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Complexo Biosfera 2: Quer comprar uma bolha?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 31 mar 2005, 22h00

Angela Pimenta

Vende-se um deserto, uma savana, um pântano, uma floresta tropical e, de quebra, um oceano. Tratar com Ed Bass, um bilionário texano que investiu mais de 150 milhões de dólares para criar, no meio do Deserto do Arizona, o complexo Biosfera 2. Inaugurada em 1991 com a ambição de replicar os principais ecossistemas terrestres e habitá-los com um time de cientistas, a Biosfera 2 foi colocada à venda no começo do ano. Até o momento, não tem preço ou compradores definidos. “Nosso objetivo é descobrir o melhor uso possível para a propriedade,” diz Christopher Bannon, gerente-geral da Biosfera 2.

Ao nascer, ela era a vanguarda da ciência. Até o nome era arrojado: enquanto a Terra era a Biosfera 1, a Biosfera 2 seria um tubo de ensaio para entender a natureza e, no futuro, recriá-la no espaço. Oito cientistas viveram ali por dois anos e a idéia era que tudo, até o oxigênio, fosse produzido por eles. Mas não deu tão certo (veja abaixo). O que salvou a Biosfera 2 do fracasso absoluto foi a parceria com a Universidade de Colúmbia entre 1996 e 2003. As pesquisas que ela fez ali mostraram que a mudança da temperatura e da composição química da água causadas pelo aquecimento global podem matar os recifes de coral. Mas, nos últimos dois anos, o empreendimento entrou em crise. Agora, pode virar o brinquedo de qualquer um disposto a pagar: entre os possíveis candidatos, estão universidades, hotéis, centros empresariais e até igrejas.

Big-Brother científico

O que deu errado na Biosfera 2

• O El Niño entrou em ação nos dois anos do projeto, eliminando um quarto da luz solar na região. Com isso, as plantas não fizeram tanta fotossíntese.

• O nível de oxigênio diminuiu. Treze meses depois do início, ele já era o equivalente ao encontrado em uma altitude de 5 mil metros.

• Beija-flores e algumas abelhas começaram a morrer. Deixaram de polinizar as plantações.

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• Porcos atacaram as hortas e, tempos depois, morreram também. Ao todo, 19 das 25 espécies de vertebrados desapareceram.

• A única espécie de pássaro a sobreviver foi um pardal que entrou clandestinamente durante a construção.

• Galinhas botavam poucos ovos e só melhoraram a produção quando passaram a receber uma dieta de baratas (que infestavam o lugar).

• Algas transformaram o “oceano” em uma sopa verde e formigas invadiram o deserto.

• A dieta apertada fez os cientistas perderem, em média, 13,5% do peso.

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• Oxigênio precisou ser bombeado para dentro do prédio, o que limitou as possíveis conclusões do experimento.

• Os cientistas não aceitaram que suas pesquisas fossem avaliadas por pesquisadores de fora, despertando a desconfiança da comunidade científica.

Para saber mais

Na internet:

https://www.bio2.com

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