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Platão: “A alma do homem é imortal e imperecível”

Vivemos dentro de uma caverna e só enxergamos sombras da vida real. Mas é possível escapar dela

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 jul 2019, 12h45 - Publicado em 16 out 2015, 19h00

Principal discípulo de Sócrates, Platão se encarregou de registrar as ideias do mestre na forma de diálogos. Seu texto é uma mistura de teorias complexas com fragmentos teatrais que traziam o mestre como protagonista, dialogando sobre a vida, a razão e a verdade. Platão escreveu ao longo da vida cerca de 40 diálogos, verdadeiras obras-primas filosóficas e literárias. Temos a sorte de contar hoje com tudo o que o filósofo escreveu.

É de Platão um dos textos filosóficos mais lidos da história, o Mito da Caverna. Conta a fábula de prisioneiros que foram acorrentados em uma caverna escura quando crianças sem jamais poder sair dali. Tudo o que conheciam do mundo eram sombras da vida real projetadas nas paredes, ou seja, cópias imperfeitas das coisas, que conservam suas formas verdadeiras no mundo das ideias, uma espécie de paraíso onde está guardado o padrão de tudo o que existe — principal teoria de Platão. O mundo das ideias existe em oposição ao mundo dos sentidos, esse no qual vivemos, recheado de cópias defeituosas de tudo o que existe no plano superior.

Quando um dos escravos foge da caverna e fica deslumbrado com a verdadeira forma das coisas, Platão faz uma metáfora com os filósofos, que ascendem por meio do conhecimento. Ele defendia a tese de que o mundo das ideias só poderia ser acessado pelos filósofos. Logo, era essa a classe mais indicada para governar a pólis. Esse pensamento originou a teoria política de Platão, na qual ele cria a cidade ideal. Nela, existiriam apenas três categorias de cidadãos, cada um desempenhando a tarefa para a qual estava melhor preparado. Aqueles que tinham a “alma com apetite” seriam trabalhadores; os corajosos, os guardiões da pólis; e os dotados de sabedoria e razão, os governantes-filósofos.

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A tarefa do rei filósofo seria justamente a de regressar à caverna e relatar o mundo das ideias para os demais – isto é, contar a verdade para a sociedade. Na comunidade ideal de Platão, os casamentos seriam coletivos e sem casais fixos. O sexo seria somente para a reprodução, e as crianças criadas pelo Estado como filhos da comunidade. O pensador também lançou a ideia de igualdade dos sexos. Na cidade ideal, as mulheres não seriam discriminadas e poderiam ocupar até postos no serviço militar. Essa teoria levou Platão por três vezes até a cidade de Siracusa, na Sicília, onde pretendia persuadir os soberanos a colocar em prática seu plano. Sem sucesso, chegou a ser preso.

Mas, antes de virar Platão, o filósofo, ele era Aristócles, seu nome de batismo, um estudante das letras e da pintura com excepcional dom para a ginástica. O apelido, Platão (Pláton, em grego), que significa amplo, teria sido uma criação do treinador Áriston de Argos por causa do porte musculoso do aprendiz. A transição do esporte para o pensamento veio aos 20 anos, quando foi apresentado a Sócrates. A parceria durou cerca de uma década, até os últimos minutos da vida do mestre. Depois da morte do professor, Platão fundou a própria escola em Atenas. Considerada por alguns como a primeira universidade e inspirada nas comunidades criadas por Pitágoras, a Academia ensinava matemática e geografia. O grande avanço era o ingresso de mulheres que, pela primeira vez, podiam estudar. O aluno mais ilustre foi Aristóteles. Platão morreu aos 70 anos. Em sua lápide ficaram gravadas as seguintes palavras: “Aqui jaz o divino Aristócles, que em prudência e justiça soube exceder a todos os mortais. Se a sabedoria eleva alguém às alturas, este as conseguiu. A inveja em nada lhe empanou a glória”.

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