Para funcionar corretamente o aparelho digestivo está ligado a uma vasta rede de neurônios distribuídos desde o esôfago até as últimas partes do intestino. Parece uma extensão do cérebro, que lá do crânio coordena todo o processo de absorção dos nutrientes. Parece, mas não é. Os neurônios de baixo são independentes dos de cima: uns poucos neurônios fazem a ponte entre os dois, mas eles agem de maneira autônoma. A descoberta foi anunciada no diário americano The New York Times pelo biólogo e anatomista Michael Gershon, do Centro Médico Columbia-Presbiteriano em Nova York. Os neurônios do ventre, conhecidos há muito tempo, têm sua própria memória, sentimentos e provavelmente podem aprender, informa o jornal. Alguns cientistas acham mesmo que o cérebro do ventre é mais antigo que o outro, pois os seres mais primitivos, como as medusas e águas-vivas, têm um organismo simplíssimo. São pouco mais que um intestino. É razoável pensar que tenham desenvolvido primeiro o cérebro da digestão, diz o gastroenterologista David Wingate da Universidade de Londres.