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Dinossauro de 125 milhões de anos gostava de receber carinho

Seu rosto, com mais receptores de tato, o ajudava a caçar com precisão em águas turvas – mas também rendia um cafuné em momentos mais íntimos

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
27 jun 2017, 18h51

Ninguém em sã consciência daria uma coçadinha no nariz de uma criatura pré-histórica chamada Neovenator salerii, certo? Afinal, ele é um dinossauro carnívoro que viveu há 125 milhões de anos e tinha 7,5 metros de comprimento. Mas é aí que você, imbuído de preconceitos contra répteis, se engana. O grandão do período cretáceo, descobriram paleontólogos da Universidade de Southampton, tinha a região da boca e das narinas repleta de detectores de pressão muito sensíveis – que podiam ser usados para, entre outras coisas, se esfregar delicadamente no rosto do parceiro antes do acasalamento.

É claro que essa não foi a razão primordial pela qual a capacidade evoluiu. Os salerii provavelmente se alimentavam em águas lamacentas e opacas, em que o tato pode ser mais eficiente do que a visão na hora de identificar um potencial almoço. Essa não é uma novidade para a ciência: crocodilos têm sensores parecidos até hoje, e os exóticos ornitorrincos desenvolveram uma espécie de sexto sentido, a eletrorrecepção, só para identificar suas presas sem precisar abrir os olhos enquanto mergulham.

Capturada a presa, a sensibilidade extra também ajuda a separar a carne dos ossos usando usando apenas a boca. Marcas de desgaste na arcada dentária e na mandíbula do fóssil analisado – encontrado na Ilha de Wight, no sul da Inglaterra – indicam que ele se dedicava com afinco a roer suas costelinhas sem engolir os ossos.

Além da alimentação, o bônus táctil tem vantagens mais delicadas também: ajuda os animais a medirem com mais precisão a temperatura de seus ovos durante a incubação, e permite que eles carreguem objetos com a boca sem esmagá-los sem querer.

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A descoberta foi feita após os cientistas darem uma olhada no interior do crânio fossilizado do animal usando máquinas de tomografia e raio-X. A anatomia dos ossos revelou que os canais neurovasculares, corredores que abrigam estruturas dos sistemas nervoso, circulatório e linfático, eram maiores e mais complexos que a média nessa espécie.

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“O canal é muito ramificado próximo à ponta do focinho”, explicou Chris Barker, pesquisador responsável, ao jornal britânico The Guardian. “Ele teria abrigado trechos de um grande nervo trigêmeo – que é responsável pelas sensações no rosto – e os vasos sanguíneos associados. Isso sugere que o Neovenator tinha um focinho muito sensível. O estudo foi publicado no periódico científico Scientific Reports, e pode ser acessado gratuitamente.

 

 

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