Janeiro é um dos melhores meses para se ver Órion: a constelação aparece alto no céu, logo no início da noite, do lado leste (oposto ao pôr – do – sol). É nela que está a grande nebulosa de Órion – um ninho de estrelas, com massa suficiente para gerar 5 000 sóis como o nosso. Ali estão também as estrelas mais populares do Brasil, as Três Marias. Em volta delas, outras estrelas formam a figura de um caçador, armado com um cajado, uma espada e um escudo. Aqui do Brasil, o caçador aparece de cabeça para baixo. (É que quem “desenhou” a constelação no céu foram os gregos, que estão no hemisfério norte. E, quando se muda de hemisfério, as constelações que estão na região do equador da Terra se invertem.) Tente identificar a figura, acompanhando a ilustração abaixo. Comece pelas Três Marias: as estrelas Mintaka, Alnilam e Alnitak, da esquerda para a direita formam o cinturão do caçador. Elas são 20 000 vezes mais luminosas que o Sol e estão a 1 500 anos-luz da Terra (um ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros).
A estrela brilhante, avermelhada, abaixo das Três Marias, é Betelgeuse e corresponde ao braço direito. Ela está a 650 000 anos-luz de nós. O ombro esquerdo é formado por Bellatrix, à esquerda de Betelgeuse. Acima das Três Marias, há outra estrela muito brilhante, mas branca: é Rigel, que forma a perna do caçador. Rigel é 50 000 vezes mais luminosa do que o Sol e está a 850 anos-luz. Saiph, à direita de Rigel, corresponde à outra perna. Dápara ver também a espada: um grupinho de estrelas que parecem as Três Marias numa versão menor e em posição oblíqua às verdadeiras. Mesmo a olho nu, nota-se que a estrela central desse grupo parece cercada de névoa: é a nebulosa de Órion. Com uma pequena luneta, dá para ver no centro dessa região: Trapézio – quatro estrelas que acabaram de nascer e que são a fonte de luz da nebulosa. Órion está no braço da Galáxia mais próximo da Terra, uma região rica em estrelas jovens.