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Eleitores de Trump querem tirar o direito das mulheres de votar

Homens que se sentem perseguidos por serem homens votam em Trump - e lançaram uma campanha para impedir as mulheres de votar.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h03 - Publicado em 13 out 2016, 20h00

Metade dos homens americanos acha que a sociedade como um todo se tornou feminina demais – e mole demais. Outros 46% concordam que “hoje em dia a sociedade está punindo os homens por agirem como homens”. A grande maioria deles pretende votar em Donald Trump nas eleições presidenciais. E mais: pediram até que o direito das mulheres ao voto fosse revogado.

A ideia de que a masculinidade está sendo perseguida não é só uma questão de partido. Homens tendem a concordar com ela com mais frequência que as mulheres e a escolaridade também faz diferença: a frase é mais popular entre as pessoas que concluíram, no máximo, o colegial. Essa foi a conclusão de uma enquete do Instituto Public Religion de Pesquisa, em parceria com o jornal The Atlantic

Esse cenário é bem parecido com a base de eleitores de Trump. Ele recentemente perdeu ainda mais popularidade entre as mulheres, depois do vazamento de áudios em que ele diz ter beijado e tocado mulheres sem o seu consentimento em uma linguagem que desagradou tanto as democratas quanto as conservadoras.

Essa disparidade toda inspirou o analista estatístico Nate Silver (que faz previsões de eleições e campeonatos esportivos) a criar gráficos que mostram como seria a corrida eleitoral se apenas homens ou mulheres votassem.

Hillary Clinton está 10 pontos na frente de Trump entre as mulheres. Se só elas votassem, Trump só ganharia em 12 estados americanos.

Agora, quando olhamos apenas para as intenções de voto masculinas, o mapa fica todo vermelho. Trump levaria a eleição e Hillary só teria maioria em 13 estados.

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A conclusão de Silver é que as mulheres vão ser as maiores responsáveis pela derrota de Trump caso ele perca as eleições. Já a conclusão dos eleitores de Trump (aqueles que se sentem perseguidos por sua masculinidade) foi de que a estratégia deveria ser a proibição das mulheres de votar.

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Eles começaram a publicar a hashtag #RepealThe19th, que pede a anulação da 19ª emenda da Constituição americana. É o trecho que proíbe uma pessoa de ser impedida de votar por conta do seu sexo – e que, na prática, deu às mulheres o direito de votar em 1920.

No Twitter, tem até mulheres dizendo que apoiam a campanha e estariam dispostas a abrir mão do seu direito ao voto para que Trump seja eleito.

Só para matar a curiosidade: para cancelar uma emenda constitucional nos EUA é preciso que alguém do Congresso proponha uma PEC que faz essa alteração. As duas casas legislativas precisam aprovar a proposta por dois terços dos votos. Aí é aberta uma convenção constitucional. A emenda ainda precisa ser ratificada por três quartos dos estados americanos.

Até hoje, uma única emenda constitucional foi cancelada nos EUA: a 18ª, a Lei de Proibição que colocou a produção e venda de álcool na clandestinidade. Ou seja, dificilmente os apoiadores de Trump vão conseguir revogar o direito das mulheres ao voto – felizmente, a causa é menos importante para os americanos do que seu direito ao livre goró.

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