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Olfato é moldado de acordo com a experiência de vida

Até gêmeos (pelo menos, de ratos) começam a cheirar diferente, apesar do nariz geneticamente igual.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 abr 2017, 16h28 - Publicado em 27 abr 2017, 16h28

Cheiro de livro, de carro novo, de bolo saindo do forno: são todos cheiros familiares para todo mundo. Mas ninguém sente esses cheiros exatamente igual. Foi o que concluiu uma pesquisa do Instituto Wellcome Trust Sanger, que estudou o olfato em ratos.

Seu nariz é muito mais sensível que os seus olhos e o seu paladar: são cerca de mil receptores responsáveis pelo olfato.

O “seu repertório de cheiros” vem da combinação de sinais que cada um desses receptores captura do ambiente. E, a princípio, a distribuição de receptores no seu nariz depende dos seus genes.

Isso os pesquisadores verificaram no estudo: o nariz de ratos tem 10 milhões de células. Cada célula tem um receptor, selecionado dos mil tipos de receptor existentes. Só isso já possibilita uma enorme variedade de combinações. Ratos geneticamente idênticos nasciam com a mesma seleção de receptores, explicando a origem genética das “configurações de fábrica” do olfato.

Mas a surpresa aconteceu depois. Eles separaram os ratinhos, que passaram a viver em ambientes diferentes. E aí o olfato começou a mudar. Conforme os ratos tinham experiências diferentes com o mundo ao seu redor, o número de células com um mesmo tipo de receptor começou a variar muito entre os gêmeos.

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Tudo dependia da exposição dos animais a cada cheiro. Se um rato era mais acostumado aos cheiros doces, passava a ter mais células com receptores de identificação desses odores, por exemplo. Se era exposto a perfumes cítricos, mais receptores desse tipo de fragrância. E assim, o aparelho olfativo já tinha uma cara bem diferente do que aquele programado geneticamente logo após o nascimento.

Os cientistas acreditam que isso torna o olfato de cada rato único, apesar das semelhanças genéticas. O próximo passo é entender se o mesmo processo se aplica a todos os mamíferos – e a nós.

Se confirmada, a hipótese ajuda a explicar a interação de fatores ambientais e genéticos em parte da nossa experiência de mundo. Além, é claro, de trazer à tona uma implicação bem fofa: de que o nosso corpo reage perante odores (e multiplica os sensores olfativos) conforme eles se tornam familiares – como, quem sabe, o cheiro da casa da avó ou o perfume da pessoa amada.

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