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Pesquisadores do mundo inteiro iniciam projeto para descobrir a origem do cachorro

Apesar da fama de "melhor amigo do homem", o cachorro continua bastante desconhecido pela ciência. Isso deve começar a mudar em 2016.

Por Denis Russo Burgierman
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 20 jan 2016, 18h00

Antes mesmo de morar em casas, de plantar sua comida ou de domesticar vacas e cavalos (e gatos) -, os seres humanos já possuiam cães. Nosso suposto “melhor amigo” é também o mais velho amigo. E, no entanto, sabemos tão pouco sobre eles.

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Isso pode estar prestes a mudar a partir deste ano, como resultado de um imenso trabalho conjunto que envolve praticamente todos os principais geneticistas, paleontólogos e arqueólogos especializados em cachorros no mundo. Juntos, sob a liderança do biólogo americano Greger Larson, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, eles estão revendo todo o registro fóssil canino disponível no mundo inteiro. 

Apesar de que os cientistas concordam que o cão doméstico evoluiu do lobo (provavelmente por iniciativa do lobo, que achou vantajoso se aproximar daquele primata que deixava tantos restos de comida), eles discordam sobre quase todo o resto. Não há consenso, por exemplo, sobre o local de origem da espécie – há quem diga que tenha sido na África, outros apontam a Europa, e há teorias de que o cão tenha surgido na Sibéria, na Mongólia ou até no Extremo Oriente.

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Também estamos longe de um consenso sobre a data do aparecimento da nova espécie. Ninguém discorda de que os cães já haviam sido domesticados há 14 mil anos atrás, já que sepulturas caninas dessa época foram encontradas – em algumas delas os totós estavam enterrados junto com seus homens das cavernas. Mas alguns pesquisadores afirmam que encontraram ossos com características de cães domésticos de mais de 30 mil anos de idade na Bélgica e na República Tcheca.

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Tanta confusão provavelmente se originou no século 19, com aquilo que Larson, numa entrevista publicada esta semana ao jornal The New York Times, chamou de “o gigantesco liquidificador do louco frenesi europeu vitoriano de criação de cachorros”. É que, nos anos 1800s, a Europa entrou numa febre de criar novas raças caninas e saiu misturando exemplares extremos de todas as raças do mundo conhecido. “O resultado foi uma ‘sopa de tomate’ da genética canina, na qual ingredientes individuais são muito difíceis de distinguir”, disse Larson, na mesma entrevista. Ou seja: foram tantos cruzamentos que ficou praticamente impossível traçar a origem de cada gene.

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Os raças de cães que conhecemos hoje, tremendamente distintas umas das outras, são em grande medida resultado desse frenesi vitoriano. Enquanto isso, pesquisadores de cada parte do mundo seguem encontrando ossos de cães – mas têm grande dificuldade de conectar o que enxergam nos fosseis com os cachorros de hoje, pós-liquidificador.

Larson propôs o projeto mundial para que geneticistas pudessem ter acesso ao registro fóssil de todas as coleções do mundo, de maneira a mapear a diversidade genética canina e descobrir como foi que lobos ferozes se transformaram em fofos balançadores de rabo. Os primeiros frutos do projeto começarão a ser publicados ao longo de 2016, por universidades de todo o mundo.

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