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Invadirem o Irã?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h20 - Publicado em 31 jul 2008, 22h00

Texto Eduardo Szklarz

A primeira reação do Irã poderia nocautear a economia mundial. Na pior das hipóteses, eles bloqueariam o estreito de Hormuz, na boca do golfo Pérsico. Isso fecharia a saída do golfo, por onde escoa 20% do petróleo do mundo – do próprio Irã e de outros países da região. Seria um tiro no pé, já que o óleo responde por 75% da renda do país. Mesmo assim um contragolpe radical como esse não está descartado. A conseqüência é óbvia: o preço do petróleo dispararia. A coisa pode ser tão feia que só o receio de que aconteça mesmo um ataque já foi um dos (vários) fatores que fizeram o preço do óleo dobrar de um ano pra cá, e há quem imagine mais uma dobrada no caso de uma invasão. Se até o fechamento desta edição o barril estava a US$ 135 e o mundo, tremendo de medo de que isso levasse à maior recessão da história, um barril a quase US$ 300 da noite para o dia seria o caos. De quebra, poderíamos ter ondas de ataques terroristas, já que o Irã financia grupos de radicais islâmicos. Quem deve atacar? Israel, com apoio dos EUA. Mahmoud Ahmadinejad, o presidente iraniano, vive negando a existência do Holocausto e diz que Israel deveria ser varrido do mapa. Some isso ao fato de que o Irã começou a enriquecer urânio e, embora negue, já pode ter tecnologia para construir sua primeira bomba nuclear. “Daqui a um ano, o Irã estará muito perto de obtê-la”, disse recentemente o deputado is-raelense Ephraim Sneh. “E Jerusalém não vai permitir isso.” Se Jerusalém não vai deixar, também não dá para dizer que os EUA deixariam seus aliados na mão. “Líderes em Washington prevêem que os israelenses podem atacar antes da posse do novo presidente em janeiro. Esse é um período em que Israel poderia contar com o apoio americano [já que George W. Bush, mais belicoso que os dois candidatos à sucessão, ainda estaria no poder]”, diz o jornalista americano Ron Kampeas, especialista em Oriente Médio. Seja como for, a possibilidade é real: há pouco, 100 caças israelenses fizeram exercícios sobre o Mediterrâneo num raio de 1 400 quilômetros – a distância que terão de percorrer para atingir o Irã.

Bônus de guerra

Como uma invasão ao Irã pode agitar, e mudar tudo, no Oriente Médio. E na sua vida

AS CONSEQÜÊNCIAS POR LÁ…

1. IMPACTO PROFUNDO

EUA e Israel não atacam por terra, já que a idéia do ataque não seria derrubar o governo, mas evitar a construção de uma bomba atômica. Serão ataques aéreos contra centrais nucleares – usando ? bombas antibunker ?, que perfuram o solo para explodir instalações subterrâneas. O Irã reage espalhando ? minas? no estreito de Hormuz, por onde passam os petroleiros do golfo Pérsico. Isso fecha o canal e deixa o mundo sem 1/5 de sua ração diária de petróleo.

2. LOUCO POR TI, ALÁ

A retaliação militar do Irã não faz frente aos EUA, e o país fica logo sem poder de fogo. Aí partem para ?ataques suicidas contra navios americanos. Lá perto, os grupos radicais anti-semitas ? Hamas e Hezbollah bombardeiam Israel com seu arsenal de 15 mil foguetes.

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3. BOOM

O ataque enfurece os iranianos e uma ala ainda mais linha- dura assume o poder. China e Rússia, para mostrar que não estão nada a fim de uma hegemonia americana, ajudam o Irã a enriquecer urânio novamente – e, como o Irã financia grupos extremistas, o primeiro ataque terrorista nuclear poderia acontecer a qualquer momento. Mas aí é assunto para outro E Se…

…E no resto do mundo

1. FORA, BIG MAC

O governo do Irã, que, segundo especialistas em Oriente Médio, estabeleceu laços com a Al Qaeda, terá poder para coordenar atos terroristas pelo mundo. Além disso, vão chover manifestações anti-EUA , principalmente nas capitais européias.

2. LÁ VEM O CHÁVEZ

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O presidente da venezuela anuncia um embargo de petróleo aos EUA (o que pode derrubar Hugo Chávez, já que os americanos importam 65% do óleo de lá). A Opep condena o ataque, mas sem boicote – o governo sunita da Arábia Saudita, maior produtor mundial, é inimigo do regime xiita de Teerã.

3. DEPRESSÃO

Em mais uma reação aos ataques, o Irã interrompe sua produção de óleo, de 4,5 milhões de barris/dia (a 4ª do planeta). O mundo só teria como produzir 1 milhão de barris/dia a mais. Resultado: falta crônica de óleo e ? quebradeira nas bolsas ?. Tem dinheiro em ações? Se ferrou.

4. E A GENTE?

Mesmo com a auto-suficiência em petróleo, o Brasil vai sofrer com a recessão mundial – o barril a US$ 300 bombaria a inflação, não importa se a alta for boa para a Petrobras. Mas a crise pode acabar com o monopólio da gasolina no resto do mundo. E aí é etanol na cabeça, o que não seria nada ruim para nós.

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