Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cartas de Jack, o Estripador, eram fake news

Uma linguista analisou as duas cartas mais famosas do assassino. E descobriu que elas provavelmente foram escritas por um jornalista tentando emplacar uma notícia falsa.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 set 2021, 20h24 - Publicado em 1 fev 2018, 14h59

Em 1888, o sombrio e miserável bairro de Whitechapel, em Londres, foi palco de uma série de assassinatos de virar o estômago. Ao pé da letra. Entre agosto e novembro daquele ano, cinco prostitutas foram encontradas mortas em quartos de cortiço, com o pescoço cortado e o abdômen aberto. Intestino, rins e fígado haviam sido arrancados.

O autor da carnificina? Bem, certamente não foi alguém chamado Jack, o Estripador. Um artigo científico publicado na semana passada analisou a gramática e o estilo de duas cartas assinadas que o serial killer enviou à polícia na época – e concluiu que elas provavelmente foram escritas por um repórter que queria emplacar a notícia falsa.

Não é exatamente uma surpresa: nos últimos meses de 1888, a Scotland Yard recebeu mais de 200 correspondências supostamente assinadas pelo criminoso. Quase todas foram imediatamente identificadas como fakes e descartadas, mas duas passaram pelo crivo da polícia e até hoje são consideradas “autênticas” pelos fãs e investigadores do caso.

Uma, em que o suposto assassino descreve em detalhes um crime que ainda não havia sido cometido, foi a primeira a ser assinada com o pseudônimo “Jack, o Estripador”. A outra é um cartão postal conhecido como “Saucy Jacky”. Andrea Nini, linguista da Universidade de Manchester e autora do artigo, se concentrou nessas duas.  

Ela concluiu que ambas, de fato, foram escritas pela mesma pessoa. E associou fortemente o estilo do autor ao de uma terceira carta, um fake comprovado conhecido como “Moab & Midian” e enviado à polícia por um redator de agência de notícias com vocação para Datena. Ou seja: tudo indica que as cartas “canônicas” são obra de um único jornalista – que já era conhecido havia muito tempo por outra fraude.  

Isso era esperado. Até porque há poucas evidências de que os cinco crimes normalmente atribuídos a Jack, o Estripador tenham sido cometidos por uma pessoa só. Se foram, agora sabemos que o serial killer nunca se revelou publicamente. “Na era do fake news, essa história nos diz muito sobre como a nossa cabeça funciona”, afirmou Nini ao Gizmodo. “Para mim, seria muito mais interessante saber que as cartas foram fabricadas por uma agência de notícias, e não por Jack, o Estripador. Se é que ele existiu – essa pode ser uma das fraudes mais bem-sucedidas da história.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.