Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por que as comédias românticas podem estragar a sua vida

Por
Atualizado em 11 mar 2024, 09h23 - Publicado em 4 fev 2016, 12h45

Um estudo norte-americano sugere que assistir a comédias românticas torna as mulheres mais propensas a tolerar assédios na vida real. A descoberta foi publicada na revista Communication Research.

A pesquisa teve a participação de 426 mulheres, divididas em três grupos. O primeiro precisou assistir a filmes que retratavam um homem perseguindo uma mulher de forma persistente como algo a temer.

Já o segundo grupo assistiu a longas-metragens que mostravam essa situação de maneira romântica. O exemplo utilizado pelos pesquisadores foi a comédia-romântica Quem Vai Ficar Com Mary, em que os personagens de Matt Dillon e Ben Stiller fazem de tudo para ficar com a personagem de Cameron Diaz.

O terceiro grupo assistiu a um vídeo com tema aleatório, como a Marcha dos Pinguins.

LEIA: 6 dados que revelam a gravidade da violência contra a mulher no Brasil

Ao fim das sessões, os cientistas notaram que as mulheres do primeiro grupo apresentaram uma noção mais negativa sobre a perseguição em comparação com as que assistiram a um filme aleatório.

Continua após a publicidade

Contudo, as participantes do segundo grupo afirmaram que as histórias dos vídeos mostrados poderiam ser reais. Além disso, elas se mostraram mais abertas à ideia de que tudo é possível quando se está apaixonado.

Para Julia Lippman, pesquisadora da Universidade de Michigan, a explicação para esse resultado está na maneira como mulheres e homens são educados pela mídia.

“Os homens são ensinados a serem persistentes e as mulheres são ensinadas a sentirem-se lisonjeadas por isso”, diz Lippman ao Huffington Post. “E em nove das dez vezes isso não é um problema, isso não é abuso.”

LEIA: 15 mulheres que se tornaram grandes cientistas

A pesquisa ainda aponta que é muito mais difícil julgar se esse tipo de comportamento é abusivo quando ele é mostrado pela mídia como algo normal. “A polícia vai perguntar ‘por que você não disse não desde o início?'”, diz a pesquisadora.

Continua após a publicidade

“Porque não é como os relacionamentos funcionam. É fácil de dizer, em retrospectiva, que era um alerta. Mas, na hora, parece que é uma história bonita de como eu conheci a sua mãe”, finaliza a pesquisadora.

A realidade nua e crua

A pesquisa retrata uma realidade que deixa as autoridades dos EUA preocupadas. Afinal, 76% dos homicídios de mulheres no país começaram com a perseguição do parceiro, de acordo com o National Center for Victims of Crime. Aliás, aproximadamente 40% de todos os feminicídios no mundo são cometidos por um parceiro íntimo, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens assassinados – ou seja, a proporção de mulheres assassinadas por parceiro é 6,6 vezes maior do que a proporção de homens assassinados por parceiras.

No Brasil, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios entre os períodos de 2001 a 2011, de acordo com o IPEA.

Continua após a publicidade

LEIA TAMBÉM:
6 provas de que as mulheres são mais duronas que os homens
Botem as mulheres no lugar. No lugar em que se tomam as decisões
10 coisas incríveis que foram inventadas por mulheres

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.