Os caçadores da língua perdida
Encontro de linguistas dá novo impulso a uma das maiores buscas arqueológicas do planeta: a procura da língua mãe, que deu origem aos demais idiomas.
Um encontro realizado recentemente na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, deu novo impulso a uma das maiores buscas “arqueológicas” do planeta: a procura da língua mãe, um idioma falado há 100 mil anos e origem de todas as línguas existentes na Terra. Porém, a “arca perdida” dos lingüistas — que para muitos pesquisadores não passa de um delírio de imaginação — não se encontra em um templo coberto pelas areias do Saara ou em uma pirâmide ainda desconhecida na selva amazônica. Sua descoberta depende de uma tarefa incrivelmente detalha¬da e minuciosa — a reconstrução lingüística histórica, um processo baseado na comparação entre palavras de línguas antigas.O pioneiro dessa atividade foi um juiz inglês na Índia colonial do século XVIII, Sir William Jones. Estudioso do antigo sânscrito, a língua arcaica da Índia, Jones começou a perceber muitas semelhanças entre esse idioma e algumas línguas européias, como o latim, o grego antigo e o gótico, o ancestral do alemão, e imaginou que elas teriam uma origem comum. Esse antepassado, chamado indo-europeu, foi “restaurado” durante todo o século XIX. Atualmente, os lingüistas tentam estabelecer similaridades entre a família indo-européia e outras famílias, como as que incluem as línguas africanas e aquelas faladas na América pré-colombiana.
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