Cananeus
Uma sociedade relativamente sofisticada, que dispunha de boa tecnologia militar e treinava seus soldados desde a infância
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Atualizado em 31 out 2016, 18h16 - Publicado em 11 fev 2013, 22h00
Tiago Cordeiro
Desde a pré-história, a área que hoje corresponde a Israel, Líbano, Síria e Jordânia foi ocupada por um mesmo povo: os cananeus. Nesse território em boa parte desértico, que mais tarde seria prometido por Deus aos israelitas, eles construíram uma civilização relativamente sofisticada. Dominavam a metalurgia. Eram bons ceramistas. Mantinham relações comerciais com o Egito e a Mesopotâmia. E foram os primeiros daquela região a adotar um alfabeto.
“Os cananeus fundaram cidades-estado que se desenvolveram bastante, entre elas Kadesh, Biblos e Jericó, diz o historiador americano Jonathan Tubb, um especialista em povos antigos do Oriente Médio. Cada cidade tinha seu próprio rei. Segundo Tubb, as tribos canaanitas nunca chegaram a constituir um estado unificado, embora formassem uma só etnia e falassem o mesmo idioma.
No Velho Testamento, cananeus aparecem envolvidos em várias batalhas contra os israelitas (leia mais da pág. 44 à 46). Na linha de frente, as armas usadas pelos dois povos eram basicamente as mesmas – espadas, lanças, adagas e qualquer instrumento de uso doméstico que pudesse ferir ou matar. Mas as tropas canaanitas contavam, por exemplo, com carros de guerra (bigas) – um recurso que os israelitas só incorporariam aos seus exércitos muito tempo depois.
De acordo com Tubb, os soldados cananeus – chamados mohar – recebiam treinamento militar desde a infância. Quando viravam adultos, frequentente prestavam serviços como mercenários a outros povos. Há registros de forças canaanitas lutando, por exemplo, ao lado de egípcios e persas. “Eles eram melhores defendendo do que atacando, diz o historiador. “Mas tinham acesso ao que havia de melhor em tecnologia militar.
JUÍZES 1:8-9
Os juditas atacaram Jerusalém e tomaram-na. Passaram os seus habitantes ao fio da espada e incendiaram a cidade. Desceram dali e combateram os cananeus das montanhas, do meio-dia e da planície.
Lança
Era feita da madeira mais resistente que se pudesse encontrar. Geralmente tinha algo em torno de 1,8 metro de comprimento e ponta de bronze bem afiada. Podia ser lançada a uma distância de até 25 metros do alvo.
Armadura
Ao contrário dos israelitas, que não as usavam, os cananeus se protegiam com armaduras. Como dominavam técnicas de fundição, eram relativamente comuns as proteções feitas com “escamas¿ de bronze. Elas podiam pesar 60 quilos. Por isso, muitos soldados usavam apenas um colete de couro. As perneiras também eram de bronze.
Adaga
Carregada na cintura, era usada no combate corpo a corpo ou como último recurso, quando o soldado perdia as outras armas. Embora fosse considerada menos efetiva que a espada, era pontiaguda (uma característica que a tornava letal de um modo que a espada em forma de foice jamais poderia ser).
Espada
Feita de bronze e nunca com menos do que 30 centímetros de comprimento, tinha formato de foice e era forjada numa única peça, para aumentar sua resistência. Cortava dos dois lados, o que permitia desferir golpes fatais com movimentos para qualquer direção. Mas tinha uma desvantagem em relação às espadas retas: não era possível perfurar o inimigo.
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