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Programa Espacial Chinês – Taikonautas em ação

Não, não são os sucessores do Jaspion. É o programa espacial chinês, que hoje sonha com missões à Lua e pode até assumir a ponta na conquista do espaço

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 12 fev 2011, 22h00

Estamos falando do programa espacial mais antigo que existe. Afinal, tecnicamente, os primeiros foguetes chineses foram concebidos há 5 mil anos! Tudo bem, é fato que eram apenas rojões simples movidos a pólvora, mas, se eles mostram alguma coisa, é que aquela turma do Oriente tinha visão de futuro. Hoje, com os russos sem grana e os americanos sem vontade de gastar, o mais arrojado e focado dos programas espaciais acaba sendo o da China.

Desde que os chineses desencanaram dessa coisa de socialismo e passaram a desenvolver agressivamente sua economia de mercado, crescendo a taxas impressionantes que beiram os 10% ao ano, começou a surgir a noção de que era preciso mostrar em que liga os chineses iriam entrar, no cenário geopolítico mundial. O governo da China queria mostrar que seu país não era só a terra da manufatura barata “xing ling”, mas que tecnologia de ponta poderia emergir dali. Um programa espacial viria bem a calhar.

Claro, como uma nação que há tempos almeja status de superpotência, a China já pesquisa mísseis pelo menos desde o fim da década de 1950. Mas só em 1999 houve o primeiro lançamento de uma espaçonave 100% chinesa capaz de transportar humanos. Bem, 100% naquelas, porque a Shenzhou (algo como “Nave Divina”) é fortemente baseada na Soyuz russa. Com melhoramentos, é verdade.

Contando o de 1999, houve 4 lançamentos de teste. Em 15 de outubro de 2003 era a hora de fazer o primeiro voo tripulado. Yang Liwei, piloto militar chinês, tornou-se o primeiro “taikonauta” – nome derivado da palavra chinesa para espaço (taikong) e adotado internacionalmente para designar tripulantes do programa chinês, contrastando com os termos “cosmonauta” (usado pelos russos) e “astronauta” (adotado pelos americanos). Liwei passou 21 horas em órbita, a bordo da Shenzhou 5, e consolidou a China como 3ª potência espacial a ter meios próprios para enviar gente para fora da Terra.

Com capacidade para 3 tripulantes, as cápsulas Shenzhou já fizeram outros dois voos desde então. A Shenzhou 6, lançada em 2005, teve dois taikonautas a bordo, e a Shenzhou 7, que voou em 2008, teve lotação máxima e conduziu a primeira caminhada espacial chinesa.

As próximas missões, marcadas para 2010 e 2011, devem ser ainda mais empolgantes. Os chineses devem testar capacidade de atracação e montar um pequeno laboratório espacial. Seriam os primeiros passos para o desenvolvimento de uma estação orbital. E, a partir daí, a mira está apontada para a Lua.

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Uma nova corrida?

Os americanos já declararam seu interesse de retornar ao satélite natural da Terra com astronautas na década de 2020, mas a determinação do governo dos EUA de fazer isso acontecer ainda não está lá.

Os chineses, de outro lado, parecem muito mais determinados. Cada nova missão é um passo claro na direção da conquista do espaço. E, embora um programa lunar tripulado ainda não tenha sido revelado (revelar não é especialidade chinesa, diga-se de passagem), há muita desconfiança de que eles pretendem avançar nessa direção.

Até porque a China já confirmou que começou sua exploração lunar com uma sonda orbitadora, a Chang-E 1, lançada em 2007, e em seguida deve vir uma capaz de pouso lunar, preparada para 2012. O passo seguinte seria o retorno automatizado de amostras. E, para a década de 2020, suspeita-se que não reste mais nada a não ser enviar taikonautas à Lua.

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“Se a China quiser levar gente para a Lua, e se desejar fazê-lo antes dos EUA, certamente é possível. Em termos de capacidade técnica, eles realmente podem fazê-lo”, afirmou Michael Griffin, ex-administrador da agência espacial americana, à época em que estava no comando, sob a administração Bush. Seu sucessor na Nasa, o ex-astronauta Charles Bolden, recém-empossado por Barack Obama, certamente também sabe disso.

Os chineses, que não têm nada a ver com o passo de tartaruga do atual processo decisório americano, seguem em seu caminho. Além de seu pujante programa tripulado, começam a avançar forte em tecnologia de satélites para sensoriamento remoto na Terra e planejam também futuras sondas para Marte. E não é nenhuma viagem na maionese pensar que, em duas décadas, eles estarão mesmo à frente, inspirando o resto da humanidade. Para um país que luta ainda hoje para avançar em questões elementares, como o respeito aos direitos humanos, não dá para dizer que seja uma coisa ruim.

 

 

 

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