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UC Berkeley

O mais tradicional campus da Universidadeda Califórnia

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 30 nov 2004, 22h00

Natasha Madov

Poucos lugares misturam ciência, tecnologia e contracultura como Berkeley. O mais antigo e famoso campus da Universidade da Califórnia (existem nove campi espalhados pelo estado) surgiu em 1869 da junção de duas faculdades, a particular College of California (Faculdade da Califórnia) e a pública Agricultural, Mining, and Mechanical Arts College (Faculdade de Agricultura, Mineração e Artes Mecânicas). Na época, tinha cerca de 400 alunos. Hoje, mais de 33 mil pessoas estudam com os 1 900 professores da universidade. São cinco quilômetros quadrados de prédios, laboratórios e dormitórios encravados no meio da cidade de Berkeley, no norte da Califórnia. A história da faculdade é bem incomum e cheia de contrastes: ela foi uma das principais responsáveis pela invenção da bomba atômica e, por outro lado, um dos maiores palcos dos movimentos pacifistas dos anos 60. Também foi ali que se formou o papa do LSD, Timothy Leary (acima, no canto superior direito), assim como o terrorista Ted Kaczynski, o Unabomber. Mas Berkeley não é só história. É um centro de pesquisa que até hoje produz pesquisa de ponta e ganha prêmios Nobel. Ao lado, os grandes momentos de Berkeley.

Serviço

Endereço: 2200 University Avenue, Berkeley, CA 94720 (Centro de Visitantes)

Tel.: 00 1 510 642-6000.

Site: https://www.berkeley.edu

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Visitas guiadas: Acontecem todos os dias às dez da manhã (uma da tarde aos domingos), e duram uma hora e meia, a partir do Centro de Visitantes.

Bibliotecas: São 18 ao todo, além de sete museus. O acervo tem mais de nove milhões de livros, 90 mil periódicos, 400 coleções de documentos e mais de 30 arquivos de objetos diversos. É a quarta melhor biblioteca dos Estados Unidos, atrás apenas da do Congresso e das Universidades de Harvard e Yale. Para acessá-la: https://www.lib.berkeley.edu

Blog dos alunos: calstuff.blogspot.com

Tour virtual: https://www.berkeley.edu/tour

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Seti@home – setiathome.ssl.berkeley.edu

Imagens do campus em 360 graus: geogweb.berkeley.edu/GeoImages/QTVR/CampusQTVR.html

1. Tem alguém aí?

Berkeley deu origem ao maior projeto de busca por vida fora da Terra, o SETI (sigla em inglês para “Procura por Inteligência Extraterrestre”). A idéia é processar sinais de rádio recebidas do espaço em busca de padrões que indiquem vida inteligente. É uma tarefa que exige muito poder de cálculo. Para obtê-lo, os cientistas criaram um programa que funciona quando o computador estiver inativo. Mais de cinco milhões de pessoas baixaram o software na internet – o que dá ao projeto um poder equivalente ao de um supercomputador.

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2. Elementos químicos

A tabela periódica jamais seria a mesma sem Berkeley. Nada menos que onze elementos foram descobertos ali, em especial os transurânicos, ou seja, com número atômico maior que 92, como Plutônio (94), Einstênio (99) e Nobélio (102). Alguns levam nomes associados à faculdade: Berkélio (97), Califórnio (98), Laurêncio (103) e Seabórgio (106) -– os dois últimos em homenagem aos professores Ernest O. Lawrence e Glenn T. Seaborg, ambos do Laboratório de Radiação.

3. Prêmios Nobel

Berkeley esteve associada a 52 prêmios Nobel, sendo que destes, 18 foram para professores da universidade. A maioria deles, em Química, Física e Economia. Mas existe também um não-científico: o de Literatura de 1980, para Czeslaw Milosz. O poeta e ensaísta polonês foi professor de língua e literatura eslava entre 1961 e 1989, quando voltou para a Polônia, vindo a falecer em agosto de 2004. Além de todas as honras, a universidade reserva a cada um vagas de estacionamento especiais, com a sigla “NL”, de Nobel Laureate (Premiado pelo Nobel).

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4. Descobertas

Berkeley não é só radiação e computadores – suas pesquisas se espalham por vários ramos da ciência. Em 1922, os médicos Herbert Evans e Katherine Bishop descobriram a vitamina E. Na década de 70, Allan Wilson, da bioquímica, propôs o método do relógio molecular, que traça a evolução humana por meio do acúmulo de muta-ções genéticas em milhares de anos. E Luis Alvarez, da Física, junto ao seu filho, o geólogo Walter, são os pais da teoria de que o impacto de um meteoro foi o responsável pela extinção dos dinossauros.

5. Unabomber

Infelizmente, uma das celebridades da universidade é o ex-professor assistente de matemática Ted Kaczynski, mais conhecido como Unabomber. Entre 1978 e 1995, ele enviou uma série de cartas-bomba a companhias aéreas e pesquisadores de tecnologia – inclusive alunos de Berkeley – que mataram 3 pessoas e feriram 29. Os atentados só pararam depois que jornais publicaram seu manifesto contra a sociedade tecnológica: seu irmão reconheceu o estilo de escrita e o denunciou. Hoje, cumpre prisão perpétua.

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6. Protestos

Sproul Hall, hoje um centro de auxílio aos estudantes, foi cenário de diversas manifestações em 1964. Na época, o prédio era a administração da faculdade e foi invadido por estudantes em um movimento pela liberdade de expressão no campus e pelo direito dos alunos de se organizarem politicamente. Foram três meses de reuniões de milhares de pessoas e greves que pararam a faculdade. Essa série de ações se espalhou pelo país e ganhou novas formas, como os movimentos de oposição à Guerra do Vietnã.

7. Projeto Manhattan

A vocação pacifista de Berkeley encontra sua contrapartida aqui. O Laboratório de Radiação (hoje conhecido como Laboratório Nacional Lawrence Berkeley) foi uma das sedes do Projeto Manhattan, a iniciativa americana que inventou a bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial. Entre os participantes do projeto estava o ex-professor Edward Teller, conhecido como pai da bomba de hidrogênio, e considerado a inspiração por trás do personagem Dr. Fantástico, do filme de Stanley Kubrick de 1964.

8. Ciclotron

Berkeley pode se orgulhar de ser a primeira instituição a ter um acelerador de partículas. Também pudera: ele foi inventado lá, em 1929, por Ernest O. Lawrence, que recebeu o Nobel em 1939 pela idéia. Embora tenha sido usado para criar armas nucleares, o ciclotron, como era chamado o acelerador, tinha um objetivo mais nobre: modificar átomos para criar novas formas de quimioterapia. Era o começo do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, hoje com 4 mil empregados e um orçamento anual de 480 milhões de dólares.

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