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Esta tabela periódica revela de onde veio cada átomo do seu corpo

Nada se cria, tudo se transforma: saiba quais fenômenos astronômicos, como a fissão de raios cósmicos e a explosão de estrelas, estão por trás dos elementos

Por Bruno Vaiano
Atualizado em 6 jan 2023, 09h34 - Publicado em 23 jan 2017, 19h49

Você veio da barriga de sua mãe, certo? Bem, quase isso. Já disse Lavoisier que nada se cria, tudo se transforma. Isso significa que os átomos de carbono e a água que hoje compõe seu corpo estão circulando na Terra há algum tempo, e continuarão a passear por aí após sua morte, assumindo as mais variadas formas. Entenda melhor aqui.

Aquela história de que seu avô virou uma estrela após a morte, portanto, não é tão errada assim: todo o material de que eu, ele e você éramos feitos acabará sendo engolido pelo Sol daqui alguns bilhões de anos, junto com o resto do planeta. A ciência não é consoladora.

Jennifer Johnson, astrônoma do Sloan Digital Sky Survey (SDSS) – espécie de censo demográfico da galáxia –, leva muito a sério o fato de que das estrelas viemos e às estrelas voltaremos, e fez uma tabela periódica inusitada: nela, a cor de cada elemento indica o processo cósmico que lhe deu origem. Aqui, vale um aviso da pesquisadora: as proporções apresentadas só valem para o Sistema Solar, e não podem ser generalizadas.

Esta tabela periódica mostra que fenômeno astronômico gerou cada átomo do seu corpo 

O Big Bang, início do Universo como o conhecemos, não foi uma explosão criativa. Ele soltou um bocado de hidrogênio no espaço, e o hidrogênio é o elemento mais simples da tabela periódica. Na tabela, ele está em azul. Complicar sua aula de química foi responsabilidade de outros fenômenos. A morte de estrelas de massa pequena, na cor amarela, deu origem a uma boa quantidade de lítio e carbono, bem leves, mas também produziu elementos muito pesados. A destruição de estrelas maiores, em verde, forjou elementos de peso médio que são essenciais para a nossa existência, como o oxigênio e o sódio.

A fissão por raios cósmicos, que aparece em rosa, é um processo mais raro: ocorre quando núcleos mais pesados são partidos ao meio por radiação de alta energia. Os elementos formados a partir desse processo, portanto, são na verdade pedaços de átomos que já foram mais gordinhos um dia.

Em azul claro, dividindo muita responsabilidade com as estrelas massivas, estão as estrelas do tipo anã-branca. Elas são especiais porque são flops, e 97% da galáxia, incluindo o Sol, vai “flopar”. Anã-branca é o último estágio de vida de uma estrela que não é grande o suficiente para se tornar uma supernova – ou seja, acabar em uma explosão cataclísmica que pode ser vista de qualquer canto da galáxia, um destino bem mais emocionante. Pequenas e densas, essas “ex-estrelas” surgem sem estardalhaço, costumam ser formadas de carbono e oxigênio e perdem calor discretamente até esfriarem para sempre.

O troféu de pancadaria vai para a cor laranja, que indica os elementos resultantes da colisão de estrelas de nêutrons. Uma estrela de nêutrons é o que sobra da explosão de uma supernova. Elas são tão densas que um pedaço de estrela de nêutrons do tamanho de uma caixa de fósforos pesaria 13 milhões de toneladas. Quando duas delas se encontram, segundo a teoria mais aceita, uma chuva de nêutrons acaba bombardeando os núcleos de átomos mais leves que estão nas redondezas, formando os elementos mais pesados. Resumo da ópera? Quando bater aquela tristeza, é só pensar que você e todo o resto que existe são resultado de uma emocionante guerra nas estrelas.

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