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Entenda o que Stephen Hawking explicou em “Uma Breve História do Tempo”

A obra-prima do físico britânico não é sobre física ou ciência. Trata da história das descobertas humanas sobre o Universo.

Por Alexandre de Santi (edição: Bruno Garattoni)
Atualizado em 27 out 2020, 13h44 - Publicado em 10 dez 2015, 18h00

Livro: Uma Breve História do Tempo
Autor: Stephen Hawking
Ano: 1988
Por que ler? O maior cientista do nosso tempo mostra como tudo – tudo mesmo – surgiu.

Em algum momento da vida, mais cedo ou mais tarde, em meio a profunda reflexão ou por simples curiosidade, o homem pensa de onde veio e para onde vai. Contempla a imensidão do céu e percebe que pouco ou nada sabe sobre sua existência. De onde surgiu o Universo? Como e por que ele começou? Algum dia ele terá fim? Respostas e hipóteses estão diluídas em trabalhos complexos, de linguagem técnica e que requerem conhecimento matemático avançado. O livro Uma Breve História do Tempo, lançado em 1988 por Stephen Hawking, é um resumo para leigos do que a ciência já descobriu sobre o espaço e o tempo.

Nascido em 1942, o inglês Stephen William Hawking é considerado o mais iluminado físico teórico desde Albert Einstein. Ocupa na Universidade de Cambridge, onde é pesquisador e professor, um posto preenchido anteriormente por Isaac Newton. A essência de seu estudo é tentar formular uma teoria capaz de abarcar dois campos contraditórios: a relatividade, que investiga os fenômenos cósmicos, e a mecânica quântica, que explora as relações existentes entre partículas subatômicas. Unidos em uma estrutura lógica, seriam a explicação definitiva do funcionamento do Universo. No início dos anos 70, quando agitava a comunidade científica com suas pesquisas sobre buracos negros, Hawking já havia sido diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, um raro mal degenerativo e sem cura que paralisa os músculos do corpo. Logo foi perdendo os movimentos, parou de andar e passou a usar cadeira de rodas. Em 1985, ficou entre a vida e a morte por conta de uma pneumonia. Submetido a traqueostomia, perdeu a voz. Nada disso abalou o projeto desafiador de escrever um livro com linguagem simples para democratizar o conhecimento científico sobre o cosmos. A tarefa foi possível graças ao Equalizer, software que permite montar frases selecionando, com o toque da mão, palavras em um tablet. O programa envia as informações a um sintetizador, que cria a voz robótica pela qual o físico também passou a ser famoso, virando até música do grupo britânico Pink Floyd.

Nas primeiras páginas, Hawking fala um pouco da infância e da vida pessoal enquanto traça um panorama da evolução científica, desde os gregos até hoje. Explica conceitos básicos da física e da cosmologia, desvenda os mistérios do Big Bang e então parte para temas mais complexos, como buracos negros e a teoria das supercordas. Por fim, apresenta de maneira simplificada seu próprio trabalho e sua importância na busca pela “teoria de tudo”, uma lógica única para entender o Universo por inteiro. A primeira grande contribuição de Hawking foi desenvolver técnicas matemáticas para demonstrar o Big Bang, o início de tudo. Um cálculo capaz de sustentar a ideia de que todas as galáxias já estiveram comprimidas em um único ponto, quando a densidade do cosmos era infinita. A descoberta mais importante, no entanto, foi de que buracos negros emitem radiação, achado capaz de abrir novas possibilidades para explicar o Universo, de superar limitações dos estudos de Einstein e de deixar duas teses conflitantes – a relatividade, que explica a gravidade, e a mecânica quântica, que detalha todas as outras forças da natureza – mais próximas de uma conexão. Um importante passo no caminho da teoria da unificação. Motivo: buracos negros não deveriam emitir nada segundo a relatividade. Hawking, porém, mostrou que fenômenos quânticos possibilitam essa remissão. Ou seja, driblam as leis de Einstein.

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Ainda hoje sentimos a mesma ânsia de saber por que estamos aqui e de onde viemos.

Uma Breve História do Tempo, porém, não é uma obra de física ou de ciência. Trata de história. O autor posiciona o leitor diante da linha de descobertas sobre o Universo. No final do século 19, não sabíamos nada além do átomo. Nos anos 30, Einstein testava objetos de um milésimo de milímetro. Hoje pesquisadores observam partículas de um trilionésimo de milímetro e arriscam hipóteses sobre fenômenos ocorridos em escalas muito menores. É ao mesmo tempo um livro sobre a história do Universo e sobre a história dos homens que tentam desvendar seus mistérios. E vai além, nos faz pensar sobre o futuro: que tipos de problemas temos pela frente? O que vamos descobrir em breve?

É claro que o tema é casca grossa e que, mesmo com os esforços didáticos do autor, alguns conceitos não são nada simples de entender. Mas nenhum outro livro é capaz de tratar de temas tão espinhosos com tamanha leveza. A prosa simples, com toques de humor e recheada de metáforas, pode ser lida de maneira linear, sem grandes solavancos.  Tornou-se um sucesso editorial. Quebrou recordes de listas de mais vendidos, foi traduzido para mais de 30 idiomas e ganhou incontáveis reimpressões e reedições. Estima-se que cerca de 30 milhões de exemplares tenham saído das prateleiras. A prova irrefutável de que nosso interesse pelo Universo consegue ser maior que o mistério do cosmos – e que a missão de oferecer uma versão acessível do assunto foi cumprida.

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