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Cientista estudou pela 1ª vez a relação entre sexo e videogame

E descobriu que os gamers têm menos ejaculação precoce (mas gostam menos de sexo)

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 jun 2017, 17h32

O que jogar videogame tem a ver com sexo? Se você perguntar para o pessoal dos memes na internet, nada: ser gamer contumaz seria o oposto de ser “transão”. Mas no mundo da ciência, ninguém tinha se dado ao trabalho de investigar.

Não é que os cientistas não liguem para videogame: já foram feitos diversos estudos para entender como jogar afeta o cérebro. Muitos deles saíram com respostas positivas com relação à memória, atenção e agilidade. Mas e no sexo?

O italiano Andrea Sansone, ávido jogador de videogame e pesquisador de medicina experimental na Sapienza Universidade de Roma, queria respostas. Como não achou nada na literatura científica, decidiu estudar por si próprio.

Ele reuniu 396 homens entre 18 e 50 anos. Cada um deles respondeu, anonimamente, dois questionários sobre sua vida sexual. O único requisito para participar era ter feito sexo pelo menos uma vez no último mês.

Os entrevistados foram separados em dois grupos: a maior parte deles, 287, jogava videogame mais de uma hora por dia. Os outros 109 não jogavam.

No primeiro teste, cerca de um terço dos não gamers teve resultados que sugerem ejaculação precoce. Já entre os gamers, esse número ficou perto de zero. Ou seja: ou jogar videogame ajuda a desenvolver controle emocional, causa comum da ejaculação precoce, ou quase 100% dos gamers não foram muito sinceros na hora de responder as perguntas.

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O segundo teste era mais amplo, com perguntas referentes à disfunção erétil, a orgasmos e ao desejo sexual em geral.

Jogadores e não jogadores não apresentaram diferenças no que se refere a brochar. Mas quem jogava videogame relatou desejo sexual reduzido se comparado ao outro grupo.

Com esses números em mãos, os autores elaboraram uma hipótese, que relaciona os dois resultados.

Videogames aumentam a produção de dopamina no cérebro. Sabe-se que esse mecanismo está envolvido no vício em jogos, mas a teoria dos cientistas é que ele também pode afetar o desejo.

“O sistema dopaminérgico está envolvido no orgasmo e na ejaculação e a dopamina age como o principal hormônio do prazer, com um papel importante na excitação”, explica o artigo. “Jogar poderia levar à dessensibilização dos receptores de dopamina, porque após uma sessão de jogo, esses receptores parecem estar menos ativados, apesar da quantidade de dopamina ter aumentado”, explica o artigo.

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A teoria deles é de que jogar se torna uma “fonte de picos de dopamina repetitivos”, que não só deva ao desequilíbrio entre os receptores, mas também poderia gerar uma tolerância que atrapalharia o pico de dopamina que acontece durante o sexo, o que eles chamar de “tolerância no reflexo ejaculatório”. Ou seja, a um sexo menos prazeroso – que teria como consequência final, tanto a diminuição no interesse em relações sexuais quanto a falta de ejaculação precoce.

Mas nem tudo são más notícias para os gamers: pode ser que lidar com pequenas quantidades de stress através do jogo tenha treinado os jogadores para lidar melhor com as emoções. Mas aí falta explicar a baixa libido.

O estudo, é claro, tem suas limitações: faltou levar em conta o histórico médico dos participantes, por exemplo. Outro ponto levantado pelo próprio autor é que diferentes jogos podem ter diferentes efeitos. “Será que todos os jogos são iguais? Uma hora jogando MiniMetro é tão estressante quanto uma partida de 60 minutos de League of Legends?”, Sansone questiona.

Mesmo com essas ressalvas, a pesquisa cumpriu o seu principal objetivo: provar que muitas respostas – e, principalmente, perguntas – interessantes surgem da relação entre videogames e sexo e que a área tem muita a ganhar com mais estudos científicos sobre o assunto.

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