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7 coisas que você precisa saber sobre assédio (ilustradas com obras de arte)

Por Priscila Bellini
Atualizado em 7 mar 2024, 16h28 - Publicado em 20 jul 2015, 20h00

1. Não é legal

Você está andando pela rua, a caminho do trabalho e, de repente, ouve uma cantada. Daquelas que arrepiam até seu último fio de cabelo, vinda de um completo estranho. É legal? Não é legal. A pesquisa “Chega de Fiu Fiu” demonstrou o quanto esse momento desagrada a maioria das mulheres: das 7762 participantes do levantamento, 83% delas disse que não gostava de passar pela situação. 

 

2. Não funciona

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Não existe pesquisa alguma que mostre que a moça vai se interessar pelo cara, na hora que ouvir um “gostosa”, “delícia” ou similares. Ainda que essa seja uma das justificativas mais usadas para tornar o assédio menos grave e aliviar a barra de quem assedia. Quantas garotas já ficaram com os rapazes que fizeram tamanha gentileza?

Por outro lado, o mínimo de reação é a indiferença, e o mais comum é o medo de responder. Das entrevistadas na Chega de Fiu Fiu, o medo foi o sentimento mais expressado.

 

3. Mulheres ouvem isso desde cedo

Um estudo feito pela Universidade Cornell, nos Estados Unidos, em parceria com a iniciativa Hollaback, mostrou que esse ritual se repete desde a infância ou comecinho da adolescência. Foram mais de 16 mil entrevistadas em 42 cidades ao redor do mundo, e 13% encarou o assédio pela primeira vez antes dos 10 anos de idade. E 71% passaram por isso dos 11 aos 17 anos. O projeto Everyday Sexism já reuniu vários relatos que se encaixam nesse perfil e mostram que, mesmo muito novas, as mulheres já ouvem comentários invasivos nas ruas. 

 

4. Ah, e não é um elogio

Bem, se fosse um elogio não geraria medo (a sensação já apontada nas pesquisas) nem seria incômodo. Aliás, a pesquisadora sobre violência de gênero Holly Kearl já destacou que, em geral, comentários que não tem a ver com o gênero da pessoa (ou seja, que não só destinado a mulheres, como o “gostosa” comumente ouvido), sorrisos e elogios são recebidos bem. Quando se trata de um gesto agressivo, a coisa muda de figura. Um estudo canadense, publicado no Journal of Research in Crime and Delinquency, verificou que, de 12 mil entrevistadas, 80% já haviam sofrido algum tipo de assédio em espaços públicos. Para piorar, elas relataram se sentir menos seguras em suas cidades justamente por isso.  

E faz sentido: em geral, se uma mulher não gosta dessa invasão e reage, a postura dos caras muda. Ainda na campanha Chega de Fiu Fiu, as participantes relataram ouvir que eram “metidas” e “mal comidas”, já que não ficavam quietas diante de uma agressão.   

 

5. A roupa não importa

Se ainda restam dúvidas, a iniciativa Stop The Catcall já mostrou que, seja de shortinho, seja usando um moletom surrado, mulheres recebem cantadas. Entre as fotos enviadas para o site, estão mulheres com camisetonas brancas, com vestidos coloridos e até fantasiadas de zumbi. E o assédio continua…

 

6. Não é “da natureza do homem”, nem próprio de um só lugar   

Gene nenhum condiciona os marmanjos a assediar mulheres, claro. O assédio em espaços públicos acontece em todos os países, não só  naqueles considerados menos desenvolvidos. As principais organizações que pesquisam o assunto destacam que essa é uma questão de poder, mais do que qualquer coisa. Os caras berram por aí para dizer quem é que manda no espaço público e para reafirmar que não importa se a mulher está desconfortável. 

E as mulheres do mundo todo se sentem podadas por isso. Não é a toa que 95% das indianas que participaram de uma pesquisa do Centre for Equity and Inclusion afirmaram que a mobilidade delas em espaços públicos era reduzida pelo medo do assédio. No Egito, 96,5% das mulheres que responderam à pesquisa da ONU Mulheres disseram que estranhos tentavam tocá-las em espaços públicos (agarrar, puxar pelo braço, tentar acariciar alguma parte do corpo) e que 95,5% também enfrentavam agressões verbais.    

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7. Há várias iniciativas que combatem o problema

Como os casos de agressões estão vindo à tona, as iniciativas para combatê-los se multiplicaram. A Defensoria Pública de São Paulo já lançou cartilhas sobre o assunto, há um mapa colaborativo em que mulheres relatam seus casos e há eventos internacionais para discutir o problema. Também nos casos de assédio nas ruas, o que vale é o #ChegadeSilêncio.  

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