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Conheça David Sandberg, o youtuber que virou diretor de Hollywood

Menos de três minutos foram necessários para transformar a vida de um sueco que postava na internet por hobby

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h02 - Publicado em 28 set 2016, 18h00

Uma mulher, sozinha em casa, apaga a luz. Percebe, então, uma silhueta no fundo do cômodo. Acende a lâmpada. A estranha forma desaparece. Apaga de novo.  A sombra volta – dessa vez mais perto ainda. A mulher deixa as luzes acesas e corre para o quarto. A lâmpada começa a falhar. Ela se esconde embaixo das cobertas, enquanto ouve a criatura se mover ao seu redor. Cena de filme de terror? Mais ou menos. Na verdade, esse é quase o filme inteiro. Em 2013 o sueco David Sandberg produziu, roteirizou e dirigiu Lights Out, o curta de terror que conta essa história em dois minutos e quarenta segundos. Inscreveu o vídeo em festivais de curta metragem e resolveu postá-lo online – a melhor decisão possível, já que a produção viralizou. Três anos depois, a obra já foi vista por mais de 10 milhões de pessoas, e David passou de youtuber à diretor de Hollywood, que, como filme de estreia adaptou nada menos que seu próprio curta, agora com título em português: Quando As Luzes Se Apagam.

 

Com a chegada à Hollywood tudo ganhou uma nova dimensão, mesmo que, para os padrões hollywoodianos, seu longa metragem seja microscópico. Quando As Luzes Se Apagam custou US$ 15 milhões para os cofres da Warner, a produtora do filme. Mixaria quando se pensa em produções cinematográficas: estima-se que Batman vs Superman custou US$ 400 milhões. Mas essa grana ganha uma proporção muito maior quando se pensa no custo do curta: zero dólares. “Eu fiz Lights Out com minha esposa, em casa, sem dinheiro algum”, contou Sandberg à SUPER. “Minha primeira vez em um set de filmagem, na verdade, foi para filmar meu próprio filme. É uma experiência completamente diferente – especialmente porque eu nunca tive que explicar para alguém quais eram as minhas ‘ambições com o projeto’; eu só ia lá e filmava. Mas eu acabei aprendendo muito, foi como uma faculdade de cinema, mas sendo pago por isso”, afirma.

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A coisa toda, no entanto, não aconteceu por acaso. David não impressionou só 10 milhões de pessoas, ele impressionou as pessoas certas. Uma em especial: James Wan, o produtor de cinema do momento. Ele é o responsável pela direção e produção de hits cinematográficos de terror, coisas como Jogos Mortais, e Invocação do Mal  – só este último gerou quase US$ 240 milhões, dinheiro o bastante para convencer o estúdio a bancar um pupilo sem experiência profissional. O sucesso do vídeo ajudou até mesmo na contratação do elenco. “Quando vi o número de pessoas que tinham assistido ao curta, soube que era um projeto especial. É a prova de que qualquer um pode fazer algo incrível usando um iPhone, e eu amo isso”, contou à SUPER Maria Bello, que já atuou em Sr. e Sra Smith, e na série  E.R. “Eu acho muito legal esse processo de ir da internet para os cinemas. Acho que isso só aconteceu porque as pessoas se identificaram com a temática do curta, e conseguiram viraliza-lo. É muito legal ver esse tipo de produção”, afirma Teresa Palmer, a protagonista do filme.

A trama de Lights Out é bem simples: uma mulher monstruosa que só existe no escuro. Se você acender a luz, ela desaparece. Mas ela consegue fazer as lâmpadas falharem – e aí a coisa fica feia. Uma dinâmica simples, e fácil de aproveitar quando você tem só alguns segundos para contar uma história. Só que o enredo precisou ser aprofundado para um longa metragem. O filme dá um nome para o monstro: Diana; conta sua origem, mostra seus pontos fracos e, principalmente, conta a história das vítimas do bichão. “Uma das coisas que eu mais gostei de fazer foi me aprofundar na trama. Tem muitos detalhes, que vão formando a personalidade das personagens. A protagonista, por exemplo, tem cicatrizes para indicar que ela desenvolveu alguns traumas por conta da situação toda”, diz.

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O filme acaba sendo uma metáfora para a depressão. Diana fica mais forte conforme uma de suas vítimas fica mais depressiva. Ela afasta a personagem de sua família, faz com que fique no escuro, e pare de tomar remédios. “Eu mesmo tive depressão. Quis explorar isso por que eu encaro a doença como uma  forma de escuridão”. O problema aparece quando uma das personagens tenta se livrar de Diana se suicidando. “Eu realmente espero que as pessoas não achem que eu estou apontando o suicídio como uma maneira de escapar da depressão. Mas eu quis retratar isso, porque é o que acontece na vida real, tive amigos que puseram fim a própria vida por causa dessa doença. Acho importante mostrar isso”, diz.

Aparentemente, esse é só o começo. Sandberg foi como o diretor de Anabelle 2, sequência de outro hit do terror idealizado por Wan . Além disso, conseguiu garantir uma continuação: Quandos As Luzes Se Apagam 2  já está garantido. Ele acredita que tem mais gente no Youtube, que pode crescer em Hollywood. “O pessoal do Bloody Cuts faz umas coisas realmente muito boas. Na verdade, eu fico surpreso com o fato de eles ainda não terem sido pegos por um estúdio”, diz. Mas, por enquanto, melhor não esperar ele postar vídeos na internet. Aparentemente, a melhor forma de vê-lo vai ser com uma pipoquinha no cinema mais próximo mesmo.

 

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