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Coração a jato de tinta

A impressora virou máquina que fabrica pedaços de órgãos, remédios e circuitos eletrônicos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h45 - Publicado em 30 jun 2006, 22h00

Aryane Cararo

Basta clicar em “imprimir” e a máquina a jato de tinta solta pedaços de rim ou circuitos de computador. Pesquisadores estão fabricando estruturas vivas ou eletrônicas na velha impressora a jato de tinta, aquela que você deve ter em casa, com pequenas modificações.

Por enquanto, biocientistas conseguiram imprimir pequenos tecidos, que funcionam como enxertos de pele ou coração, além de tubos usados como veias secundárias em cirurgias cardíacas ou em diálises renais. Os cartuchos são abastecidos com células em solução. Um programa especial de computador faz com que essas células, jogadas nos bocais da impressora, sejam distribuídas em camadas para formar uma estrutura em 3 dimensões. Em vez de papel, usa-se um hidrogel. No computador, o cientista seleciona o conjunto de células que quer usar e projeta o formato desejado; de modo intercalado, a impressora joga hidrogel e células, formando uma espécie de andaime. Depois, as células maturam: deixam de se comportar como líquido para se unir e, de fato, formar o tecido. O resultado são camadas vivas de 2 a 3 milímetros de comprimento.

“A impressão por jato de tinta permite um posicionamento mais preciso das células”, afirma o biofísico Brian Derby, professor da Universidade de Manchester. Hoje, uma impressora lança gotas com diâmetro menor que 50 nanômetros (milionésimos de milímetro) e distantes no máximo 20 nanômetros umas das outras. As células humanas são muito maiores – uma hemácia, por exemplo, que é uma das menores das nossas células, tem 5 mil nanômetros.

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Processo semelhante vale para a criação de circuitos eletrônicos. O método jato de tinta é ótimo para depositar ínfimas quantias de materiais líquidos e inteligentes em pequenos tabletes. A tinta, no caso, é uma solução de flocos nanométricos de prata, carbono e outros materiais condutores. O processo está sendo estudado para construir circuitos de equipamentos de informática – como a própria impressora.

O que vem por aí

Coração de galinha

O biofísico Gabor Forgacs imprimiu uma camada de coração de galinha usando impressoras de prensa mecânica. Alternando células do animal com gel biodegradável, ele fez com que, depois de 19 horas, toda a estrutura pulsasse, acompanhando um órgão real.

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Circuito impresso

No ano passado, a Epson imprimiu circuitos de placas eletrônicas com 1 milímetro de largura. O método elimina várias fases do processo convencional, mas ainda é lento. Já a empresa Dimatix está adaptando a impressão para componentes de crachás e laptops.

Farmácia a jato

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A tecnologia das impressoras está sendo usada também para fazer remédios e exames de gravidez e diabetes, e remédios. Gotinhas de uma ou mais enzimas que podem reagir com urina ou saliva são espirradas em uma tira de papel ou plástico.

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