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Guia prático da criatividade

Você não vai ficar mais criativo da noite para o dia. Mas grandes mentes pensantes têm hábitos em comum – que não são obviedades de coach. Copie!

Por Carol Castro
Atualizado em 22 Maio 2023, 14h48 - Publicado em 26 Maio 2014, 22h00

Comece o dia com uma corrida curta, de três a cinco quilômetros. Tome banho, leia e vá para o trabalho. Se possível, caminhando, com música clássica preenchendo os fones de ouvido. Tome um café com meia colher de chá de açúcar, no máximo. Sente-se corretamente em sua cadeira. Pense no problema proposto pelo chefe, mas não daquele jeito de sempre: pense diferente. Dê liberdade ao seu cérebro.

Não faça da sua refeição um lanchinho rápido em frente ao computador. Vá ao restaurante mais próximo e desfrute sua hora de almoço. Quando voltar ao escritório, bagunce a mesa: a ciência já provou que ambientes zoneados estimulam a criatividade. Tome mais uma xícara de café. Ao sair do trabalho, faça ioga. Durma oito horas diariamente. E nunca trabalhe aos finais de semana. Siga isso à risca e garantimos dias mais criativos ou seu dinheiro de volta.

Só que não. Não é bem assim. As dicas acima, alardeadas em palestras e livros de gurus da criatividade, podem funcionar incrivelmente bem para mim, mas não para você. Criatividade vai muito além de café, ioga, bagunça, música erudita e conceitos abstratos e batidos como “pense fora da caixa”. Ela não é a mesma coisa para um advogado, músico, engenheiro ou grafiteiro: ser criativo funciona de maneira diferente para cada um. Não há receita pronta nem passo a passo perfeito. Ninguém vira gênio de uma hora para outra e nenhum gênio tem ideias brilhantes todo santo dia.

Mas há muitos pontos em comum no comportamento de grandes mentes criativas, não importa a área, não importa quando viveram. E há explicações científicas para o funcionamento desses cérebros que parecem fontes inesgotáveis de ideias. É isso que vamos ver a seguir.

1. Cultura inútil é útil

Memorizar os nomes dos personagens de Game of Thrones ou saber de cor todas as letras de axé não ajudará ninguém a passar no exame da OAB ou a conseguir emprego em uma multinacional. Mas pode ser o princípio do caminho até uma boa ideia. Seu cérebro vasculha dados na memória e cria associações entre eles. Quanto mais dados, mais chances de surgirem conexões inusitadas e ideias criativas. Cada novo conhecimento é como um ingrediente extra. Com mais opções, dá para criar mais receitas novas. Devorar cultura agrega valor ao banco de dados do cérebro e aumenta as chances de recombinações criativas.

Fã de documentários sobre a Segunda Guerra e produtor de aclamadas séries a respeito, o cineasta Steven Spielberg inspirou-se na debandada francesa após a invasão nazista para criar a cena da fuga dos americanos com a chegada dos alienígenas em Guerra dos Mundos. “Imagine a mente de Spielberg. O conceito ‘invasão alienígena’ cruza com ‘invasão nazista’ e pronto”, escreveu Fábio Zugman no livro O Mito da Criatividade.

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Referência ajuda. Quando vira inspiração, então, faz muito mais. O caminhoneiro James Francis Cameron ficou encantado com histórias de espaço ao ver Guerra nas Estrelas. Decidiu que não queria mais esperar filmes assim sentado na poltrona. Ele queria fazer os seus próprios. Assim, deu ao mundo O Exterminador do Futuro, em 1984. Já o Black Sabbath seria apenas mais uma banda desprezível de blues em uma cidadezinha inglesa se seus integrantes não tivessem se inspirado em filmes de terror para mudar de estilo e, assim, criar o heavy metal.

Boneco de Steven Spielberg com elementos à volta sobre seus filmes (Tubarão, Lincoln, Jurassic Park)

2. X + Y = Eureka!

Quando você pensa em vídeos online, pensa em sites específicos ou redes sociais, certo? Mas, há cerca de dez anos, a internet era bem diferente. Associávamos compartilhamento de vídeos ao único recurso disponível na época: e-mail. Por isso, quando você pensava em mostrar aos amigos um viral daqueles tempos, a melhor ideia era anexar o arquivo em um e-mail e enviar. Pensou em vídeo, pensou e-mail, eis a conexão. É assim que o cérebro funciona.

Ou ele usa as associações já existentes ou cria novas – e é daqui que surgem produtos criativos. Chad Hurley e Steve Chen se cansaram de contar com a lentidão do e-mail. Na cabeça deles surgiu outra conexão: por que não criar um site de vídeos, sem a necessidade de baixar para assistir? Assim nasceu o YouTube, em 2005. O site revolucionou a vida digital e logo virou um negócio bilionário: em 2006, o Google o comprou por US$ 1,65 bilhão.

Ter ideias é juntar pontos. Copérnico mudou o mundo ao associar o Sol ao centro do Universo, e não a Terra. Mas ninguém é criativo sozinho. Grandes cabeças são obras do contexto em que vivem. Segundo o psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, uma ideia só nasce se três partes colaborarem: indivíduo (se domina o assunto), sociedade (com repressão, as ideias podem demorar a ser incentivadas) e campo social (quais conhecimentos sobre isso já estão disponíveis).

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Ou seja, o mundo precisa colaborar. Hurley e Chen trabalhavam em um site de pagamentos online, logo conheciam o mundo digital. A internet nos anos 00 era mais rápida que nos anos 90 e já tinha condições de suportar vídeos online.

Se vivessem em outro contexto, como na Palmas de hoje, eles teriam outras ideias. Na capital do Tocantins, o estudante Wesley de Souza, 24 anos, construiu um protótipo de escavadeira com madeira e plástico. Ele já trabalhava com empilhadeira e se interessava por máquinas pesadas, o que direcionou sua ideia, exibida num vídeo de sucesso no YouTube de Hurley e Chen. Wesley já foi até sondado para vender o protótipo nos EUA, como ele disse à SUPER. Outros interesses, outras necessidades.

Boneco de Steve Jobs dentro de uma lata de lixo

3. Estude de tudo

Buscar referências também se aplica ao que você pode estudar. Não se prender a cursos que tenham a ver com o trabalho ajuda a aumentar a variedade de associações que geram ideias criativas. Aos 17 anos, quando não sabia o que queria da vida, Steve Jobs largou a faculdade que os pais pagavam a duras penas. Matriculou-se apenas em cursos que lhe interessavam, como caligrafia. O aprendizado só foi aplicado bem depois, ao fundar a Apple. “Sem o curso, o Mac não teria múltiplas fontes. E, como o Windows é uma cópia do Mac, talvez nenhum computador viesse a oferecê-las, não fosse por aquele curso.

Claro que conectar os pontos era impossível na época da faculdade. Mas em retrospecto, dez anos depois, tudo ficou claro”, contou Jobs em seu famoso discurso aos formandos da Universidade Stanford, nos EUA, em 2005. Se não existe cultura inútil, qualquer hobby pode ser de grande valia. “O Gabriele Veneziano, um dos pioneiros da teoria das cordas, tocava violino. O cara pega uma coisa e aplica na outra: isso é criatividade”, diz Zugman.

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4. A rotina é adorável (e o silêncio também)

Seu cérebro trabalha como um louco. E se cansa. Exaurido, as chances de pensar num caminho alternativo, em vez de seguir pelo conhecido, diminuem. Qualquer economia de energia pode favorecer a criatividade. É por isso que muitos artistas criam hábitos quase religiosos. Twyla Tharp, coreógrafa e bailarina americana, acorda todo dia às 5h30, veste roupa de ginástica e pega um táxi até a academia.

Quando entra no carro, sente que o dia começou. Por ser um ritual, não há espaço para questionar se vai mesmo se levantar a tal hora para fazer exercícios. O corpo levanta e vai. “É assim que você elimina pequenas decisões que fazem gastar energia sem necessidade. Isso ajuda a ter uma vida mais criativa”, diz Todd Henry, autor do livro recém-lançado Criativo por Acaso.

Nesse piloto automático, as escolhas já estão feitas, então o cérebro ganha energia para brilhar em ideias incríveis. Muitos escritores seguem rotinas rígidas. O britânico Charles Dickens acordava às 7h, tomava café às 8h e, das 9h às 14h, dedicava-se ao trabalho. Parava para almoçar e depois caminhava por três horas nas ruas de Londres. Jantava às 18h e ficava com a família ou amigos até dormir, à meia-noite. Seguindo esse sistema metódico, escrevia normalmente 2 mil palavras por dia (cerca de 1/3 desta reportagem).

Muito dessa rotina pode ser criada tendo outro objetivo em mente: ficar sozinho. Uma grande ideia começa a ser fabricada na solidão. E, em geral, ela só aparece frente a um problema. Esse é o primeiro desafio: descobrir o que você quer fazer. Os criadores do YouTube sabiam. “Para aumentar as chances de ter uma ideia criativa, você precisa definir o problema: o que estou fazendo aqui? Num site, o projeto não é fazê-lo, mas analisar o público, ser bem específico. Exemplo: fazer um site sobre cultura para jovens adultos de 20 a 30 anos”, explica Henry. Assim fica mais fácil se concentrar. E, nessa fase, concentração é essencial.

O escritor alemão Thomas Mann não encontrava sossego para trabalhar se não proibisse sua mulher e filhos de entrar no escritório. Dickens só conseguia trabalhar em silêncio. Já o americano Jonathan Franzen escreveu As Correções, um de seus mais famosos livros, em um quarto escuro, com fones de ouvido para isolar o barulho, usando um computador sem acesso à internet.

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É claro que há escritores e artistas que gostam de trabalhar com música ou que não ligam para barulho de criança. Mas, em algum momento do processo criativo, eles precisam desse isolamento. Não é à toa que introvertidos conseguem ter ideias mais criativas do que extrovertidos: eles sentem menos necessidade de interagir – e, por isso, passam mais tempo concentrados.

Boneco de Salvador Dalí pintando um quadro
(Arthuzzi/Superinteressante)

5. Trabalho bom é trabalho apaixonante

O psicólogo Anders Ericsson, da Universidade Estadual da Flórida, teve uma ideia: analisar vidas inteiras dedicadas a um trabalho. Ele acompanhou violinistas de uma escola de música, comparou os tempos de estudo de cada um e a expectativa que os professores tinham sobre eles (se virariam grandes estrelas, bons músicos ou professores).

O estudo mostrou que não é preciso ser nenhum gênio para dominar o violino. Precisa-se de paciência e dedicação. Os maiores destaques da escola de música, com chances de serem astros, tinham, em média, 10 mil horas de prática antes de completar 20 anos. Ericsson seguiu estudando e chegou a uma conclusão: em média, 10 mil horas é o tempo necessário para se dominar algo, em qualquer área.

Mas 10 mil horas não transformam ninguém em gênio. Tecnicamente excelente, mas não um gênio. Precisa de mais. Csikszentmihalyi, um dos maiores especialistas em criatividade no mundo, criou o termo “experiência máxima”. Isso acontece quando o foco é tão grande que a pessoa se funde ao projeto. É o que ele chama de flow (“fluxo”). O grande truque é óbvio e não tão simples: gostar do que faz. Ou ao menos ver sentido nele, acreditar que isso se enquadra nos seus ideais ou personalidade.

Salvador Dalí era assim. O pintor espanhol era tão apaixonado pela arte que disse, certa vez, que “em alguns dias achava que ia morrer de uma overdose de satisfação”. Não à toa, ele virou um dos líderes do surrealismo na década de 1930 – um movimento vanguardista que inseria os conceitos da psicanálise de Freud à arte. A paixão pelo que fazia foi o combustível que o impulsionou a ser um dos maiores inovadores do século passado. Mas, antes de chegar lá, ele precisou dominar sua arte.

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Sua primeira exposição profissional foi aos 15 anos. A partir de então, foram 12 anos até que encabeçasse o surrealismo. Esforço e dedicação podem levar ao domínio técnico de alguma coisa, que pode, por sua vez, conduzir à excelência criativa. Foi trabalho que fez Pablo Picasso assinar 18 mil obras de arte. Foi trabalho (e malandragem e tino comercial) que fez Thomas Edison registrar 1.098 patentes. Com 28 anos, Mozart já tinha mais de 600 peças musicais e as mãos deformadas de tanto treinar piano.

“Aqui é trabalho” virou bordão de Muricy Ramalho, um dos mais vitoriosos técnicos do futebol brasileiro. É por isso que há poucas cenas mais emocionantes do que campeões olímpicos radiantes no topo do pódio. É a essência do que uma vida de dedicação significa. Gostar do que faz e se dedicar até ficar bom nisso é essencial para ter grandes ideias.

6. Saiba quando abrir a boca

Brainstorm não funciona tão bem quanto se faz crer em reuniões chatas. O publicitário Alex Osborn, criador da ideia, dizia que reunir as pessoas, proibir críticas e incentivar que todos falassem o que viesse à cabeça renderia melhores sugestões. Mas pesquisas recentes descobriram que as pessoas têm ideias melhores sozinhas. No falatório das reuniões, ideias perdem o foco. Por isso, escolha o momento certo de compartilhá-la. Quando ela é um embrião, sua insegurança e o descrédito alheio podem arruiná-la. Quando a ideia ganha corpo, um colega pode ajudar. “Ideias compartilhadas funcionam melhor. Minhas descobertas são criadas sobre as suas”, diz Henry.

7. Viaje para outros mundos

Se conhecer outros lugares com a arte ou a história ajuda, imagine viver para valer em outra cultura. Christine Lee, da Universidade Estadual da Califórnia, levantou esse ponto e testou 135 pessoas: 45 moraram no exterior, 45 planejavam passar um tempo fora e o resto não tinha interesse nisso. No primeiro teste, eles discutiram problemas que teriam se pudessem levitar. No outro, criaram ideias sobre acontecimentos improváveis, do tipo “o que mudaria na sua vida se um dia você acordasse com a cor de pele diferente?”. Os pesquisadores mediram a criatividade pelo número de respostas, originalidade e detalhamento.

Quem morou fora se saiu bem melhor. É a comprovação científica do que um bom agente de viagens sabe: viver outra cultura abre a cabeça. O mundo mudou depois que Charles Darwin deu a volta nele a bordo do Beagle. Viagens mudam vidas. Como a dos irmãos Breno e Mariana Moraes à Índia. “Não há rodoviária lá, então fizeram um portal para que donos de ônibus vendessem passagem. Fiquei com aquilo na cabeça”, lembra Breno. Em 2012, eles e o sócio Gustavo Nascimento lançaram o BrasilbyBus, site de passagens voltado a estrangeiros no País.

Boneco de Beethoven descansando em um parque
(Arthuzzi/Superinteressante)

8. Relaxa e brilha

Tanto foco também cega a mente. Chega uma hora em que você precisa mandar tudo às favas e se divertir. Steve Jobs caminhava todas as manhãs. Beethoven fazia passeios rigorosamente todas as tardes, acompanhado de bloquinho e caneta para anotar o que viesse à mente. São atividades que, geralmente, colocam o corpo em estado de relaxamento. Nesses momentos, o cérebro voa mais e revira a caixa de memória com mais liberdade.

Imagine a mente como uma janela aberta. A atenção consciente quer entender o que se pode ver através dessa janela. Mantém o foco nisso, e deixa de lado tudo ao redor. Quando o corpo relaxa e a consciência sai de cena, o inconsciente toma as rédeas da atenção e passa a analisar elementos até então ignorados. O consciente foca só o palco iluminado, o inconsciente capta o teatro como um todo. Segundo Bernard Baars, neurobiólogo e presidente da Society for Mind-Brain Sciences, assim funciona sua mente. Por isso as chances de conexões inusitadas acontecem no estado inconsciente.

Quem desliga e liga essas variações da mente é o lobo frontal, no córtex cerebral. Os pesquisadores John Kounios e Mark Jung-Beeman, das universidades americanas Drexel e Northwestern, respectivamente, fizeram testes de associações de palavras e constataram que quando o lobo temporal direito tem mais atividade e o lobo frontal menos, o inconsciente toma conta e a ideia nasce.

Essa é a explicação neurocientífica para aquilo que na Grécia antiga se chamava inspiração divina. Acreditava-se que todas as ideias eram passadas dos deuses para os homens por meio das musas inspiradoras, que escolhiam a dedo quais seriam os sortudos que receberiam a mensagem. “A inspiração ainda parece ser um momento mágico. Mas agora começamos a entender como isso funciona”, diz Kounios. Para o espetáculo do surgimento de ideias acontecer, o lobo frontal precisa sossegar, o que se resume em uma simples ordem: relaxe.

É por isso que tantas ideias aparecem enquanto cantarolamos no banho. Ou no bar. Uma pesquisa da Universidade de Illinois, nos EUA, mostrou que pessoas que beberam até três latas de cerveja, portanto mais relaxadas, ficam mais criativas. Cinema, música ou meditação funcionam da mesma forma. Mas isso é um tanto pessoal. “Você precisa encontrar algo que faça seu cérebro tirar o foco do problema e ir para outros lugares”, explica Rex Jung, neurocientista da Universidade do Novo México, nos EUA.

Dessa subjetividade surgem comportamentos excêntricos: Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1965, ia a clubes de striptease na hora do almoço e ficava rabiscando desenhos no guardanapo. Então deixe seu cérebro voar sozinho de vez em quando. Lembre-se: foi do inconsciente de um Keith Richards dormindo que brotou a introdução de (I Can’t Get No) Satisfaction.

Mas tem limite. Para a ideia criar corpo, o consciente precisa retomar o lugar. É hora de agir, não de pensar. “O truque é brincar com a dinâmica do cérebro. Quando você estiver nervoso, saia para tomar um banho. Depois volte. Quanto mais relaxado, maior a capacidade de associação. Quanto mais acelerado, menos coisas você vê pelo caminho”, diz Zugman. Por isso o café é um aliado de escritores. O jornalista americano Truman Capote escrevia seus livros na horizontal, esticado na cama ou no sofá, com um cigarro na mão e um café (ou martíni) do lado.

9. Persista e insista

Então isso é criatividade. E assim funciona o cérebro. Agora você sabe melhor como lidar com ele – e conhece as ferramentas para estimular momentos criativos. Ainda assim, precisa superar outro desafio: o medo (o seu – de ser ridicularizado – e o alheio). Mudar o mundo ou aparecer com uma ideia nova pode gerar pavor. Não diziam por aí que o fim da escravidão acabaria com a economia mundial?

Na década de 70, os estúdios de Hollywood se uniram contra a Sony para acabar com uma invenção “amedrontadora”: o vídeo-cassete. Eles temiam que o aparelho acabasse com os lucros do cinema. Elizabeth Gilbert, autora de Comer, Rezar, Amar, contou em uma palestra do TED que, antes do livro explodir, as pessoas sempre perguntavam se ela não sentia medo de nunca escrever um romance de grande sucesso. Depois de publicar o best-seller, a pergunta mudou: “você não tem medo de nunca mais escrever um livro de sucesso como esse?”. E ela tem, claro. Mas segue tentando. O desafio é tirar dos erros uma lição, encontrar pontos que possam ser melhorados. Com paixão e trabalho, o caminho parece mais possível. E menos assustador.

Ombro de gigantes

Grandes ideias brotam em contextos históricos e culturais propícios. E muitas vezes se apoiam em ideias anteriores

MELLITA BENTZ

Inventora do filtro de papel

Alemanha, 1908

Contexto – Filtros de pano deixavam borras que não agradavam Mellita.

Ideia – Ela arrancou uma folha de caderno do filho, dessas que absorvem excesso de tinta, e a usou para coar. Seu nome é associado ao filtro de papel até hoje.

JULIUS FROMM

Inventor da camisinha de látex

Alemanha, 1916

Contexto – Combinação de mudança de costumes, conscientização da saúde sexual e falta de preservativos confiáveis.

Ideia – Fromm reinventou um artefato milenar, que até então era desconfortável, feito de materiais diversos.

NORMAN WOODLAND

Inventor do código de barras

Estados Unidos, 1949

Contexto – Comerciantes procuravam métodos de codificar suas mercadorias.

Ideia – Woodland criou uma tinta fluorescente para ser lida na luz ultravioleta. Depois, se inspirou no código morse e fez quatro riscos na areia. A ideia só vingou nos anos 70, quando a IBM, com sua ajuda, inventou scanners que liam as barras.

FELIX HOFFMANN

Inventor da aspirina

Alemanha, 1897

Contexto – Cientistas descobriram que o ácido salicílico aliviava a dor, mas irritava o estômago.

Ideia – Hoffmann juntou o ácido ao acetil e acabou com os efeitos colaterais.

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O mito da criatividade: desconstruindo verdades e mitos

Capa do livro

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