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Porque as mulheres têm pavor de baratas

É uma cena familiar: o rapaz ouve gritos desesperados na cozinha e parte como um príncipe valente para defender a donzela. Chegando lá, descobre que o assustador intruso não passa de um inseto. Repugnante, vá lá, mas que não traz maiores perigos. Então, o que (ou quem) é capaz de explicar tamanho medo feminino?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 30 abr 1995, 22h00

Enor Paiano

Ansiedade feminina

Pesquisas citadas no livro Pânico, Fobias e Obsessões, editado pelo grupo do Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas de São Paulo em 1994, mostram que, de fato, as mulheres têm duas vezes mais transtornos fóbico-ansiosos (de medo de multidão a claustrofobia, que é pavor de lugares fechados) do que os homens.

 

Homem não chora

Segundo a psicanalista Miriam Chnaiderman, do Instituto Sedes Sapientae, em São Paulo, o processo que leva a uma fobia (medo exagerado) é igual no homem e na mulher. O indivíduo projeta alguma aspecto indesejado de si mesmo em um objeto externo, que passa a temer. O que acontece é que, num processo inconsciente, a pessoa “escolhe” onde depositar sua fobia.

Como fica meio ridículo para um homem sair berrando quando vê uma barata, ele “elege” outros bichos para se apavorar: avião, altura (acrofobia), enfarte etc.

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Bicho sujo e rastejante

O psicanalista Augusto Capelo, da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, concorda: fobia é projeção de um conflito interno. “O objeto do medo é como uma metáfora do conflito”, explica. Seguidor dos ensinamentos do suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), que inventou o conceito de inconsciente coletivo e estudou o homem a partir de símbolos ancestrais, Capelo diz que a mulher teme a barata quando se sente “suja”, “rastejante”. “Mulher tem mais propensão à fobia”, afirma Capelo. Mas, para ele, a fobia, dentro de certos parâmetros, pode ser positiva, ajudando o indivíduo a estruturar seu mundo interior.

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A casa é minha

A barata sempre aparece como intrusa dentro da casa, que, por definição, é um espaço feminino. “No mato ninguém tem medo de barata”, diz o psiquiatra Edson Engels dos Santos, professor do Instituto H. Ellis, de formação terapêutica. As índias, em geral, nem ligam para barata.

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O valor do inseto

Nem todas as culturas desenvolveram esse medo. É o que ensina a antropóloga da Universidade de São Paulo Lux Vidal: “O inseto na cultura primitiva é avaliado de acordo com o seu perigo real ou com um valor explícito que aquela cultura lhe atribui”.

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Para saber mais:

Civilização das baratas

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(SUPER número 6, ano 3)

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