobriu que as plantações da amarelinha estão em grave risco.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h06 - Publicado em 18 ago 2016, 19h30

Um mundo sem bananas é difícil de imaginar – até porque a fruta está entre os 5 alimentos mais importantes para a população mundial, sendo considerado de “primeira necessidade”, segundo a ONU. Só que andar pela feira vendo uma fila de cachos amarelos pode se tornar coisa do passado nos próximos 5 anos: uma das pragas da banana se tornou mais letal do que nunca.

Entre as infestações mais comuns nas bananeiras estão os fungos Sigatoka – três espécies diferentes capazes de causar a doença que reduz a quantidade de folhas e queima a planta, atrapalhando a fotossíntese. O impacto econômico também é enorme: os cachos saem pequenos e as bananas, deformadas, cremosas e ácidas.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia sequenciaram pela primeira vez o genoma de duas dessas espécies – e descobriram que elas estão ficando mais agressivas no seu ataque às bananas.

Comparando o novo estudo ao genoma já descoberto de uma variedade antiga da Sigatoka amarela, os cientistas perceberam que os fungos são capazes de não apenas bloquear o sistema imunológico da banana, mas também de adaptar seu metabolismo para “imitar” o da planta. Com isso, eles passam a produzir enzimas que destroem as paredes celulares e se alimentam dos nutrientes internos da bananeira.

Os autores do estudo acreditam que os produtores de bananas não têm a percepção do tamanho da ameaça que essas linhagens de fungo representam. Hoje em dia, a Sigatoka é responsável por reduzir em quase 40% a produção da planta. Até 35% do custo de plantação vem das aplicações bimestrais de veneno antifúngico.

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Está longe de ser o suficiente: a nova pesquisa mostra que não só as pragas tem avançado rapidamente na sua forma de infecção, como também estão se tornando mais resistentes aos agrotóxicos.

A situação fica pior. A banana nanica é o tipo mais vendido da fruta no mundo. Mas todos os cachos são descendentes genéticos de uma única planta. Bananas nanicas são estéreis e novas bananeiras são plantadas a partir de um pedaço cortado de uma bananeira anterior. Na prática, são clones. O lado bom é que todas têm o mesmo gosto. O ruim é que são todas igualmente vulneráveis a possíveis pragas, como a Sigatoka.

Levando em conta todos esses riscos, os pesquisadores estimam que a nova versão turbinada dos fungos pode eliminar as bananas da plantação e das nossas cozinhas em um período de 5 a 10 anos.

O lado bom é que, com o genoma inédito desses fungos em mãos, os cientistas estão melhor equipados que nunca para tentar encontrar as vulnerabilidades genéticas dos invasores. O que eles pretendem é tentar criar novas estratégias antifúngicas tão rápido quanto os Sigatoka se tornam resistentes – a nossa versão moderna da Guerra da Banana.

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