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Pássaros cantam menos em resposta a barulhos de trânsito

Além de performarem canções mais breves, eles tendem a aumentar o volume quando atrapalhados pelo som dos veículos

Por Guilherme Eler
Atualizado em 18 abr 2017, 19h54 - Publicado em 18 abr 2017, 19h41

Morar em vizinhanças barulhentas tem dessas. O som alto lá de fora faz com que ninguém escute nada e, quando você percebe, já está gritando para falar com os outros. Com os pássaros também funciona mais ou menos assim – e um estudo da George Mason University, publicado na revista Bioacoustics, comprova isso. De acordo com os pesquisadores, pássaros costumam mudar o tom e a duração de suas canções para conviver com o barulho do trânsito nos arredores de suas casas. E isso tem impacto direto em comportamentos como a conquista e a defesa de território.

Para mensurar esse efeito, os pesquisadores analisaram populações de piui-verdadeiro (Contupus virens) de três parques da zona metropolitana de Washington. As canções das aves foram gravadas em momentos de trânsito constante na região das reservas, e também quando as vias estavam fechadas por pelo menos 36h. Cada canção foi analisada segundo critérios como a amplitude das ondas geradas, sua frequência (pontos de máximo, mínimo e picos) e a duração das músicas.

 

A resposta dos pássaros ao barulho do tráfego eram imediatas. Percebendo o som das buzinas, os piuis-verdadeiros ajustavam sua voz para se fazer ouvir melhor. Nesses casos, elementos como duração e a frequência mudam consideravelmente, e as canções são também mais breves. No período em que as ruas permaneciam fechadas, as músicas voltavam às suas características normais, com maior duração e amplitude, além de frequências mais contidas – ou seja, nada de falsetes ou gritos mais estridentes.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Menos no que se refere à comunicação entre os pássaros. Por mais que eles gastassem as cordas vocais, a nova cantoria não conseguia mais ser tão eficiente. Com o barulho dos carros como plano de fundo, a tarefa de arrumar o parceiro perfeito ou garantir que o território não está sendo invadido por estranhos, era, assim, bastante comprometida.

E essas consequências podem representar mais do que perdas nas relações entre indivíduos. De acordo com pesquisas anteriores, o número de piuis-verdadeiros na região de Washington caiu pela metade nos últimos 70 anos – e o barulho do trânsito pode ter parte importante nessa estatística, defendem os pesquisadoresJá que extinguir o trânsito da região por completo é impossível, fechar ruas próximas em certos períodos se mostra a medida mais razoável – pelo menos enquanto fones de ouvido para pássaros não forem inventados.

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