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E se todo mundo ficasse cego?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 5 fev 2011, 22h00

João Vito Cinquepalmi

Para José Saramago seria o caos. Em seu livro Ensaio sobre a Cegueira, o mundo praticamente acaba enquanto a humanidade vai perdendo a visão. Mas para a ciência as coisas poderiam tomar um caminho diferente. “Há várias tecnologias que ajudariam: bengalas ultrassônicas que podem indicar se há objetos pela frente ou até robôs que atuariam como cães-guia”, diz o especialista em robótica Darwin Caldwell, diretor do Instituto Italiano de Tecnologia. Além disso, precisaríamos de coisas como carros que andam sozinhos e máquinas capazes de substituir médicos em cirurgias. Mas como esses carros-robôs e outros aparelhos seriam construídos sem ninguém para ver que peça apertar? Fábricas totalmente automatizadas também não estão longe de ser realidade. “Robôs seriam capazes de se autoconstruir”, diz Ken Young, presidente da Associação Britânica de Automação e Robótica. Ou seja: se a cegueira generalizada se espalhasse devagar, daria para a gente remodelar o mundo – mudando tudo para que nada mude. Com algumas adaptações, claro. “Teríamos que aprender novas maneiras de lidar com o computador, por exemplo. Seria algo como tocar um instrumento musical, tendo o som como a resposta para cada ação na máquina”, diz o engenheiro Ken Goldberg, da Universidade de Berkeley, nos EUA. Impossível? Os cegos que usam computador hoje, com uma mãozinha de softwares de reconhecimento de voz e programas que leem o que aparece na tela, provam que não. E as tecnologias que já existem, ou que estão nascendo, também. Veja só.


Ensaio sobre a cegueira

Robôs, carros que andam sozinhos e tecnologias que simulam o tato venceriam a escuridão

1. DÁ UM TOQUE

Não é por falta de imagens que a televisão vai acabar. Aparelhos projetariam imagens que você pode tocar. A tecnologia para isso é a mesma dos celulares mais modernos: quando você põe o dedo na tela sensível ao toque, ela solta um leve pulso elétrico que simula a sensação de apertar um botão de verdade. As pesquisas para transformar isso em uma TV tátil 3D começaram no Japão em 2005.

2. FAXINA JETNS
Robôs cuidariam dos serviços domésticos. Alguns deles já cuidam até. É o caso dos aspiradores 100% automáticos. Eles andam sozinhos, mapeiam a casa com seus sensores internos e depois saem sugando a sujeira sem encostar nos móveis. Fora de casa os serviços automatizados também podem ajudar: já existem restaurantes em que a comida chega por trilhos à mesa, coisa que dispensa os garçons.

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3. SUPERMÁQUINA
Você entra no carro e diz para onde quer ir. Então ele sai andando sozinho, usando o GPS como guia. Sensores, câmeras e um software esperto servem como olhos, assim o carro não atropela ninguém e consegue ler semáforos (coisa que, num mundo de cegos, podem ser só postes que emitem sinais de rádio). Para completar, o carro reserva uma vaga de estacionamento no destino. Não é ficção: já existe tecnologia para tudo isso.

4. DOUTOR CIBORGUE
E a medicina? Bom, muitas operações já são feitas com a ajuda de robôs. Eles aumentam a precisão dos médicos de carne e osso, mas o avanço dessa tecnologia permite outras previsões. “Vai chegar o dia em que um robô conseguirá operar uma pessoa sem a presença do médico”, diz o especialista em medicina robótica americano Stephen Smith. Ou seja, os cirurgiões continuariam trabalhando, mas como programadores.

5. BLIND IS BEATIFUL
Seria o fim do culto à beleza? Nem a pau. “Os cegos criam a noção deles pela importância que dão ao timbre de voz, ao cheiro, ao toque nos cabelos e na pele”, diz a psicóloga Maria Alves Brum, da USP. Quer dizer, a indústria de perfumes, cremes para a pele e condicionadores bombaria. O silicone continuaria firme e chegaria a outra parte do corpo: a garganta. Sim: são implantes nas cordas vocais, que existem hoje para manter a voz jovem.

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