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Quantas pessoas o terrorismo já matou?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h23 - Publicado em 31 out 2005, 22h00

André Santoro

Na lata: 32 292. É claro que esse número não passa de uma estimativa – que já deve estar se desatualizando enquanto você folheia esta revista. Ele é o resultado dos cálculos feitos pela ong americana Instituto para a Prevenção do Terrorismo, que considera atentados ocorridos no mundo todo desde 1968. “É o melhor dado disponível, mas não deve ser interpretado de forma definitiva”, diz James Kirkhope, diretor do Centro de Pesquisas sobre o Terrorismo, consultoria que oferece serviços para o governo dos EUA. Para ele, “a quantidade de vítimas deve ser muito maior”.

O número esbarra na própria definição de terrorismo – muito controversa. Para o Centro Nacional Contra o Terrorismo, criado pelo governo Bush, trata-se de um “ato de violência premeditado e perpetrado por grupos subnacionais ou agentes clandestinos contra alvos não-combatentes”. Tal conceito exclui o terrorismo de Estado – a tortura e execução dos que se opunham à ditadura militar no Brasil é um exemplo. A ONU aceita 4 definições, porém aponta a seguinte como “consenso acadêmico”: “Terrorismo é um método de violência empregado por indivíduos, grupos ou agentes do Estado em que as vítimas diretas não são os alvos principais”. Por não-combarentes ou alvos não-principais, entenda civis.

O fato é que não há acordo sobre o que seja terrorismo. “Terrorismo não é ideologia, mas um método de luta, em geral dos que não possuem outras armas”, afirma o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, da UnB. Embora o terrorismo não aplique necessariamente a violência física, ele não engloba todo ato que cause terror. Em 1938, por exemplo, o ator e diretor Orson Welles narrou pelo rádio o livro A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells. O pânico foi geral, pois os ouvintes acreditaram que a Terra era invadida por marcianos. Welles pode ter premeditado a confusão, mas não tinha um objetivo político ou social e, por isso, não pode ser considerado terrorista.

Ódio milenar

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Zelotes

Quem eram: Uma seita judaica.

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Quando: Século 1.

Onde: Judéia (atual Israel).

Motivo: Resistir contra a opressão romana.

Tática: Assassinato e seqüestro de soldados romanos e judeus que colaboravam com Roma.

Resultado: Os romanos eram muito mais fortes e sufocaram o movimento.

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Motivação: motivação, nacionalista

Tática: assassinato, seqüestro

Inquisição

Quem eram: Clérigos da Igreja Católica Apostólica Romana.

Quando: 1231 a 1781 (para alguns teólogos, continua até hoje).

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Onde: Europa.

Motivo: Impedir a proliferação de seitas anticristãs.

Tática: Execução e exílio forçado.

Resultado: Uma mancha na história do cristianismo. E um pedido oficial de desculpas da Igreja durante o pontificado de João Paulo 2º.

Motivação: Religiosa

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Tática: Execução

Regime do terror

Quem eram: Revolucionários franceses, liderados por Maximilien Robespierre.

Quando: 1793 a 1794.

Onde: França.

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Motivo: Aniquilar aristocratas e defensores do Antigo Regime.

Tática: Execução (principalmente na guilhotina).

Resultado: Mais de 17 mil mortes. Um detalhe importante: o termo “terrorismo” nasce nessa época.

Motivação: terrorismo de estado

Tática: execução

Nazismo

Quem eram: Políticos e militares alemães.

Quando: Durante a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945).

Onde: Europa.

Motivo: Varrer os judeus do mapa e garantir a supremacia alemã.

Tática: Restrição dos direitos individuais, prisão, tortura e execução.

Resultado: Mais de 10 milhões de mortos – entre os quais, 6 milhões de judeus.

Motivação: motivação

Tática: execução, tortura

Esquerda brasileira

Quem eram: As organizações Movimento Revolucionário 8 de Outubro e Ação Libertadora Nacional.

Quando: 1969.

Motivo: Libertar presos políticos da ditadura .

Tática: Seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick.

Resultado: Os presos foram libertados e o embaixador escapou ileso. O atual deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que participou da ação, ainda é persona non grata nos EUA.

Tática: seqüestro, atentado

Direita brasileira

Quem eram: Militares do Exército.

Quando: 1981.

Motivo: Incriminar os movimentos de esquerda.

Tática: Detonar 3 bombas durante show no Riocentro, no Rio de Janeiro, e pôr a culpa na esquerda.

Resultado: Deu tudo errado: uma das bombas explodiu no carro em que estavam dois militares, matando um e ferindo o outro. O caso foi abafado pelos militares na época, mas eles acabaram desmascarados.

Motivação: terrorismo de estado

Tática: atentado, tortura, seqüestro

Al Qaeda

Quem são: Os seguidores do radical islâmico Osama Bin Laden.

Quando: O pior ato terrorista do grupo – e de toda a história – ocorreu em 11/9/2001.

Onde: EUA.

Motivo: Mandar os americanos, o cristianismo e a democracia para o inferno.

Tática: Explodir aviões comerciais em prédios.

Resultado: Cerca de 3 mil mortos; a inauguração de uma nova (e mais obscura) era mundial; a reeleição de George W. Bush.

Motivação: religiosa, étnica

Tática: atentado

Correio venenoso

Quem foi: Não se sabe.

Quando: Setembro a novembro de 2001.

Onde: EUA.

Motivo: Há quem desconfie da Al Qaeda. Mas algumas investigações sustentam que terroristas americanos ou israelenses teriam promovido os ataques para apressar a invasão do Iraque.

Tática: Contaminação de cartas por antraz, uma bactéria mortífera.

Resultado: 5 mortes e uma paranóia que chegou até o Brasil.

Tática: atentado

Nacionalistas Tchetchenos

Quem são: Milícias que lutam pela independência da Tchetchência, território sob domínio russo.

Quando: O pior atentado ocorreu em setembro de 2004, em uma escola.

Onde: Beslan, Rússia.

Motivo: Expulsar os russos a qualquer custo.

Tática: Seqüestro e execução (explosões e fuzilamento).

Resultado: 339 mortes (a maioria, crianças).

Motivação: nacionalista, étnica

Tática: execução, seqüestro, atentado

Nacionalistas Europeus

Quem são: Exército Republicano Irlandês (IRA) e Pátria Basca e Liberdade (ETA).

Quando: Desde 1959 (ETA) e 1919 (IRA).

Onde: Reino Unido (IRA), Espanha e França (ETA).

Motivo: O IRA quer o fim do domínio inglês na Irlanda do Norte. O ETA luta pela autonomia do país Basco, na fronteira entre a Espanha e a França.

Tática: Assassinato e seqüestro.

Resultado: Milhares de mortos. O IRA entregou suas armas e o ETA continua ativo.

Motivação: nacionalista, étnica

Tática: assassinato, seqüestro, atentado

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