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Vírus da gripe: Falsa inocência

O vírus da gripe foi o que mais matou no século XX. Ele usa disfarces para enganar o corpo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 jul 1999, 22h00

André Santoro

O maior assassino entre todos os vírus não é o HIV nem o tão temido ebola. Você o conhece muito bem. Provavelmente já foi sua vítima. O influenza, que provoca a gripe, pode dar origem a complicações sérias como a pneumonia, especialmente em crianças e idosos, e levar à morte. Esperto, ele se mascara a cada investida, como um bandido que não quer ser reconhecido. Assim, sorrateiramente, engana as defesas do organismo e causa as epidemias que fazem parte do nosso cotidiano, marcadas por narizes escorrendo, espirros, dores pelo corpo e muita, muita indisposição. Três tipos de influenza já foram identificados pelos cientistas: A, B e C. Mas só os dois primeiros atacam o homem. O outro faz vítimas entre bichos, como a galinha e o porco.

Em lugar de óculos escuros, esses biomalandros se aproveitam da capacidade de alterar levemente uma proteína de sua superfície, a hemaglutinina, para se camuflar. Como as células de defesa só guardam a aparência da invasão anterior em sua memória, deixam o novo intruso fazer a festa. É por isso que todo ano as vacinas contra a gripe são diferentes (veja ao lado).

Mas às vezes o influenza se programa para metamorfoses radicais. Aí, ele vira um supervírus, muito mais feroz. Numa dessas transformações, mais de 20 milhões de pessoas morreram numa pandemia – epidemia que se espalha mundialmente – em 1918, a da gripe espanhola. Escaldada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) monitora cada passo do vírus. “Hoje é difícil que uma pandemia volte a acontecer”, avalia a virologista Terezinha Maria de Paiva, do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. O assassino não foi preso, mas está sob vigilância.

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Perseguição ao espirro

Fabricar todo ano uma vacina contra a gripe não é mole. Um exército instalado em 110 laboratórios de 82 países persegue os vírus mutantes dia e noite. É a Rede de Vigilância Epidemiológica do Vírus da Gripe, que coleta amostras de células de narizes mundo afora e as manda para institutos autorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Depois de analisadas, elas seguem para a sede da OMS, na Suíça, que faz a fórmula da vacina a ser aplicada no inverno.

O massacre dos inocentes

No final de 1997 o mundo escapou por pouco de outra pandemia de gripe, como as que aconteceram em 1918, 1957 e 1968. Em Hong Kong, na China, um novo subtipo do influenza começou a ser transmitido de galinhas para humanos. Dezoito cidadãos foram infectados, seis morreram. Por sorte, as autoridades identificaram rapidamente o vírus e ordenaram que todas as galinhas da região – 1,3 milhão – fossem exterminadas (foto). Sem dó.

Quem sabe é super

O primeiro registro histórico sobre a gripe foi feito em 412 a.C. pelo grego Hipócrates, o pai da Medicina. O nome influenza vem do italiano e surgiu porque se achava que a doença era causada pela influência do vento frio do inverno.

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Fábrica perigosa

A supergripe de 1918 nasceu da combinação de duas outras.

1. Um vírus de aves infectou os porcos, que, assim como o homem, também são suscetíveis à doença.

2. Os vírus que circulavam entre os humanos e que não matavam com freqüência também infectaram os suínos.

3. Dentro do porco, os dois vírus se combinaram e originaram um supervírus, cuja molécula de hemaglutinina era completamente diferente da dos vírus que normalmente atacavam o homem. A gripe provocada por esse novo vírus, muito mais perigoso, causou a pandemia conhecida como gripe espanhola.

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