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Restringir não é solução

Defender o controle da circulaçãode armas significa ter pouca confiança no cidadão médio - e favorecer o bandido.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 31 mar 2002, 22h00

Jeremy Blanks

Quando perguntamos a um defensor do controle de armas por que ele apóia a criação de mais leis relativas ao tema, ele sem dúvida responderá que faz isso para deter a violência. Obviamente, essas são finalidades positivas que são partilhadas, em sua essência, por todos os cidadãos cumpridores da lei. Mas o problema em assumir essa posição é que não há evidência de que leis de controle de armas tenham alguma vez reduzido o crime. Portanto, é necessário perguntarmo-nos: será que o controle de armas equivale ao controle da criminalidade?

Basta uma olhada por regiões dos Estados Unidos que têm as leis mais restritivas às armas de fogo, como Washington, Chicago, Nova York e o Estado da Califórnia. Esses locais apresentam alguns dos maiores índices de crimes do país, especialmente os violentos. Os números em todas essas áreas excedem a média nacional, apesar de imporem restrições rigorosas à posse de armas de fogo, incluindo exigências de licenças, impostos, exames e até o banimento. As altas taxas de crimes nessas regiões são ainda mais desconcertantes quando comparadas aos índices de áreas que não seguiram tal caminho. Em quase todos os casos, as localidades americanas com menos leis de controle e mais armas apresentam a menor criminalidade.

Os 31 Estados que, na década passada, facilitaram a compra e o porte viram seus índices de criminalidade cair, em ritmo superior à média nacional. Um dos melhores exemplos disso é a Flórida, um dos Estados menos restritivos.

Um estudo recente publicado no jornal da Associação Médica Americana, conhecido por sua posição anti-armas, relatou que a Lei Brady, de 1994 (que estabeleceu uma investigação sobre todo comprador de armas), não teve um impacto perceptível nas taxas de suicídio ou de homicídio. O fato, além de contrariar as alegações dos grupos favoráveis ao controle de armas, mostrou que o crime vem diminuindo nos Estados Unidos há cerca de uma década, numa tendência de queda que começou pelo menos três anos antes da aprovação da lei. Na verdade, a Lei Brady nada fez para diminuir o crime ou a violência, sendo mais uma evidência de que as imposições para o controle de armas não têm relação com a prevenção da violência ou dos crimes.

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De forma contrária, o aumento do controle de armas contribui para o aumento dos crimes. Na Inglaterra, os crimes violentos aumentaram em média 15%, apenas durante 2001, numa continuação dos problemas que aquele país enfrenta desde que a proibição de armas entrou em vigor na segunda metade dos anos 90. Os índices relativos a invasões de domicílios, roubos, assaltos e uma ampla faixa de outros tipos de crimes naquele país têm superado os níveis americanos.

Examinando os fatos relacionados, posso chegar apenas à conclusão de que o controle de armas não tem a ver com a criminalidade.

Eu me pergunto: então, por que os defensores do controle de armas continuam a defender restrições? Quais suas motivações?

Acredito que uma delas seja o que chamo de fator “sentir-se bem”. É comum encontrar defensores do controle de armas que têm boas intenções. Infelizmente, ou eles não entendem as razões implícitas do crime, não querem se defrontar com suas verdadeiras causas ou apenas se sentem incapazes de reagir. Portanto, defendem leis de controle de armas que nada têm a ver com os criminosos. Ao fazer isso, sentem-se bem consigo mesmos, mas a realidade é que tais medidas não submetem o crime e, na verdade, provavelmente ocasionam seu aumento.

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Porém há um grupo significativo de defensores do controle de armas cujo único objetivo é banir toda propriedade privada de armas de fogo. Eles acreditam que não se pode confiar no cidadão comum médio no que diz respeito a uma série de assuntos e, especialmente, no tocante à posse de armas. Esse grupo não acredita que o cidadão médio possa ser responsável por si mesmo e advoga que apenas o governo e uns poucos elitistas influentes devem ter direito à autodefesa.

Há só uma abordagem que conseguiu reduzir significativamente o crime e a violência, nos EUA. O cumprimento de nossas atuais leis contra os criminosos violentos que mantêm armas ilegalmente. São esses indivíduos, que se mostraram incapazes de possuir de modo responsável uma arma, que devem ser enfrentados, se quisermos realmente reduzir a criminalidade.

JEREMY BLANKS é membro da National Rifle Association (NRA) e Ph.D em Química pela Universidade do Alabama

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