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Como desapegar daquilo que não serve mais, segundo a ciência

Todo mundo tem em casa algum objeto que está fazendo hora extra. A boa notícia é que livrar-se deles não significa se desfazer de suas lembranças

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 mar 2024, 15h17 - Publicado em 26 jun 2017, 16h22

Alguns programas de TV fazem sucesso contando a história de famílias acumuladoras. Para essas pessoas, guardar pilhas infinitas de objetos sem utilidade alguma é uma prática normal. Jornais, roupas, latas de tinta ou uma coleção de aquários velhos. Nada daquilo serve mais, mas, sem uma justificativa convincente, continua ocupando um espaço enorme dentro das casas.

Mesmo que não tenha chegado ao ponto de receber uma equipe de TV em sua residência, pode ser que você também venha guardando uma série de objetos que já deram o que tinham que dar. Em vez de deixá-los de canto, a ciência propõe uma solução mais sensata, ao alcance de um clique: cientistas norte-americanos concluíram que fotografar os trambolhos pode tornar mais fácil esse custoso processo de desapego.

“Descobrimos que as pessoas são menos reticentes em se desfazer de suas posses se tiverem uma maneira de manter a memória e a identidade que deriva dela”, explica Rebecca Reczek, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.

A técnica funciona por nos fazer esquecer do artigo descartado aos poucos. Isso porque o que realmente dificulta a tarefa de jogar fora aquela máquina de costura velha normalmente não é o fato dela ter se mostrado um excelente cabideiro com o passar dos anos. O que faz com que o objeto vá ficando em sua casa são as memórias afetivas que a família criou com ele – o fato da máquina ter pertencido a avó falecida ou ter sido usada para costurar a primeira roupinha de seu pai, por exemplo.

Para formular essa hipótese, foi conduzido um experimento com 797 estudantes da Universidade do Estado da Pensilvânia, que viviam em seis moradias de residência estudantil dentro do campus. Quando o semestre estava terminando, os pesquisadores propuseram uma campanha de doação. Tudo que não estava sendo usado deveria ser encaixotado para depois ir direto para a caridade.

Para isso, criaram dois slogans diferentes. Em metade dos corredores, a frase que resumia a campanha era mais direta “Não fique acumulando todo esse lixo sentimental. Só recolha os itens e então, doe”. A outra, porém, ia com mais jeitinho: “Não fique acumulando todo esse lixo sentimental… só guarde uma foto das coisas e então, doe”.

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O número de itens arrecadados por cada campanha mostrou o sucesso da tática desenvolvida pelos cientistas. Quem foi encorajado a fazer uma fotografia de seus pertences se tornou mais mão-aberta, se desfazendo de 613 itens. As palavras tocaram menos o coração do outro grupo, que doou apenas 533 objetos.

“Não é nada surpreendente que consigamos manter as mesmas memórias apenas guardando uma foto daquilo que elas representam. Mas esse não é um comportamento natural. É algo que temos que treinar”, diz Reczek.

A pesquisadora defende que a tática não é tão eficaz em casos extremos. Isso quer dizer que você não precisa perder tempo fazendo um ensaio fotográfico com uma das oito tampinhas de refrigerante repetidas que você estava protelando descartar. Ao mesmo tempo, nem um book inteiro vai suprir a ausência do vestido de noiva da sua esposa, por exemplo.

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