Em 1856 o alemão Johann Fuhlrott recebeu dezesseis pedaços de um esqueleto desenterrado por mineiros no vale do Rio Neander, na Alemanha. Depois de examinar a forma incomum das peças, concluiu estar diante de um ser humano arcaico, que batizou como Homem de Neandertal. Vários cientistas refutaram suas conclusões. O paleontólogo Rudolf Virchow afirmou que os ossos pertenciam a um homem moderno e que as diferenças na forma do crânio eram resultado de doenças. Fuhlrott caiu no ostracismo. Em 1886, entretanto, a descoberta de ossadas com a mesma forma do Neandertal e artefatos da época da pedra lascada, na caverna de Spy, na Bélgica, tirou a teoria de Fuhlrott do armário. Analisando os vestígios, os cientistas confirmaram tratar-se de um antecessor do homem que andara sobre a Terra até 30 000 anos atrás. A tese pioneira de 1856 estava certa, mas Fuhlrott não chegou a ver a sua consagração. Morrera, esquecido, em 1877.