A aparência saudável dos atletas muitas vezes engana. Essa foi a surpreendente conclusão de uma conferência sobre nutrição e aptidão física, não por acaso realizada em Olímpia, na Grécia. Cientistas japoneses relataram ali que a maioria dos ginastas por eles examinados é anêmica, por falta de ferro – mineral essencial à formação de glóbulos vermelhos no sangue. Pesquisadores chineses, por sua vez, descobriram que um em cada três atletas de seu país tem deficiência de ferro, zinco e vitaminas do complexo B. O rol de maus resultados não termina aí: cientistas dos Estados Unidos, depois de examinar o cardápio de 275 atletas que participam dos atuais jogos de Seul, conc1uíram que eles consomem duas vezes mais alimentos ricos em colesterol do que o conjunto da população.
Mas o desempenho pior é dos fisioculturistas: verificou-se que eles são tão musculosos quanto desidratados – por culpa do hábíto de praticamente não beberem água nos quinze dias que antecedem uma competição, a fim de ressaltar os músculos.
Assim como o colesterol excessivo dos americanos, essa prática pode causar problemas cardíacos. No Brasil, a alimentação dos atletas também deve ser inadequada: não só porque a maioria deles come mal, como o grosso da população, mas também, segundo uma pesquisa da USP, porque só um em cada cem esportistas se alimenta sob supervisão de nutricionistas.