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O auge da axé music:os velhos baianos

A moda teve suas tendências. Começou com Luiz Caldas e a canção que falava de uma certa nega do cabelo duro, que não gosta de pentear.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 jan 2006, 22h00

Ana Paula Rogers

Se você acha que essa febre de reboladas sensuais, shortinhos e trenzinho de dança são criações dos funkeiros, não deve ser velho o suficiente para ter curtido o auge da axé music, nos anos 80 e 90. Mas é sério: até meados dos anos 90, a axé music, filha legítima do Carnaval de Salvador, reinava absoluta no país. Criava modas e refrões que se espalhavam pelo Brasil e grudavam nos ouvidos o ano inteiro.

A moda teve suas tendências. Começou com Luiz Caldas e a canção que falava de uma certa “nega do cabelo duro, que não gosta de pentear”. Vieram as músicas com letras de duplo sentido, as coreografias engraçadinhas, até o desembarque triunfal na inesquecível era das bundudas, cuja representante maior era a onipresente Carla Perez, hoje uma respeitável mãe de família e ídolo infantil em Salvador. Com o declínio do gênero, sobreviveram apenas os gigantes “com conteúdo”, como Ivete Sangalo e Chiclete com Banana. Em 2005, nos 20 anos da axé music, astros do gênero lançaram o cd We Are the World of Carnaval. Só para matar a saudade dos bons tempos.

1985

O ano é considerado o marco zero da axé music, que nessa época era chamada de fricote, numa alusão à canção de Luiz Caldas, o pai do gênero. Começa a moda de coreografias para seguir os trios elétricos, mas as danças ainda não têm nomes específicos. Sarajane também surge nessa época.

1986

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Surge a “dança da galinha”, que vem associada às canções de Gerônimo, como Jubiabá e Eu Sou Negão. Nessa época, a fantasia pra sair nos blocos ainda era chamada de mortalha. Ao lado do Olodum, Margareth Menezes faz sucesso com a canção Faraó.

1987

Olodum e Margarete Menezes são a sensação da folia promovendo a “dança afro”, que reinaria por alguns anos. Tonho Matéria lança a “dança do tchaco”.

1988

Surge a “dança do crocodilo”, com o Bloco da Ladeira da Barra, que depois se tornou Bloco Crocodilo.

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1989

A Banda Beijo, com o vocalista Netinho, é a bola da vez.

1990

O ano em que a mortalha foi rebatizada de abadá é também o Carná da consagração do Chiclete com Banana. O vocalista Bell Marques e seu Bloco Camaleão nunca mais sairiam de moda. O Ara Ketu mistura percussão com eletrônicos, faz um repertório de músicas românticas e se apresenta como “banda afro-pop”. Dá polêmica, é claro.

1991/92

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Daniela Mercury estoura gritando que “a cor dessa cidade sou eu” e inicia a era das musas do Carnaval. A Bamdamel faz o hit do ano, a música Prefixo de Verão. Não lembra? “Ae, ae, ae, ae/ Ei, ei, ei, ei/ Oô, oô, oô, oô, oô, oô, o.”

1993

O mauricinho Ricardo Chaves é a estrela do Carnaval, com o Bloco Crocodilo e a música É o Bicho.

1994

O Ara Ketu faz sucesso com a música O Ara Ketu é Bom Demais. A Timbalada cria seu bloco.

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1995

É o auge das danças provocativas e letras de duplo sentido. Surge uma fornada de musas popozudas trajando shortinhos minúsculos. As principais são Carla Perez e Débora, que dançam com o negão sarado Jacaré. A banda estoura com o nome de Gerasamba, que, na verdade, pertencia a outro grupo. Depois de uma briga na Justiça, troca o nome para É o Tchan. Seu maior concorrente é a Cia. do Pagode, que coloca a dançarina Sara rebolando na boquinha da garrafa.

1996

As reboladoras do É o Tchan e da Cia. do Pagode já não reinam absolutas. Emergem a Timbalada, de Carlinhos Brown, e Ivete Sangalo, que exibe curvas e também um vozeirão com a Banda Eva. De lá pra cá só tem dado ela.

1997

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O Ása de Águia lança a “dança da manivela”, um enorme sucesso. Daí para a frente, a onda das coreografias de axé perde força.

Que fim levaram

Sarajane

Musa do Carnaval quando cantava “Vamos abrir a roda, enlarguecer”, se dedica a uma ONG de projetos educacionais e um restaurante por quilo, em Salvador.

Luiz Caldas

O pai da axé ainda é reverenciado na Bahia, mas deixou de ser estrela do circuito principal. Ainda hoje tem o hábito de andar descalço, como nos tempos em que fez sucesso com Fricote.

Carla Perez

Mãe de dois filhos, a loira do Tchan se dedica à carreira de ídolo infantil. Tem um bloco de crianças que desfila nas manhãs de Carnaval com o simpático nome de Algodão Doce.

Débora

Uma operação no joelho para curar dores causadas pela dança acabou com a carreira da primeira morena do Tchan. Hoje, trabalha na parte gerencial da banda.

Sara

A moça passou da boquinha da garrafa para a vida doméstica. Casou, teve filhos e virou dona-de-casa. Agora, está tentando retomar a carreira.

Margarete Menezes

Continua fazendo aparições no Carnaval baiano. Mas como se tornou evangélica, resiste ao título de musa GLS.

Ricardo Chaves

O carinha que cantava É o Bicho ainda faz sucesso na Bahia e em micaretas pelo Nordeste.

Netinho

Quase quarentão, desistiu do sacolejo do trio elétrico e agora tenta emplacar como cantor romântico.

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